22 | 2021
Inv(i)erno 2021
Notas de la redacción
Poucos são os trabalhos filosóficos que se tornam um divisor de águas na leitura e interpretação de grandes obras da tradição. O texto que ora apresentamos aqui, Fichtes ursprüngliche Einsicht, traduzido pela primeira vez à nossa língua, é um perfeito exemplo desse tipo de demarcação. Dieter Henrich não apenas ressuscitou uma das obras mais instigantes e, ainda assim, menos estudadas do Idealismo Alemão, senão que também demonstrou a relevância direta da discussão fichtiana ao debate sobre os conceitos de subjetividade e autoconsciência. O trabalho de Henrich defende a tese de que Fichte formulou e aprofundou, ao longo de toda sua trajetória filosófica, um mesmo insight sobre o problema do saber de si, e foi o primeiro filósofo a identificar e tentar resolver os impasses que a teoria tradicional sobre a consciência de si, aquela que Henrich denomina ‘teoria do eu como reflexão’, inevitavelmente produz. Assim, o texto baseia sua analise em três formulações fichtianas, de distintos períodos da obra, as quais, segundo Henrich, detalham e refinam cada vez mais aquilo que possibilitaria uma explicação filosófica adequada do fenômeno e do fundamento da autoconsciência: ‘o eu se põe pura e simplesmente’, ‘o eu se põe como pondo a si mesmo’ e ‘o eu é uma força na qual está inserido um olho’.
Quanto à tradução, realizada a quatro mãos, fizemos questão de mantê-la o mais próxima do original, ainda que muitas vezes o estilo peculiar da escrita de Henrich não o permita, e indicamos entre parênteses alguns termos que exigiram escolhas difíceis ou que pudessem provocar qualquer ambiguidade. Junto a esse volume, dedicado exclusivamente à tradução do texto de Henrich, seguirá outro volume contendo uma seleção de artigos que debatem especificamente sobre as teses de O insight originário de Fichte.
Francisco Prata Gaspar
Thiago Suman Santoro
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Traducción/Tradução
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O insight originário de Fichte [Texto completo]
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