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20 | 2020
Inv(i)erno 2020

Notas de la redacción

O presente número da Revista de Estud(i)os sobre Fichte publica o segundo volume da série editada por Federico Ferraguto, Giorgia Cecchinato e Marco Rampazzo Bazzan dedicada aos trabalhos apresentados durante o V congresso Internacional ALEF, realizado na Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR em Curitiba (Brasil) em novembro de 2019.

O conjunto dos textos oferece uma visão panorâmica de alguns elementos fundamentais do transcendentalismo fichteano (reflexão, liberdade, imagem, sujeito) e os investiga com o intuito de discutir o impacto da perspectiva aberta pela doutrina da ciência no debate filosófico contemporâneo.

No seu artigo, Vinicius Berlendis de Figueiredo, discute a interpretação de Fichte proposta nos anos 70 por Rubens Torres Filho e a sua recepção de autores tais como Gueroult, Lauth, Philonenko. A partir deste estudo, o autor reconstrói a constelação intelectual e filosófica em que se coloca a recepção brasileira de Fichte que, por sua vez, reflete os rumos da discussão filosófica da Universidade de São Paulo – USP nos anos 60 e 70.

A partir de uma reflexão acerca da revolução copernicana de Kant e da função da terceira critica na necessidade da razão afirmar a sua primazia de um ponto de vista prático, Matteo V. D´Alfonso, investiga o significado do conceito de liberdade no desenvolvimento da Doutrina da Ciência de Fichte (como pulsão e como capacidade de intervir no mundo e considera a função desta interpretação em uma possível interpretação do pensamento de Schopenhauer como um novo 'sistema da liberdade' caraterizado pela transição da ideia de liberdade como libertação à da libertação como redenção.

O artigo de Giorgia Cecchinato oferece uma perspectiva inédita ao tentar reconstruir a visão de Caroline Bhöme-Schlegel-Schelling das principais querelas filosóficas da época a partir do epistolário dela. Além de oferecer algumas informações biográficas, ainda não acessíveis em língua portuguesa sobre uma das protagonistas femininas do Primeiro Romantismo Alemão, o presente artigo esclarece a importância do papel de Caroline no Circulo romântico e a sua posição em relação ao Atheismusstreit e à ruptura entre Fichte e Schelling devida às divergências acerca do papel e do lugar da filosofia da natureza.

Alessandro Bertinetto, no seu artigo, mostra como os resultados mais relevantes do pensamento de Fichte estão conectados com o exercício de uma criatividade de tipo improvisada, o que leva à possibilidade de aproximar o transcendentalismo fichteano de expressões significativas da discussão filosófica do Século XX (por ex. Arendt e Luhman), assim como de uma concepção da liberdade imaginativa como pressuposto ontológico e, ao mesmo tempo, como consequência prática da reflexão filosófica sobre a estrutura do saber.

Uma articulação da concepção fichteana da performatividade em termos de uma teoria da investigação de cunho deweyano é oferecida no artigo de Federico Ferraguto. A partir de uma contextualização de alguns elementos estruturais da teoria fichteana da imagem que aparece na segunda lógica transcendental de 1812, Ferraguto visa mostrar como a unidade de metafilosofia e filosofia primeira caracteriza a possibilidade de entender a Doutrina da Ciência como base para projeitar novos modos de interação entre mente e mundo.

 

Curitiba, 24 de dezembro de 2020

FF
GC
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