Título da página eletrónica: Global Uprisings
Texto integral
1De protesto em protesto Brandon Jourdan e Marianne Maeckelbergh unem a investigação à linguagem documental numa representação fiel das primaveras que por todo o mundo se erguem. Mas a antropóloga cultural de Leiden e o jornalista independente que conta já com colaborações com o NY Times, CNN e Democracy Now!, rapidamente se juntaram a uns/umas outros/as tantos e tantas, coletivos e independentes, dedicados a demonstrar as respostas à crise austeritária. Registando os mais diversos acontecimentos em sete países (Turquia, Grécia, Portugal, Egipto, Espanha, Estados Unidos e Reino Unido), Global Uprisings conta já com mais de meia centena de colaborações coletivas e individuais que reúnem testemunhos, imagens, sons de protesto, e promovem a sua difusão nos mais variados espaços da vida virtual.
2Em Portugal, e juntamente com Luhuna Carvalho, antropólogo cineasta de Lisboa, registaram‑se os momentos da resposta portuguesa ao apelo europeu de greve (14 de novembro de 2012), a sua preparação, a sua organização, os seus conflitos. Uma semana em dez minutos. Mas que bastam para demonstrar que não há bons ou maus alunos no plano austeritário, mas sim um crescente espírito de conflitualidade social e política que resulta da resposta à degradação económica dos povos a quem o plano é imposto.
3Na Grécia dão voz aos imigrantes invisíveis na violência que os subjuga e que lhes é aplicada quer pela justiça racista das políticas gregas, quer pelas mãos dos ataques xenófobos da Aurora Dourada.
4Registando o futuro incerto de milhões de pessoas, o espaço virtual é fácil de compreender e guia‑nos para múltiplas realidades de resistência que se unem com importantes entrevistas com David Harvey e Paul Mattick Jr., promovendo assim uma simbiose entre o conhecimento antiausteritário que se produz na rua e o conhecimento antiausteritário que se produz nas mais altas camadas do setor intelectual.
5A partir daqui, seguimos o caminho lógico da informação independente e dos movimentos que não esperam a edição do vídeo, e encontramos na sua página de Facebook (http://www.facebook.com/globaluprisings) a informação de que por vezes sentimos falta no site. Mas as duas são uma, pois hoje os espaços virtuais já não se desligam das comunidades virtuais, numa nova territorialidade e em novas formas de expressão de e‑cidadania.
6O método proposto por Global Uprisings, que une conhecimento com imagem, rua com academia, é pois sem dúvida, uma importante ferramenta para pensarmos o discurso antiausteritário, as formas de mobilização social, e o registo das suas memórias.
Para citar este artigo
Referência do documento impresso
Irina Castro, «Título da página eletrónica: Global Uprisings», Revista Crítica de Ciências Sociais, 102 | 2013, 142-143.
Referência eletrónica
Irina Castro, «Título da página eletrónica: Global Uprisings», Revista Crítica de Ciências Sociais [Online], 102 | 2013, publicado a 10 abril 2014, consultado a 13 fevereiro 2025. URL: http://0-journals-openedition-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/rccs/5513; DOI: https://0-doi-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/10.4000/rccs.5513
Topo da páginaDireitos de autor
Apenas o texto pode ser utilizado sob licença CC BY 4.0. Outros elementos (ilustrações, anexos importados) são "Todos os direitos reservados", à exceção de indicação em contrário.
Topo da página