19 | 2019
Verano/Verão 2019
Notas de la redacción
O presente número da Revista de Estud(i)os sobre Fichte inicia uma série especial de volumes editados por Federico Ferraguto, Giogia Cecchinato e Marco Rampazo Bazzan dedicados aos trabalhos apresentados durante o V Congresso Internacional ALEF, realizado no Brasil, na cidade de Curitiba em Novembro de 2019.
Christoph Asmuth em seu artigo nos apresenta a compreensão do ser enquanto imagem ontológica e constitutiva de um princípio metafísico que redefine aquilo que pode ser postulado na relação entre o homem e Deus. Partindo do pressuposto que Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, Asmuth subverte esta perspectiva com o objetivo de não só apresentar e expor uma teoria da imagem presente na Filosofia de Fichte, como também ter como meta um processo formador através de uma Bildung, oriunda da sua transmissão enquanto uma autodeterminação do Eu real e finito e suas relações com o mundo que ele/ela proporciona a si próprio como formador da própria realidade.
Ricardo Barbosa demonstra em seu artigo a importância de se compreender o conceito de intuição intelectual, como um conceito necessário para o entendimento e a expansão do sistema fichteano. Diante de um conceito que as vezes é considerado pelos críticos de Fichte como um conceito “pouco desenvolvido” pelo próprio autor, Ricardo Barbosa segue passo a passo em sua exposição trazendo a elucidação não só da estruturação deste conceito fundamental à Fichte, como também o(s) porquê(s) do presente conceito enquanto peça chave na compressão de sua Filosofia e dos desdobramentos que seu sistema apresenta como pressuposto inicial de compreensão da realidade.
Ivanilde Fracalossi em seu artigo, expõe a necessidade corretiva dos pressupostos originários do conceito de apercepção estabelecido por Kant. Uma vez que, o entendimento deste conceito como primeiro princípio, tomando como base crítica tanto a proposta desenvolvida por Reinhold quanto a proposta desenvolvida por Fichte, a autora não só elucida e dissolve um erro clássico ao entendimento deste princípio, como também, demonstra a superação da circularidade kantiana, na qual expõe que o conceito de uma consciência posta por Reinhold e por Fichte, se apresentam como dois lados retificadores do posicionamento kantiano.
Mário Carvalho traz em seu artigo, a um questionamento necessário para a compreensão da realidade: o que é preciso para se fazer uma coisa? Diga-se de passagem, que a pergunta aparentemente simples, remonta toda uma estruturação ontológica de constituição da realidade através das coisas que a constituem. Uma vez que o objetivo proposto nesta investigação visa compreender como Fichte apresentou e expôs sua resposta transcendental, o autor discorre sobre todos os elementos, aos quais ele chama de “ingredientes” e que são necessários tanto para compreender a natureza das coisas, como suas próprias relações.
Diogo Ferrer ao trazer a problemática do ser e da existência enquanto imagem e modelo de um pensamento fichteano de forma pragmática, amplia aquilo que podemos denominar como a apercepção do significado. Através de uma reflexão predicativa, partindo de pressupostos como similaridade, neutralização dinâmica, reflexividade e racionalidade Diogo Ferrer aponta que o entendimento dos conceitos de imagem e ser na Doutrina da Ciência de 1805, compactuam com o saber do saber e se relaciona ao conceito do absoluto.
Gostaríamos de expressar nossos agradecimentos a todos os autores, avaliadores e colaboradores da Revista de Estud(i)os sobre Fichte pela confiança em nossas ações enquanto materialização do empenho e dedicação que as investigações nos estudos de Fichte nos conduzem.
Theofilo M. B. de Oliveira
Em algum lugar entre as fronteiras da Bélgica,
da Alemanha e do Brasil. 31 de Dezembro de 2019
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Artículos/Artigos
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Eu e ser [Sein]. A imagem de Deus e o mundo construído [Texto completo]
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Fichte, Reinhold e o problema da apercepção originária kantiana [Texto completo]
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Ser e Imagem na Doutrina da Ciência de 1805 [Texto completo]
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