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1A professora Miriam Halpern Pereira decidiu deixar a direcção da Ler História e a redacção elegeu-me para a substituir. Nessa qualidade devo perspectivar o futuro da revista. A Ler História deve a Miriam Halpern Pereira o saber e a persistência que a conduziu até ao seu actual estatuto. Este constitui um património de que nos orgulhamos e queremos continuar a aprofundar.

2O caminho percorrido desde 1983 foi longo. A História ensinada nas universidades portuguesas estava ainda muito marcada pelo isolamento internacional e por um corporativismo estreito que quase excluía as relações inter-universitárias. O número de doutorados em História era baixo e havia uma carência de divulgação da investigação através de revistas científicas que atingissem um publico alargado. O pequeno grupo de professores universitários que então constituía a equipa de História do ISCTE constituiu o núcleo em torno do qual se reuniu um conjunto de jovens historiadores decididos a alterar esta situação.

3No editorial do primeiro número salientava-se que o renovar da historiografia em Portugal ainda não encontrara um instrumento de expressão adequado. Afirmava-se também a vontade de abertura a novas perspectivas e abordagens expressas na ideia de que a revista devia ser um espaço de liberdade crítica sem ligações ideológicas. A abertura de um diálogo entre a História e as outras Ciências Sociais era outro dos pontos fortes da agenda. Desde logo a preocupação com a preservação e disponibilização das fontes necessárias a qualquer renovação historiográfica foi afirmada.

4O grupo de redactores foi evoluindo, uns partiram, outros vieram. Em 1986 criou-se a Associação que hoje produz a Ler História. Em 1987, houve uma reorganização sendo criado um corpo de consultores. Um significativo número de colegas estrangeiros integrou este grupo contribuindo para a divulgação internacional da Ler História.

5Não sendo uma revista institucional e pretendendo chegar a um largo público, a revista Ler História contou com alguns apoios e fez um esforço constante para angariar assinaturas, promover as vendas e procurar financiamentos. Este esforço, em que Miriam Halpern Pereira muito se empenhou, permitiu a regularidade de produção e difusão que também caracterizam a revista.

6No número 21 de 1991, fez-se um balanço da Historiografia portuguesa salientando-se a pujança da investigação no âmbito da História em Portugal.

7A Ler História pensa ter dado um contributo para esse percurso da historiografia nacional. Os noventa e dois autores publicados entre 1983 e 1987, os cento e dezanove publicados entre 1987 e 1990, os cento e dois publicados entre 1990 e 1996 e os cento e quatro publicados entre 1996 e 2001 testemunham a abertura verificada. Entre 2006 e 2008 publicaram na Ler História cinquenta e sete autores. Desde logo o contributo também se espelha na precoce introdução da análise dos artigos por referees contribuindo para obter uma elevada qualidade científica.

8Através de números especiais e de dossiers a perspectiva comparada foi contribuindo para aprofundar a internacionalização da revista. Esse caminho permitiu que fosse classificada como revista de circulação internacional no ERIH e no Latindex. No número 41 publicou-se um dossier bilingue sobre as Histórias Nacionais. Esse dossier, em que paradoxalmente nos faltou uma colaboração portuguesa, mostra que historiadores de origens muito diversas partilham perspectivas e ideias.

9No futuro a Ler História procurará continuar aberta à reflexão, contribuindo para os debates relevantes no território da História. Reafirmará a sua opção por uma história comparativa que naturalmente se traduzirá num reforço da sua internacionalização.

10Continuar significa também acompanhar os tempos marcando presença no espaço virtual, contribuindo para a internacionalização dos historiadores portugueses e aumentando o seu contributo para os debates do presente.

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Para citar este artigo

Referência do documento impresso

Magda Pinheiro, «Continuar»Ler História, 56 | 2009, 5-6.

Referência eletrónica

Magda Pinheiro, «Continuar»Ler História [Online], 56 | 2009, posto online no dia 15 outubro 2016, consultado no dia 16 janeiro 2025. URL: http://0-journals-openedition-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/lerhistoria/1922; DOI: https://0-doi-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/10.4000/lerhistoria.1922

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Autor

Magda Pinheiro

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CC-BY-NC-4.0

Apenas o texto pode ser utilizado sob licença CC BY-NC 4.0. Outros elementos (ilustrações, anexos importados) são "Todos os direitos reservados", à exceção de indicação em contrário.

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