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Estudos
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Notas
DINIS, António Joaquim Dias – “À volta do casamento de D. Duarte. (1409-1428)”. in Separata da Revista Portuguesa de História. Coimbra: Universidade de Coimbra, Tomo XV, 1974, pp. 5-70.
Manuel Simões assim descreve o Infante: “Foi membro destacado da chamada Ínclita Geração, cultor de mérito no âmbito das ciências e das letras, e elemento preponderante da cultura medieval portuguesa, responsável porventura pelo alvorecer das ideias humanistas em Portugal, na sequência das suas muitas viagens que o tornaram conhecido como Infante das “Sete Partidas”. (SIMÕES, M. – “Dom Pedro”. in LANCIANI, Giulia; TAVANI, Giuseppe (org.) – Dicionário da Literatura Medieval Galega e Portuguesa. Lisboa: Caminho, 1993, p. 529).
A biografia do Infante foi prometida por Veiga Simões no início do século XX, mas não chegou a ser publicada, visto que o autor faleceu em 1954. Até o momento, uma obra global da vida de D. Pedro permanece aguardando seu investigador, existindo apenas a recente e sucinta obra de Alfredo Pinheiro Marques (Vida e Obra do Infante D. Pedro. Lisboa: Gradiva, 1996). Sabemos, contudo, que a Professora Doutora Ana Maria Rodrigues (da Universidade de Lisboa) prepara uma biografia do infante a ser lançada nos próximos anos.
Rui de Pina escreveu um capítulo dedicado a descrever o Infante, intitulado “Das feições, costumes e virtudes do Infante D. Pedro”. Neste, assim caracteriza D. Pedro: “O Infante D. Pedro por certo foi um singular Principe, dino de louvor entre os bons e louvados Principes que no mundo em seu tempo houve, homem de grande corpo, e de seus membros em todo bem proporcionado, e de poucas carnes; teve o rosto comprido, nariz grosso, olhos um pouco moles, os cabellos da cabeça crespos, e os da barba algum tanto ruivos como inglez; seu andar a pé era vagaroso e com grande repouso, suas palavras eram graciosas, com doce órgão de dizer, e nas sentenças mui graves e sustanciaes, e quando alguma sanha o tocava era sua cara mui temerosa, e porém não lhe durava muito, cá por siso ou condição natural, logo se lembrava de mansidão e temperança; foi algum tanto culpado em credeiro e vingativo, ainda que o desejo de vingança pareceu que não foi n’elle de grande e vicioso ardor, pois dilatou e temperou a que teve em sua mão, que para sua vida fôra mui segura e necessária” (PINA, Ruy de – Chrónica de El- Rei D. Affonso V. Biblioteca de Clássicos Portugueses. Introdução de Gabriel Pereira. Lisboa: Escriptorio, 1901, Vol. 2, Capítulo CXXV, p. 110). A descrição do cronista português é marcante, contudo há outra exposição que não convém ser descartada. Trata-se da versão latina da conquista de Ceuta, escrita por Mateus Pisano, por volta de 1460 e somente editada em 1790. No texto, assim o duque de Coimbra é descrito: “D. Pedro, nascido em segundo lugar, foi desde a infância muito dedicado ao estudo das sagradas letras e das outras boas artes, e tanto, ainda em moço, se distinguiu por seu espírito de justiça, por sua liberalidade, comedimento e valor, que atraía sobre si as vistas de todos, dando esperança de vir a ser um grande príncipe” (PISANO, Mateus de – Livro da Guerra de Ceuta. Ed. Roberto Corrêa Pinto. Lisboa: Academia das Sciências de Lisboa, 1915, p. 12).
LOPES, Fernão – Crónica de D. João I. Segundo o códice nº 352 do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Introdução de Humberto Baquero Moreno. Prefácio de António Sérgio. Porto: Livraria Civilização, 1983, vol. 2, Capítulo CXLVIII.
CHRONICA DO CONTESTABRE de Portugal Dom Nuno Alvarez Pereira. Ed. F. França Amado. Coimbra, 1911, pp. 202-203.
ÁLVARES, Frei João – Chronica dos feitos, vida, e morte do Iffante Sancto Dom Fernando que morreo em Fez. Ed. António Ribeiro. Lisboa, 1577.
ZURARA Gomes Eanes de – Crónica da Tomada de Ceuta. Ed. Reis Brasil. Mem Martins: Publicações Europa-América, 1992.
Sobre a discussão acerca da crónica de Zurara em relação ao Infante, ver: MARQUES, Alfredo Pinheiro – A maldição da memória do Infante Dom Pedro e as origens dos descobrimentos portugueses. Figueira da Foz: Centro de Estudos do Mar, 1994; Vida e Obra do Infante D. Pedro. Lisboa: Gradiva, 1996; QUEIRÓS, Silvio Galvão de – “Pera Espelho de Todollos Uiuos”. A imagem do Infante D. Henrique na Crônica da Tomada de Ceuta. Niterói: Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, 1997. Dissertação de Mestrado.
ZURARA, Gomes Eanes de – Crónica do Conde Dom Pedro de Menezes. Ed. José Adriano de Freitas Carvalho. Porto: Programa Nacional De Edições Comemorativas dos Descobrimentos Portugueses, 1988, Capítulo LXXII, p. 246.
O cronista menciona que D. Pedro foi pelas suas terras levando notícias da organização da campanha de auxílio a Ceuta. O mesmo tinha muita vontade de integrar a campanha, chegando a tentar disfarçar-se para embarcar nos navios que partiriam. No entanto, após ser descoberto o Infante foi requerer permissão do rei para seguir com as tropas. Eis a descrição de Zurara sobre a resposta de D. João I: “entam juntamente com o infante Eduarte seu Irmao requererom a seu Padre licença, a qual lhe de todo foi denegada, mandando, que todavia o Infante Dom Enrique partisse logo com a frota, como ante tinha determinado; e que o Infante Eduarte, e o Infante Dom Pedro se fossem ambos ao Algarve, e hy ouvessem seu conselho, e o que lhes parecesse, pozessem em obra”. Por mais que o trecho indique que somente D. Henrique foi designado para chefiar a campanha, em nenhum momento transparece que o rei visava prejudicar de alguma forma D. Pedro. Antes parece que D. João buscou, nesse contexto, proteger os dois filhos mais velhos de qualquer incidente na campanha africana. Assim, afirma-se a ideia de zelo do rei que procurava resguardar os herdeiros diretos da coroa e manter a proteção militar do reino. ZURARA, Gomes Eanes de – Crónica do Conde Dom Pedro de Menezes..., Capítulo LXXVII, pp. 258-259.
Baquero Moreno, por exemplo, publicou um estudo acerca dos itinerários do Infante, no entanto, se restringiu ao período da regência (“Os itinerários do Infante D. Pedro 1438-1449”. in MORENO, Humberto Carlos Baquero – O Infante D. Pedro, Duque de Coimbra: itinerários e ensaios históricos. Porto: Universidade Portucalense, 1997, pp. 169-195). Na mesma obra, Moreno considera que o largo período entre o nascimento e a morte de D. Duarte constitui uma etapa da vida do Infante “que mal se conhece e tantas vezes se distorce em função de uma atitude raras vezes isenta de algum preconceito” (“O Infante D. Pedro e o ducado de Coimbra”. in MORENO, Humberto Carlos Baquero – O Infante D. Pedro, Duque de Coimbra..., p. 25).
Veja-se DOM PEDRO, Infante – Livro da Vertuosa Benfeytoria. Ed. Adelino de Almeida Calado. Coimbra: Universidade de Coimbra, 1994; GOMES, Rita Costa – “Virtuosa Benfeitoria”. in LANCIANI, Giulia; TAVANI, Giuseppe (org.) – Dicionário da Literatura Medieval..., pp. 681-683; SOARES, Nair de Nazaré Castro – “O Infante D. Pedro e a cultura portuguesa”. Biblos. Revista da Faculdade de Letras – Universidade de Coimbra (2002), pp. 107-128.
LIVRO DOS OFÍCIOS de Marco Tullio Ciceram, o Qual Tornou em Linguagem o Ifante D. Pedro Duque de Coimbra. Ed. Joseph M. Piel. Coimbra: Universidade de Coimbra, 1948. Ver ainda: CALADO, Adelino de Almeida – “A data da tradução do De Officiis pelo Infante D. Pedro”. Revista da Universidade de Aveiro vol.12, p. 198. Para além das obras citadas, consta que o Infante traduziu o De re militari de Vegécio e o De regimine principum de Egídio Romano. D. Pedro atuou ainda como promotor de traduções, tendo encomendado, por exemplo, o Panegírico de Trajano, escrito por Plínio, e o De ingenuis moribus et liberalibus studiis, de Pedro Vergério, ao amigo Dr. Vasco Fernandes de Lucena. Veja-se PINHO, Sebastião Tavares de – “O Infante D. Pedro e a “Escola” de tradutores da Corte de Avis”. Actas do Congresso Comemorativo do 6º Centenário da morte do Infante D. Pedro. Biblos. Revista da Faculdade de Letras – Universidade de Coimbra (1993), pp. 140-148.
D. DUARTE – Livro dos Conselhos Del-Rey D. Duarte. (Livro da Cartuxa). Edição diplomática. Ed. João José Aves Dias. Lisboa: Estampa, 1982, doc. 4, p. 27. “Per vos me foy mandado em hu uosso regymento que despois que fose em esta terra uos fizesse hu escrito d aujsamento tal como o outro que me vos destes”.
GODINHO, Vitorino Magalhães – Portugal: a emergência de uma Nação. Lisboa: Edições Colibri, 2004, p. 76.
MORENO, Humberto Carlos Baquero – “O Infante D. Pedro e o ducado de Coimbra”. in O Infante D. Pedro, Duque de Coimbra..., p. 25.
LIMA, Douglas Mota Xavier de – “A política matrimonial de D. João I: um instrumento de afirmação dinástica. Portugal, 1387-1430”, Roda da Fortuna, Revista eletrônica sobre Antiguidade e Medievo, vol. 3, 2 (2014), pp. 193-195. Especificamente sobre o casamento de D. Beatriz, ver: SILVA, Manuela Santos – “O casamento de D. Beatriz (filha natural de D. João I) com Thomas Fitzalan (Conde de Arundel) – paradigma documental da negociação de uma aliança”. in FARIA A. L.; BRAGA I. D. (org.) – Problematizar a História. Estudos de História Moderna em homenagem à Maria do Rosário Themudo Barata. Lisboa: Caleidoscópio, 2007, pp. 77-91.
SOUSA, D. António Caetano de – Provas da História Genealógica da Casa Real Portuguesa. Nova edição revista por Manuel Lopes de Almeida e César Pegado. Coimbra: Livraria Atlântida, 1947, Tomo I, vol. III, pp. 103-104; 182-184 e 187-188; SERRÃO, Joaquim Veríssimo – “João, Infante”. in SERRÃO, Joel (dir.) – Dicionário de História de Portugal. Lisboa: Iniciativas Editoriais, 1975, pp. 604-605.
LIMA, Douglas Mota Xavier de – O Infante D. Pedro e as Alianças externas de Portugal (1425-1449). Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2012, Dissertação de Mestrado, pp. 98-119.
DINIS, António Joaquim Dias – “À volta do casamento do infante D. Duarte”..., doc. 2 e 3, pp. 42-43. Os referidos documentos encontram-se publicados ainda na MONUMENTA HENRICINA. Ed. António Joaquim Dias Dinis. Coimbra: Comissão Executiva das Comemorações do V Centenário da morte do Infante D. Henrique, 1960-1974, Vol. I, doc. 141 e 142, pp. 326-328.
ZURARA Gomes Eanes de – Crónica da Tomada de Ceuta, Capítulo XVI, p. 81.
ZURARA Gomes Eanes de – Crónica da Tomada de Ceuta, Capítulo XVI, p. 82.
A partir da crónica, é possível inferir que a proposta de envolver D. Pedro na negociação foi de D. João I, não da rainha da Sicília – como o próprio Zurara afirma no capítulo anterior –, visto que o rei formou a embaixada como uma forma de dissimulação pois sabia os problemas implicados no estatuto do Infante (“A qual cousa eu sei pelo requerimento que me ela enviou fazer que me prouvesse de casar meu filho o Infante Dom Pedro, a qual cousa eu sei bem que certo ela não há-de fazer. Empero a aproveitará muito semelhante cometimento porquanto meus embaixadores terão azo de ir e vir por acerca daquela cidade [Ceuta], onde poderão devisar todo o que lhe por mim for mandado”. ZURARA Gomes Eanes de – Crónica da Tomada de Ceuta..., Capítulo XV, p. 79).
Trata-se de D. Branca I de Navarra, esposa de Martin I, o Jovem, rei da Sícília e herdeiro de Aragão. Após a morte deste, em 1410, Branca permaneceu à frente do reino da Sicília até 1415. Sobre a rainha, ver: FODALE, Salvatore – “Blanca de Navarra y el gobierno de Sicilia”. Principe de Viana 60 (1999), pp. 311-322.
STARZER, Albert – Geschichte der Stadt Wien. III Band, p. 680, citado a partir de SANTOS, Domingos Maurício Gomes dos – “O Infante D. Pedro na Áustria-Hungria”. Brotéria. Revista Contemporânea de Cultura. Tomo LXVIII, Lisboa (1959), p. 20.
RUSSELL, J. C – “Population in Europe, 500-1500”. in CIPOLLA, Carlo M. (ed.) – The Fontana Economic History of Europe. Vol. I, The Middle Ages. London: Collins-Fontana Books, 1978, p. 42, citado a partir de MARQUES, António H. de Oliveira – Portugal na crise dos séculos XIV e XV. Lisboa: Presença, 1987, p. 22.
SOUSA, Armindo de – “Condicionamentos básicos”. in MATTOSO, José (dir.) – A Monarquia Feudal. História de Portugal. Vol. II. Lisboa: Estampa, 1993, p. 358. O quadro foi desenvolvido por Sousa a partir do capítulo1 do Leal Conselheiro, escrito por D. Duarte.
SOUSA, Armindo de – “Condicionamentos básicos” ..., p. 359.
Tal proposta foi esboçada em minha monografia (LIMA, Douglas Mota Xavier de – Um ilustre viajante português do século XV: as viagens do Infante D. Pedro de Portugal (1425-1428). Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2009, pp. 96-97 e 106-107), e defendida recentemente na Dissertação de Mestrado (O Infante D. Pedro e as Alianças externas de Portugal (1425-1449)...). Noutra perspectiva, a ideia de que o casamento de D. Duarte motivou a escolha do Infante, pode ser verificada em: SERRÃO, Joaquim Veríssimo – História de Portugal. Volume II. Formação do Estado Moderno (1415-1495). Lisboa: Verbo, 2ª edição, 1978, p. 33 (“O consórcio de D. Duarte, em vésperas de celebrar-se, acordou em D. Pedro o desejo de se matrimoniar”).
A peste ceifou, por exemplo, a vida de D. Duarte em 9 de setembro de 1438, à época com 47 anos.
Após o Compromisso de Caspe (5 de setembro de 1412) o conde D. Jaime de Urgel refugiou-se no castelo de Balanguer, onde foi cercado no mês de outubro. Desse momento em diante foi despojado dos títulos e bens, e aprisionado na povoação de Urueña, em Castela. A esposa e as filhas foram levadas para o mosteiro de Sixena, no reino castelhano, ficando sob a guarda de D. Leonor de Albuquerque, esposa de D. Fernando e rainha de Aragão (RODRIGUES, Ana Maria S. A. – “D. Leonor, Infanta de Aragão, Rainha de Portugal: linhagem, gênero e poder na Península Ibérica do século XV”. in Raízes medievais do Brasil moderno – Actas. Lisboa: Academia Portuguesa de História, 2008. pp. 217-218).
DUARTE, Luís Miguel – D. Duarte. (1391-1438). Lisboa: Círculo de Leitores, Temas e Debates, 2007, p. 170.
DINIS, António Joaquim Dias – “À volta do casamento do infante D. Duarte”..., p. 36.
O contrato matrimonial de D. Pedro foi celebrado em 13 de setembro de 1428, dando o Infante por arras à D. Isabel 6 000 florins de ouro de Aragão, garantidos pelos seus castelos de Montemor-o-Velho e Tentúgal. O dote da noiva foi estabelecido em 40 900 florins de ouro, fidelizados pelo castelo de Alcolea. O contrato foi confirmado por D. João I e D. Duarte somente em março de 1429, e ainda no mês de maio, D. Isabel permanecia em Aragão. MONUMENTA HENRICINA..., Vol. III, doc. 122, pp. 244-250; doc. 133, pp. 284-285. Este documento indica que D. Alfonso de Aragão ofereceu 1 000 florins de ouro para subsidiar a viagem de D. Isabel para Portugal.
“Num exemplo pouco vulgar para a época, escolheu ele [D. Pedro] mesmo a sua mulher” (MARQUES, Alfredo Pinheiro – Vida e Obra do Infante D. Pedro..., p. 12).
“E aquele desagrado de Luna [com a aliança luso-aragonesa através do casamento de D. Duarte] deve ter sido confirmado na longa conferência de Aranda de Duero com o infante D. Pedro de Portugal, que, por isso, ali ficou habilitado a declarar, nas suas procurações de setembro seguinte, datadas de Valhadolide e de Zamora, o nome de sua noiva, D. Isabel de Urgel” (DINIS, Antonio Joaquim Dias – “À volta do casamento de D. Duarte”..., pp. 37-38).
“Estou convicto de que este monarca [D. Afonso V] concebeu um plano. Na sequência da tumultuosa designação do seu pai, Fernando de Antequera, como rei de Aragão (...), ficaram muitas feridas abertas. As piores, provavelmente, na Catalunha, devido à revolta e à derrota do Conde de Urgel. (...) O casamento das filhas do conde D. Jaime podia ser, neste contexto, um contributo decisivo para virar a página. E de repente desembarca-lhe em Valência o infante D. Pedro, prestigiado em toda a Europa, filho segundo do rei de Portugal, irmão do príncipe D. Duarte que, dali a algumas semanas, se casaria com a sua (dele, Afonso V) irmã Leonor. Se o ligasse a uma filha do conde de Urgel, Afonso V começava a resolver um dos seus maiores problemas e aproximava as famílias rivais, a sua e a de Urgel, casando duas donzelas ‘adversárias’ com dois irmãos” (DUARTE, Luis Miguel – D. Duarte. (1391-1438)..., p. 171).
DUARTE, Luis Miguel – D. Duarte. (1391-1438) ..., pp. 150-154.
D. DUARTE – Livro dos Conselhos Del-Rey D. Duarte..., doc. 7, p. 50.
“Para tanto, o condestável terá favorecido a aproximação entre o Infante e a Casa de Urgel, pois D. Álvaro de Luna sabia que teria um ótimo aliado se D. Pedro casasse com uma das filhas daquele Conde”. ARAÚJO, Julieta – Portugal e Castela na Idade Média. Lisboa: Edições Colibri, 2009, p. 52.
Julieta Araújo defende, por exemplo, que a amizade começou nessa visita de D. Pedro: “A amizade entre D. Pedro e o condestável de Castela seria, como dissemos, duradoura e muito terá contribuído para o resultado final do casamento do Infante”. ARAÚJO, Julieta – Portugal e Castela na Idade Média..., p. 53.
Ressalta-se que na carta que D. Duarte enviou a D. Pedro, exortando-o a não permanecer descontente, em nenhum momento o herdeiro critica o irmão pela opção matrimonial. (D. DUARTE – Livro dos Conselhos Del-Rey D. Duarte..., doc. 7, pp. 50-55). Além disso, o Infante atuou destacadamente durante a celebração do casamento de D. Duarte, sempre próximo de D. Leonor. D. Pedro aparece na corte régia durante as festas de despedida da infanta D. Isabel, em virtude do casamento com o duque da Borgonha, aparição que se deu ao lado da esposa e da cunhada. Tais elementos não permitem descartar algum desentendimento entre Pedro e Leonor, mas também possibilitam que não se adote a oposição entre os mesmos.
MONUMENTA HENRICINA..., Vol. III, doc. 80, p. 163.
MONUMENTA HENRICINA..., Vol. III, doc. 106, pp. 218-219.
MONUMENTA HENRICINA..., Vol. III, doc. 113, pp. 228-230; doc. 120, pp. 239-240; doc. 121, pp. 240-244.
OCHOA BRUN, Miguel Angel – Historia de la Diplomacia Española. Vol. 2. Madrid: Biblioteca Diplomática Española, 2003, p. 183 e pp. 189-191.
MENÉNDEZ PIDAL, Ramón – “El compromisso de Caspe, autodeterminación de un pueblo (1410-1412)”. in MENÉNDEZ PIDAL, Ramón (dir.) – Historia de España. Tomo XV. Los Trástamaras de Castilla y Aragón en el siglo XV. Madrid: Espasa-Calpe, 1964, p. CXLIII.
Sobre o contexto ibérico da década de 1420, ver: SUARÉZ FERNÁNDEZ, Luís – “Los infantes de Aragón y Don Álvaro de Luna”. in MENÉNDEZ PIDAL, Ramón (dir.) – Historia de España. Tomo XV. Los Trástamaras..., pp. 69-122; Nobleza y Monarquía. Entendimiento y Rivalidad. El proceso de la construcción de la coronã española. Madrid: La Esfera de los libros, 2005, pp. 179-210.
Veja-se BARATA, Filipe Themudo – Navegação, Comércio e Relações Políticas: os portugueses no Mediterrâneo ocidental (1385-1466). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1998; FONSECA, Luís Adão da – Os Descobrimentos e a formação do Oceano Atlântico. Século XIV-XVI. Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos portugueses, 1999.
OCHOA BRUN, Miguel Angel – Historia de la Diplomacia Española..., p. 186 (“Los Buenos ofícios y la amistad de Juan I de Portugal eran para don Alfonso una baza de muy grande importancia”).
Discorda-se, por exemplo, da posição de Luís Miguel Duarte, que classifica o casamento de D. Pedro como “uma estratégia matrimonial bizarra” (DUARTE, Luis Miguel – D. Duarte. (1391-1438)..., p. 170).
No período que estabeleci anteriormente, até 1435.
Não quero com isso desconsiderar a questão, mas são inúmeros os casos históricos em que os algozes tornaram-se aliados, e não objeto de vingança.
MONUMENTA HENRICINA..., Vol. V, doc. 65, pp. 148-149.
FONSECA, Luís Adão da. Os Descobrimentos e a formação do Oceano Atlântico, p.60.
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