Notas
Artigo desenvolvido a partir do PhD em Library and Information Studies pela Universidade de Londres que deu origem a Governação e Arquivos: D. João VI no Brasil, Lisboa, IANTT, 2007.
Acerca do funcionamento ineficaz do Bloqueio Continental em Portugal e da realidade económica e social portuguesa como uma das condicionantes das invasões francesas, V. Macedo (1990).
Sobre as escolhas que Portugal tinha e os contornos do contexto internacional que levaram o monarca português a ir para o Brasil, V. Macedo (2006), vol. 1, p. 349-353.
Além disso, Portugal terá ficado sujeito a instabilidade financeira com a suspensão da convertibilidade do real em 1797 e sucessivas desvalorizações cambiais. V. Henriques (2007), p. 216, citando Cardoso (1989).
Os governadores nomeados eram o Marquês de Abrantes, Francisco da Cunha Menezes, tenente general do Exército, o Principal Castro, conselheiro do Rei e regedor da Justiça, Pedro de Mello Breyner, conselheiro do Rei e presidente do Real Erário na ausência de Luís de Vasconcellos e Sousa, D. Francisco de Noronha, tenente general dos Exército e presidente da Mesa da Consciência e Ordens e, para substituir qualquer ausente, o Conde Monteiro-mór presidente do Senado da Câmara de Lisboa e dois secretários, o Conde de Sampaio e, como seu substituto, D. Miguel Forjaz, e o desembargador do Paço e procurador da Coroa João António Salter de Mendonça. V. Decreto régio, Palácio da Ajuda, 26 de Novembro de 1807, impresso, ANTT, SP 2239.
Sobre este assunto da Madeira V. documentos publicados in: Castro (1857), vol. 4, p. 236-253 e p. 264-273, e Biker (1878), vol. 7, p. 61-97.
Em Maio de 1808, os britânicos tomaram a seu cargo a defesa de Goa e das suas dependências, ocupando-a. V. Convenção entre o Conde de Sarzedas, Vice-rei e Capitão Geral das possessões portuguesas na Índia e o Capitão Coortland Schuyler, residente britânico em Goa, de acordo com Instrução de Lord Minto, Governador Geral da Índia britânica, contra os franceses, seus aliados ou dependentes, Palácio de Pangim, 25 de Maio de 1808, Conselho Ultramarino, publicado por Biker (1878), vol. 7, p. 165-169. A presença britânica não foi, na verdade, consentida, como os protestos do Governo português, que continuavam ainda em Maio de 1809, mostram. Documentos do MNE pub. por Biker (1878), vol. 7, p. 184-194.
A ocupação de Macau foi breve devido à oposição chinesa. Entre Setembro e Dezembro de 1808, tropas britânicas comandadas pelo Almirante Drury tentaram desembarcar em Macau. Esta tentativa deu origem a uma intensa correspondência entre as autoridades portuguesas, especialmente o Governador e Capitão General de Macau, Bernardo Aleixo de Lemos, e o Almirante britânico e o Conselho da Companhia das Índias britânicas, bem como entre várias autoridades chinesas do Sul (o mandarim de Hiangxam, o suntó de Cantão) e os portugueses (em particular o procurador de Macau) e, também, o Almirante britânico. Macau não desejava a ocupação britânica e os chineses recusavam-na. Alegaram que, se a cidade precisasse de ser defendida dos franceses, os mandarins enviariam tropas. V. documentos sobretudo do Conselho Ulttramarino, publicado por Biker (1878), vol. 7, p. 271-396. Andrée Mansuy-Diniz Silva apresentou uma comunicação sobre a temática «As relações entre Macau e o Brasil entre 1808 e 1812» no Seminário Internacional Memórias Lusófonas, organizado pelo IICT, Lisboa 8-12 de Outubro de 2007.
Collecção de leis do Brazil, publicado por Biker (1878) vol. 7, 1805-1814, p. 102-103 ou publicado e analisada por Cardoso (2001).
Publicação e análise por José Luís Cardoso (2001).
Recomendação do Marquês de Belas para o Príncipe Regente [1808] sobre a abertura dos portos do Brasil e o Governo no Brasil, Real Gabinete, Col. do Autor, pub. por Pereira (1956), pp. 38-43.
Roberto de Macedo publicou o decreto sem referir a fonte, acrescentando Fazenda a Negócios do Brasil. V. Macedo (1983), p. 24. Contudo o registo do decreto por cópia, não menciona os negócios da Fazenda. Nem o fez mais recentemente Heloísa Liberalli Belloto; v. Belloto (1986).
Relativamente a todas as nomeações, V. Registo de Mercês, ANRJ, Cod. 15, vol. 1, fl. 1r-1v, e ANTT, micr. 043-2000.
Decreto régio, Palácio do Rio de Janeiro, 16 de Novembro 1812, pub. por Pereira (1956), vol. 3, p. 217-
-218. O Infante D. Pedro Carlos era filho de D. Mariana Vitória de Bragança e D. Gabriel de Bourbon e Saxe e, quando órfão, foi para a Corte portuguesa para ser educado. Em 13 de Maio de 1810, casou com a prima, a princesa mais velha D. Maria Teresa, tendo falecido em 26 de Maio de 1812. V. Baptista (1962), p. 11-12.
Em 1 de Abril de 1808. V. estudo e pub. por Cardoso (2001), e a articulação que estabelece com o Tratado de Amizade e Comércio celebrado em 1810 entre Portugal e a Grã-Bretanha, desiquilibrando a liberdade de produção e comércio no Brasil «mas indispensável à integridade da soberania política portuguesa» e referindo ainda a tradição da historiografia luso-brasileira na análise destes tratados entre a qual Valentim Alexandre que é particularmente exaustivo; v. Alexandre (1993).
Registo do alvará régio, Ministério do Império. Registo das leis, cartas e alvarás, BR, ANRJ, Cod. 528, vol. 1, fl. 2r-4v, ANTT, micr. 046-2000 DDP.
V. Registo de Mercês, ANRJ, Cod. 15, vol. 1, fl. 4r, ANTT, micr. 043-2000.
Alvará referido, por exemplo, no termo de abertura do Livro de Registo das Leis, e Alvarás da Chancelaria Mor do Estado do Brasil..., ANRJ, Cod. 48, vol. 1.
Registo de Mercês, ANRJ, Cod. 15, vol. 1, fl. 5r, ANTT, micr. 043-2000.
Alvará copiado no «Livro 1.º do Registo das Mercês», ANRJ, Cod. 137, vol. 1, fl. 1r.
Alvará régio, Palácio do Rio de Janeiro, 10 de Maio de 1808, ANRJ, Cod. 528, vol. 1, fl. 12v-15r, ANTT, micr. 046-2000.
Alvará régio, Palácio do Rio de Janeiro, 6 de Maio de 1809, ANRJ, Cod. 528, vol. 1, fl. 102v-103r, ANTT, micr. 046-2000.
Alvará régio, 10 de Maio de 1808 referido no registo da carta régia, 16 de Maio de 1808, que nomeia o intendente geral da Polícia, de acordo com o decreto de 13 de Maio de 1808. ANRJ, Cod. 528, vol. 1, fl. 15r-15v, ANTT, micr. 046-2000.
Registo do alvará régio, Palácio do Rio de Janeiro, 28 de Junho de 1808, ANRJ, Cod. 528, vol. 1, fl. 31r-44v, ANTT, micr. 046-2000.
Registo do alvará régio, Palácio do Rio de Janeiro, 23 de Agosto de 1808, ANRJ, Cod. 528, vol. 1, fl. 62v-63v.
Já em 1790 o alvará régio de 17 de Dezembro tinha reunido o Erário Régio e o Conselho da Fazenda num só organismo. Mas essa união correspondeu mais à reorganização de ambos os organismos do que a uma concentração. Uma mudança significativa foi a acumulação, pelo presidente do Erário, da presidência do Conselho da Fazenda. V. Frazão (1995), pp. 43-45.
Existiam juntas da Fazenda no Brasil ao nível das capitanias-gerais (Rio de Janeiro, S. Salvador da Baía, Pernambuco, Maranhão, Pará, S. Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás). Presididas pelos governa- dores das capitanias-gerais, tinham uma ligação directa com o Erário Régio em Lisboa e eram independentes umas das outras embora, em alguns casos, as suas competências se sobrepusessem, causando fricções. Uma vez que tratavam de assuntos ligados às receitas, eram um elemento chave para o controlo económico do Brasil. Wehling (1986), pp. 113-119.
Ver, por exemplo, no caso da Junta da Fazenda de S. Paulo, Registo das Cartas e Provisões Régias do Real Erário e do Conselho da Fazenda, 1769-1822, ANRJ, Cod. 447, vol. 1-6 e Provisões do Inspector e Presidente do Real Erário, 1781-1821, ANRJ, Cod. 448, vol. 1-27, tal como elencados na «Relação de códices da antiga Secção de Documentação Histórica», Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1962. Dactilografado, rev. parcialmente em 1996, p. 100-101.
As mesas da inspecção regulavam o comércio de certos produtos e intervinham por vezes na sua produção. Neste período e no território brasileiro, existiam mesas da inspecção não apenas no Rio de Janeiro mas também na Baía, Pernambuco e Maranhão, e superintendiam sobretudo o comércio do açúcar e do tabaco. Apesar das mesas da inspecção estarem ligadas ao Governo em Lisboa, separadamente do governador ou vice-rei, este último influenciava-as, especialmente no caso da Mesa da Inspecção do Rio de Janeiro. V. Wehling (1986), pp. 119-121.
Registo de posses e juramento dos deputados da Real Junta do Comércio, ANRJ, Cod. 520, fl. 1r.
V. sobretudo Manchester (1972), pp. 77-83. O número de oficiais das secretarias de Estado bem como de tribunais no Rio de Janeiro foi em geral ligeiramente inferior ao número de oficiais dos tribunais correspondentes em Lisboa.
V., por exemplo, nomeações para a Relação da Baía e renomeações para ouvidores da Comarca da Baía, ANRJ, Cod. 15, vol. 1, fl. 11v-12r.
Barman (1988), p. 47 e 59.
V., por exemplo, despacho no. 90, Charles Stuart para o Marquês Wellesley, Lisboa, 12 de Março de 1810, UK, TNA, FO 63/89, fl. 39r-39v.
Stuart para o Marquês Wellesley, Lisboa, 17 Março, 8 de Setembro, 25 de Novembro de 1810, TNA, FO 63/89, fl. 98r-101v, FO 63/92, fl. 312r-313r, FO 63/95, fl. 9r-10r.
V., por exemplo, o registo das ordens régias emitidas por esta Secretaria de Estado para as autoridades das Ilhas dos Açores, Madeira, Cabo Verde e S. Tomé, no Atlântico e para as de Goa e Moçambique. Registo de aviso, avisos circulares, cartas régias..., 23 de Março de 1808-1 Fevereiro 1821, ANRJ, NP, Cod. 268, ANTT, micr. 11-98 Os registos das ordens para Macau encontram-se inseridos nos de Goa. V. ainda referência às cartas de Diogo Vieira de Tovar e Albuquerque, procurador da Coroa e da Fazenda em Goa para o Visconde de Anadia, D. João Rodrigues de Sá Menezes, ministro e secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos, 12 de Março de 1809, feita por Tovar numa informação para o Príncipe Regente, [1815], ANRJ, Gabinete D. João VI, mç. 7, 456.
V. conjuntos de documentos enviados das autoridades das possessões portuguesas para a acima mencionada Secretaria de Estado e para o referido ministro, entre 1809-1822, ANRJ, NP, cx. 642, pac. 1,4, pac. 1,7, pac. 1,8, pac. 1,11, pac. 1,26, pac. 1,28, pac. 1,54, pac. 1,91, pac. 2 (incluindo Benguela e Angola) NP, cx. 644, pac. 1,13 e documentos dispersos em ANRJ, NP, cx. 616, pac. 1,46, e cx. 632, pac. 2,18.
Correspondência dos Governadores do Reino para a Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, 31 de Maio de 1809-18 Março de 1820, ANTT, MNE, cx. 885-912 e Março-Junho de 1820, Junho-Outubro de 1820, AHI, lata 338, mç. 3, pastas 16 and 17.
V. Correspondência recebida da Legação de Londres, 1808-1821, Catálogo do Arquivo Histórico do Itamaraty: parte III – 30 - documentação anterior a 1822, 2.ª ed. rev. e aumentada, Brasília: FUNAG, 2000, p. 165-166; Livro de registo dos despachos da Corte do Rio de Janeiro para a Legação de Londres, 13 de Março de 1808 - 30 Maio de 1811, ANTT, MNE, liv. 566. Além da sua importância política, esta legação ganhou uma função económica decisiva, uma vez que se tornou uma agência financeira para o Governo português. V. Lima (1996), p. 478.
Cópia da carta de Lord Castlereagh para o Oficial General comandando as Forças Britânicas em Portugal transmitida a George Canning, Secretário dos Negócios Estrangeiros, anexa à carta de E. Cork, Downing Street, 18 de Agosto de 1808, TNA, FO 63/66, fl. 49-54v.
Despacho no. 8, Lord Strangford para G. Canning, Rio de Janeiro, 8 de Outubro de 1808, FO 63/60, fl. 61r-61v, Rascunho do parecer de D. João Almeida Melo e Castro para o Príncipe Regente, 23 de Dezembro de 1808, IHGB, DL 105.17. V. ainda Alexandre (1993), pp. 195-199.
Pub. por Neves (1984), pp. 490-493.
Registo da conta no. 1, dos Governadores do Reino para o Príncipe Regente, 18 de Outubro de 1808, ANTT, MR, liv. 314, fl. 2r.
Registo do aviso de João Salter de Mendonça para o Conde de Peniche (da Junta e Estado da Casa de Bragança), Secretaria de Estado dos Negócios do Reino, 20 de Setembro de 1808, ANTT, MR, liv. 39, fl. 39r-39v. Breyner sugeriu que o Conde Monteiro-Mór tinha sido quase forçado pelo General Hope, por Forjaz e pelos outros membros da Regência para eleger o Bispo do Porto. Ofício de Pedro de Melo Breyner, Lisboa, 7 de Outubro de 1808, ANRJ, NP, cx. 632, pac. 2,2.
Despacho no. 15 de Lord Strangford para Canning, Rio de Janeiro, 22 de Abril de 1809, FO 63/68, fl. 245r-249r.
Registo da carta régia para os governadores do Reino, Palácio do Rio de Janeiro, 11 de Janeiro de 1809, ANTT, MR, liv. 380, p. 32.
Registo da conta no. 11, dos Governadores do Reino para o Príncipe Regente, 24 de Maio de 1809, ANTT, MR, liv. 314, fl. 26v-33r.
Bispo Patriarca Eleito, (Fr. António de S. José e Castro, Bispo do Porto, entretanto Patriarca Eleito de Lisboa), Francisco da Cunha e Meneses, D. Francisco Xavier de Noronha, D. Miguel Pereira Forjaz, João António Salter de Mendonça.
Ofício no. 1 dos Governadores do Reino para o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, Lisboa, Palácio do Governo, 31 de Maio de 1809, ANTT, MNE, cx. 885.
Palácio do Rio de Janeiro, 30 de Agosto de 1809, ANTT, MR, mç. 242, registado em ANTT, MR, liv. 380, p. 53-60.
Despacho n.º 1, de Canning para Villiers, Foreign Office, 22 de Novembro de 1808, TNA, FO 63/74, fl. 4r-4v.
Despacho n.º 2, Villiers para Canning, Lisboa, 26 de Dezembro de 1808, TNA, FO 63/75, fl. 22r-24r. Este pedido já estava a ser considerado em Janeiro de 1809. Minuta do despacho no. 4, Canning para Villiers, Foreign Office, TNA, FO 63/74, fl. 82r.
Canning escreveu a Villiers que o Brigadeiro Beresford comandaria o Exército português, com a patente de Tenente-General, requerida pelos portugueses, mas que ele seria colocado sob as ordens do Comandante-em-Chefe das forças britânicas. Despacho n.º 9, Canning para Villiers, Foreign Office, 17 de Janeiro de 1809, TNA, FO 63/74, fl. 97r-100r.
Villiers para Canning, Lisboa, 9 de Março de 1809, TNA, FO 63/75, fl. 202r-205v.
Villiers informou Forjaz, em 24 de Abril de 1809. ANTT, MNE, liv. 133, fl. 14r. Quando A. Wellesley chegou, o Governo em Portugal emitiu uma carta régia nomeando-o Marechal-General e responsável pelos Exércitos Combinados. Ofício n.º 1, dos governadores do Reino para o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, Lisboa, Palácio do Governo, 31 de Maio de 1809, ANTT, MNE, cx. 885. V. ainda Vicente (1993), pp. 11-96, esp. pp. 24-25 e Muir (1996), p. 93.
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