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1Com a publicação do número 70, a Ler História atinge, pode dizer-se, a plena maturidade. Levando já 34 anos de publicação ininterrupta, desde 1983, a Ler História acumula um património respeitável de publicação académica na sua área científica de referência – a história – mas sempre com múltiplas pontes e incursões interdisciplinares. Ao longo destes anos a revista publicou bem mais de 800 títulos, da responsabilidade de mais de 600 autores. Mesmo excluindo os muitos autores estrangeiros, estes números significam, só por si, que poucos serão os historiadores portugueses das várias gerações no activo nas últimas décadas que não têm no seu currículo ao menos um título publicado na Ler História. Isso bastaria para assinalar o papel que esta revista tem desempenhado no desenvolvimento da disciplina em Portugal e o lugar de referência que lhe é justamente reconhecido.

2Os últimos anos foram entretanto marcados por um esforço de renovação e adaptação da Ler História à realidade actual e aos novos paradigmas das revistas académicas internacionais. Destaca-se a aposta decidida na publicação em formato digital e na disponibilização integral dos conteúdos online, através da incorporação na plataforma Revues.org da OpenEdition, bem como a plena adesão ao princípio do livre acesso ao trabalho científico publicado. Destaca-se também a adopção dos critérios que permitiram a acreditação e inclusão da Ler História num número crescente de bases de dados e sistemas de indexação internacionais (Scopus, SCImago, CrossRef, EBSCO, Latindex, ERIH Plus, entre outros).

3Estes passos, além do mais, eram indispensáveis para dar resposta às necessidades e às características actuais de publicação e disseminação do trabalho académico, e, desse modo, também para restabelecer a atractividade da Ler História como espaço de publicação, em especial para os investigadores mais jovens e em fase de progressão na carreira. Hoje, quem publica na Ler História – ou quem publicou, visto que está a ser feito progressivamente o carregamento retrospectivo dos números anteriores – tem a garantia de que o seu trabalho fica imediatamente acessível na web, indexado e catalogado numa variedade de plataformas de revistas científicas.

4Infelizmente, os últimos anos foram também marcados por sérias dificuldades financeiras, devidas, em particular, à cessação do apoio financeiro regular da FCT, o que, inclusivamente, nos forçou a publicar apenas um número por ano em 2015 e 2016. A solução encontrada para estas dificuldades passou por um reenquadramento institucional das relações com o ISCTE-IUL, dando expressão formal a uma relação de facto que durava desde o próprio nascimento da revista, e que, aliás, fazia parte da imagem pública da Ler História, embora, na verdade, esta se tivesse mantido sempre como uma publicação independente. Agora, a revista formalizou o vínculo institucional com o ISCTE-IUL, que passa a deter a propriedade do título da Ler História e a responsabilizar-se, assim, pela sua publicação e financiamento regular, ficando naturalmente salvaguardadas todas as garantias de independência e autonomia científica, editorial e de funcionamento da revista. Estão assim criadas as condições de estabilidade indispensáveis para a continuação e aprofundamento deste projecto editorial.

5É importante sublinhar que a Ler História continuará empenhada em manter a diversidade de afiliações institucionais do seu corpo editorial e, como até aqui, em ser um espaço de publicação aberto a investigadores de todas as instituições e de qualquer país. A abertura e o pluralismo, em todos os sentidos (nos corpos editoriais, na colaboração, nas opções teórico-metodológicas, nos temas, nas cronologias) sempre foram, aliás, uma marca identitária da Ler História e uma explicação para a sua longevidade, qualidade e reputação.

6Também do ponto de vista linguístico adoptamos hoje uma política bastante plural, admitindo a publicação em português, inglês, francês e espanhol. Deste modo, os autores que publicam com a Ler História vêem consideravelmente alargado o alcance da difusão dos seus trabalhos, para mais considerando que ficam imediatamente acessíveis online e em acesso aberto. Além disso, esta política multilingue, pragmática e sem complexos de qualquer espécie, é mais um instrumento da estratégia de internacionalização da revista, que vem desde a sua criação e que se pretende aprofundar.

7Por fim, vale assinalar que o número 70 é o primeiro a ser inteiramente produzido sob responsabilidade da nova direcção, a que tenho a honra de presidir, na companhia do Frédéric Vidal, desde que, em Dezembro último, o Conselho de Redacção nos elegeu para o cumprimento desta missão. Uma nova direcção traz sempre, naturalmente, elementos de renovação. Mas, no caso da Ler História, o que mais importa salientar é o princípio da continuidade e do aprofundamento de um projecto editorial, ele próprio, com história, uma história de quase três décadas e meia. Por isso mesmo, no início deste novo ciclo, cumpre aqui uma palavra de reconhecimento pela dedicação e pelo trabalho desenvolvido por todas as direcções anteriores, sem excepção. Todas, em circunstâncias diferentes e por vezes bastante difíceis, procuraram o melhor para a revista. É com esse mesmo espírito que pretendemos prosseguir.

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Para citar este artigo

Referência do documento impresso

José Vicente Serrão, «Editorial»Ler História, 70 | 2017, 5-6.

Referência eletrónica

José Vicente Serrão, «Editorial»Ler História [Online], 70 | 2017, posto online no dia 12 setembro 2017, consultado no dia 25 janeiro 2025. URL: http://0-journals-openedition-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/lerhistoria/2668; DOI: https://0-doi-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/10.4000/lerhistoria.2668

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Autor

José Vicente Serrão

Director

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Direitos de autor

CC-BY-NC-4.0

Apenas o texto pode ser utilizado sob licença CC BY-NC 4.0. Outros elementos (ilustrações, anexos importados) são "Todos os direitos reservados", à exceção de indicação em contrário.

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