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Mortalidade diferencial por causas externas no Brasil no período de 2000 a 2022

Differential mortality among components of external causes in Brazil - 2000–2022
Mortalidad diferencial por las causas externas en Brasil en el período del 2000 al 2022
Mortalité différentielle par causes externes au Brésil de 2000 à 2022
Aurelia Herminia Castiglioni

Resumos

As causas externas compõem um conjunto heterogêneo, formado por componentes que apresentam determinantes, perfis e tendências diferenciados. O objetivo do trabalho é analisar características sociodemográficas, tendências e distribuição espacial da mortalidade do grupo e principais componentes no Brasil e em suas Unidades Federativas, de 2000 a 2022. Os procedimentos compreendem construção de indicadores, aplicação de método para avaliar tendência e representação espacial dos processos. A mortalidade por causas externas ocupa a quarta posição no total das causas. Seus principais componentes – agressões, acidentes de transporte, quedas e lesões autoprovocadas voluntariamente – apresentam evoluções diversas. As quedas cresceram 322,95% no período; os suicídios, 142,80%; os acidentes, 17,70%; enquanto os homicídios registraram decréscimo de 2,19%. Por sua magnitude e suas consequências para o indivíduo, a família e a sociedade, a mortalidade por causas externas representa importante desafio a ser enfrentado pelos programas de política e saúde pública para prevenção e redução desses agravos evitáveis.

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Notas da redacção

Editor do artigo
Cláudio Luiz Zanotelli.

Artigo recebido em: 09/12/2024
Artigo aprovado em: 16/12/2024
Artigo publicado em: 18/12/2024

Texto integral

Introdução

1As transformações correlatas da estrutura demográfica e dos padrões de saúde decorrentes das mudanças socioeconômicas, do progresso científico e medical, assim como dos modos e estilos de vida da sociedade, em curso em todo o mundo, apontam para desafios a serem considerados nos projetos voltados para as demandas atuais e as futuras, que visam à saúde e à qualidade de vida da população.

2Ao longo da transição epidemiológica, marcada pela transformação dos padrões de saúde e de doenças, a composição da morbimortalidade passa de uma situação de níveis elevados e incidência de doenças infectocontagiosas para uma outra, caracterizada pelo aumento da duração da vida, com predomínio crescente de causas crônicas e neurodegenerativas (Omran, 1971; Vallin; Meslé, 2004).

3Os processos integrados de transição demográfica e epidemiológica resultam na inversão do crescimento dos grupos etários, da base para o topo da pirâmide, e na transferência dos riscos e da incidência da morbimortalidade das primeiras idades para os grupos adultos – em particular, para os idosos (Castiglioni, 2012). A idade mediana do mundo passou de 21,5 anos, em 1980, para 30,2 anos, em 2022; e a proporção da população com 65 anos ou mais, de 5,9 a 9,8% (United Nations, 2022). Segundo as projeções das Nações Unidas, os idosos de 80 anos ou mais, que em 2022 representavam 2,0% da população mundial, mais do que dobrarão nas próximas décadas, chegando a 4,7% em 2050.

4Concomitantemente, as doenças não transmissíveis e os traumatismos ampliam suas representações. As estatísticas globais publicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que as doenças não transmissíveis causaram 74% dos óbitos registrados no mundo em 2019 (OPAS, 2020), sendo estas responsáveis por sete das dez principais causas de mortalidade. As violências, os acidentes e as doenças crônicas e degenerativas destacam-se na composição do modelo atual do estado de saúde do Brasil e do mundo. Segundo Minayo (2006, p. 45): « Esse novo perfil ressalta o peso do estilo de vida, das condições sociais e ambientais e da maior longevidade, exigindo novas abordagens com as quais o sistema de saúde geralmente não está acostumado ».

5As causas externas de morbidade e mortalidade, Capítulo XX da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – CID-10, que apresentam crescimento ao longo dos processos transicionais, compõem um conjunto complexo, com componentes que se diferenciam em suas causas, características, incidências e consequências. Seus componentes, com códigos 104 a 113, abrangem « os acidentes e as violências (homicídios e suicídios), por sua vez decorrentes, respectivamente, de agravos não naturais acidentais e agravos não naturais intencionais » (BRASIL, 2024b, p. 16), assim como as causas relacionadas ao processo de envelhecimento da população.

6As causas explicativas dessas tendências compreendem comportamentos relacionados a determinantes socioeconômicos, culturais, psicológicos, estruturais, assim como a vulnerabilidades decorrentes do envelhecimento e dos estilos de vida da sociedade, que atingem diferentemente os grupos da população e se apresentam desigualmente no contexto nacional. As consequências resultantes desses agravos, além dos óbitos, incluem problemas psicológicos, sociais, econômicos, que atingem o indivíduo, as famílias e as comunidades (Mesquita Filho; Jorge, 2007; Gagné et al., 2013).

7Este trabalho tem por objetivo analisar os níveis, as características sociodemográficas, as evoluções, as tendências e a distribuição espacial da mortalidade por causas externas e suas principais categorias no Brasil e em suas Unidades Federativas no período de 2000 a 2022.

8O Brasil apresenta indicadores de envelhecimento superiores aos da média mundial. A mediana da população subiu de 20,2 para 35,0 anos, entre 2000 e 2022, e a proporção de idosos de 65 anos ou mais, de 4,0% para 10,9% (IBGE, 2024).

9Nos índices de composição da mortalidade, as causas externas apresentam representação decrescente, passando de 12,51% do total de óbitos para 9,90%, entre 2000 e 2022 (BRASIL, 2024a), mas ocupam ainda a quarta posição na classificação dos capítulos de causas de mortalidade, vindas após as doenças do aparelho circulatório, as neoplasias e as doenças do aparelho respiratório.

10No trabalho, foram utilizados dados do Datasus – Sistema de Informação sobre Mortalidade (BRASIL, 2024a), para levantamento dos óbitos classificados por residência, e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2024), para a população em geral. As análises são realizadas para o capítulo de causas externas e, mais especificamente, para as principais causas que compõem o grupo.

11Os procedimentos utilizados compreendem o cálculo de indicadores de mortalidade anuais para análise dos seus níveis e da sua evolução no período, além das características das pessoas que sofreram óbitos, classificadas segundo as classes etárias e o sexo. A avaliação de tendência consistiu na aplicação do método Prais-Winsten, técnica de análise de regressão linear generalizada que fornece os parâmetros para classificar a evolução da tendência dos indicadores no período como crescente, decrescente ou estável (Prais; Winsten, 1954; Antunes; Cardoso, 2015). O estudo das diferenciações espaciais consiste na construção e na representação cartográfica das taxas de mortalidade dos componentes do capítulo de causas externas das 27 Unidades Federativas do país, no ano de 2022.

12O conhecimento das características e das tendências das condições específicas de saúde é essencial para a compreensão desse capítulo complexo, que apresenta causas multifatoriais, que atingem predominantemente a população jovem adulta, mas também causas relacionadas ao aumento da longevidade, com perspectiva de incidência crescente nas próximas décadas. O atendimento médico-hospitalar para tratamento desses agravos e suas consequências demanda serviços especializados por longos períodos, com custos elevados de hospitalização (Mesquita Filho; Jorge, 2007). Nesse sentido, os indicadores dos níveis de saúde fornecem subsídios para o planejamento, a implementação e a avaliação de políticas de saúde e investimentos, visando priorizar a aplicação de serviços de prevenção, vigilância e tratamento de acidentes e de violência e suas sequelas em cenários e grupos que vivem em situação de maior risco de ocorrência de morbimortalidade por causas externas (Laurenti; Mello-Jorge; Gotlieb, 2008; Celino et al., 2021; Fauveau, 2002).

Causas externas de morbidade e mortalidade e principais componentes

13Os óbitos por causas externas compreendem acidentes e violência, destacando-se, entre os quais, segundo o número de ocorrências, as agressões, os acidentes de transporte, as quedas e as lesões autoprovocadas voluntariamente.

Agressões

14O homicídio é definido no Art. 121 do Código Penal brasileiro como: « Matar alguém », seja a eliminação da vida de uma pessoa por outra. Essa conduta, nomeada de « homicídio simples », pode ocorrer em circunstâncias mais graves, caracterizando o « homicídio qualificado », com penalidade maior (TJDFT, 2024).

15Segundo os resultados do Estudo Global sobre Homicídios 2023, realizado pelas Nações Unidas, foram registrados 458.000 assassinatos no mundo em 2021, dos quais 38% ocorreram na África e 34% nas Américas (United Nations, 2023). O Brasil é o país que lidera o ranking mundial em número de homicídios, nesse ano de 2021, com cerca de 10% do total, seguido por Índia e México.

16O mundo registrou uma taxa de homicídios de 5,8 óbitos por 100.000 habitantes. As taxas mais elevadas são apresentadas majoritariamente por países das Américas, liderados por Honduras e Jamaica; o Brasil está em sétimo, com taxa 3,7 vezes mais elevada que a global (United Nations, 2023).

17Os homicídios apresentam importante seletividade por sexo e faixa etária. As vítimas e os agressores da criminalidade violenta são, em sua maioria, homens jovens, moradores de locais com condições precárias de infraestrutura e em situação social e econômica de risco (Lira, 2019). Segundo a World Health Organization (WHO), 81% das vítimas globais são do sexo masculino e concentram-se na faixa etária de 20 a 24 anos, com taxas mundiais de 12,7 óbitos por 100.000 pessoas. A região das Américas apresenta o maior valor, atingindo o pico de 40,6 óbitos por 100.000 habitantes para o grupo jovem (WHO, 2024).

Acidentes de transporte

18O acidente « é entendido como o evento não intencional e evitável, causador de lesões físicas e ou emocionais » (Brasil, 2000). Tendo em vista o número elevado e crescente desses eventos, as Nações Unidas estabeleceram metas para a redução das mortes no trânsito, no período de 2010 a 2020, para a Segurança Rodoviária das Nações Unidas. A taxa de óbitos no trânsito mundial foi reduzida, entre 2010 e 2021, em 5,9%, chegando nesse último ano analisado a 1,18 milhão de mortes. Já a taxa global de mortalidade causada por acidentes de trânsito, no mesmo período, passou de 17,9 para 14,9 mortes por 100.000 habitantes (WHO, 2024). As reduções foram observadas nas diversas regiões, mas as metas propostas não foram alcançadas.

19Os fatores de risco relacionados à morbimortalidade por acidentes englobam uma multiplicidade de causas estruturais e pessoais. A infraestrutura inadequada das vias, relativa à iluminação, sinalização, manutenção, legislação e vigilância do trânsito, aparece como um fator que propicia a ocorrência de acidentes (Souza et al., 2007). Os comportamentos dos condutores – como uso de álcool e drogas, velocidade, não utilização de equipamentos de segurança, desrespeito às normas do trânsito e falta de manutenção do veículo – são fatores que compõem outro eixo de causas de acidentes.

20As maiores taxas de mortalidade por acidentes são observadas na África. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), 90% das mortes no trânsito ocorrem em países de baixa e média renda (Opas, 2020). Esses países apresentam taxas de 21,3 óbitos por 100.000 habitantes, ao passo que nos países de maior renda esse índice cai para 7,6 (WHO, 2024). Em 2022, a taxa do Brasil foi de 17,18, 15,30% mais elevada que a global.

Quedas

21As quedas são definidas como eventos que resultam em uma pessoa « vir a inadvertidamente ficar no solo ou em outro nível inferior, excluindo mudanças de posição intencionais para se apoiar em móveis, paredes ou outros objetos » (SES-SP, 2010, p. 9). Decorrem da ação conjunta de vários fatores de risco, classificados em quatro dimensões: biológica, comportamental, ambiental e socioeconômica.

22A mortalidade por quedas ocupa o segundo posto no mundo entre as mortes causadas por lesões não intencionais, ficando atrás somente dos óbitos decorrentes de acidentes de transporte. Segundo as estimativas da WHO (2024), cerca de 684.000 pessoas morrem por ano no mundo em consequência desse agravo. A grande maioria, 80% do total, está em países de média e baixa renda. No Brasil, as quedas apresentam o maior crescimento entre os principais componentes das causas externas.

23A elevação do número de quedas é fortemente associada ao aumento da idade e à fragilidade decorrente do processo de envelhecimento do organismo (SES-SP, 2010). As quedas constituem um importante problema também pelas sequelas que podem acarretar, produzindo graves problemas físicos, psicológicos e, até mesmo, sociais, pelos custos dos tratamentos e pelo tempo de hospitalização.

Lesões autoprovocadas voluntariamente

24O suicídio constitui « um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que acredita ser fatal » (ABP, 2014, p. 9). Resulta da interação entre múltiplos e complexos fatores – psicológicos, biológicos, sociais, culturais, econômicos, ambientais –, assim como da história de vida do indivíduo (BRASIL, 2017).

25O número de suicídios passou de 762.000 casos, em 2000, para 717.000, em 2021, situando-se ainda entre as vinte principais causas de morte no mundo. As taxas globais de mortalidade declinaram nesse mesmo período, entre 2000 e 2021, de 12,4 por 100.000 pessoas para 9,1 (WHO, 2024).

26A Europa, que tem as taxas mais elevadas, apresentou expressivo declínio dos índices de mortes por suicídio, reduzindo de 21,3 por 100.000 habitantes, em 2000, para 12,3. Já as Américas apresentaram tendência contrária à geral, com taxas que apresentaram crescimento no período, passando de 7,2 para 9,8 (WHO, 2024). A região distingue-se também pela seletividade por sexo. Enquanto no mundo a taxa masculina, em 2021, foi de 12,3, pouco mais que o dobro da feminina, de 5,9, nas Américas essa razão é de cerca de quatro (WHO, 2024). No Brasil, as taxas de suicídio mais que dobraram, passando de 3,99 para 8,11 por 100.000 pessoas, entre 2000 e 2022.

27A fatalidade dessa ação autoinfligida afeta profundamente os familiares, os grupos de convivência e a comunidade em geral.

Características das causas externas e de seus principais componentes no Brasil

28As causas externas no Brasil destacam-se tanto pela magnitude do número de óbitos como pelas sequelas que demandam tratamento de longa duração, constituindo-se como um importante problema para a saúde pública. Em 2022, foram registrados 1.544.266 óbitos por causas externas no país, o que representa um crescimento de 29,18% entre 2000 e 2022; enquanto isso, a mortalidade geral teve um aumento de 63,12% (Tabela 1).

29Os componentes das causas externas mostram tendências e níveis diversos. Entre os grupos mais representativos, as agressões tiveram decréscimo de 2,19% e os casos de acidentes de transporte cresceram 17,70%, apesar de registrarem diminuição na representação no total de óbitos do grupo. Tendências distintas são registradas para as quedas, que apresentaram o maior crescimento do período, de 322,95%, e para os suicídios, que cresceram 142,80%.

30Destacam-se também pelo número de casos os eventos (fatos) cuja intenção é indeterminada, que representaram cerca de 10,00% do número de óbitos do capítulo de causas externas no início e no final do período considerado (BRASIL, 2024a), devido em grande parte à inexistência da informação para o preenchimento da Declaração de Óbito pelo médico (BRASIL, 2024b). Esse é um fator que pode limitar a análise das características e dos padrões espaciais da mortalidade, sobretudo se houver correlação entre a omissão de resposta e a vulnerabilidade socioeconômica de grupos da população e das regiões do país.

TABELA 1 – Causas externas de morbidade e mortalidade no Brasil – número de óbitos, taxas por 100.000 habitantes e crescimento (%) das causas (2000 e 2022)

TABELA 1 – Causas externas de morbidade e mortalidade no Brasil – número de óbitos, taxas por 100.000 habitantes e crescimento (%) das causas (2000 e 2022)

Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a).

31As agressões, com óbitos classificados como X85 a Y09, apresentam decréscimo dos casos e das taxas no período, mas os níveis continuam muito elevados, mantendo a preocupante posição do Brasil no primeiro lugar do ranking global em número desses agravos. As agressões por disparo de arma de fogo, X93 a X95, provocaram 31.710 óbitos em 2022 (BRASIL, 2024a), que contam por 71,47% do total de mortes por homicídios – muitos casos envolvendo crime organizado e gangues de tráfico de drogas (Lira, 2019). A seguir, situam-se os homicídios provocados por meio de objeto cortante ou penetrante, com 15,61% dos casos, e os praticados por meio de objeto contundente, com 4,92%. Destacam-se pelo crescimento apresentado no período as agressões por meio de força corporal (311,91%) e por objeto cortante (24,08%) (BRASIL, 2024a).

32Os acidentes de transporte abrangem as categorias V01 a V99. A maioria dos óbitos registrados em 2022 ocorreu com motociclistas (V20 a V29), representando 34,56% do total; ocupantes de automóveis (V40 a V49), com 20,71%; e pedestres (V01 a V09), com 15,44%. Os óbitos de motociclistas subiram de 2.465 a 12.058, o que significa um crescimento de 389,17% no período considerado. Os óbitos de ocupantes de automóveis aumentaram 37,22%. Já os óbitos de pedestres tiveram redução, mas os acidentes vitimaram ainda 5.387 pessoas em 2022 (BRASIL, 2024a).

33O crescimento de acidentes, óbitos e lesões de motociclistas tornaram-se uma grande preocupação nas últimas décadas (Souza et al., 2007). A rapidez dessa evolução resulta da interação entre múltiplas causas. Entre os fatores relativos ao veículo, insere-se a maior vulnerabilidade da moto, decorrente de sua menor estrutura, estabilidade e visibilidade com relação aos demais meios de transporte motorizados (Mascarenhas et al., 2016). Por outro lado, a escolha do tipo de veículo traduz fatores relacionados à evolução dos modos de vida da sociedade, como o uso da motocicleta como meio de transporte para trabalho e estudo, assim como seu menor custo e maior agilidade de deslocamento em horários de trânsito intenso.

34Outros fatores ainda relacionados aos problemas do transporte são a falta de segurança das vias e a degradação do trânsito das grandes aglomerações urbanas, que, em geral, diante da forte expansão da frota de veículos, não contam com uma via especial para facilitar o deslocamento de um número cada vez maior de motocicletas. Há que citar ainda os problemas associados ao comportamento dos condutores.

35As quedas são compostas pelas categorias W00 a W19. As maiores representações, em 2022, apresentadas pelas categorias referentes às quedas ocorreram em diversos níveis: W18 – outras quedas no mesmo nível (46,38%); W01 – queda no mesmo nível: escorregões, tropeções, passo falso (15,12%); e W17 – outras quedas de um nível a outro (5,30%). Além dessas, destacam-se: W13 – queda de ou para fora de edifícios e outras estruturas; e W10 – queda em ou de escadas ou degraus (BRASIL, 2024a).

36Deve-se destacar que a categoria W19 – queda sem especificação – mostra importante melhoria na completude dos dados de mortalidade, tendo sua representação reduzida, no período, de 56,79% para 18,60%; no entanto, trata-se ainda de valores elevados.

37As lesões autoprovocadas voluntariamente (X60 a X84) têm como categoria de maior frequência os suicídios autoprovocados por enforcamento, estrangulamento e sufocamento (X70), com casos que apresentaram crescimento de 236,73% no período, representando 71,39% do total de suicídios em 2022. As categorias relativas à autointoxicação intencional (X60 a X69), provocada por várias substâncias, contam por 10,94% do total, seguidas pela lesão autoprovocada por disparo de arma de fogo (X72 a X74), com 6,63% dos óbitos, e pela lesão autoprovocada por precipitação de lugar elevado, cujo crescimento foi de 288,82% no período (BRASIL, 2024a).

38O controle da venda e do uso de armas de fogo e também do acesso à utilização de agrotóxicos e pesticidas são ações recomendadas para prevenir e restringir meios para o cometimento de suicídio (BRASIL, 2017).

Perfil da mortalidade dos principais componentes das causas externas por sexo e idade

39A heterogeneidade do grupo de causas externas se apresenta fortemente nas características dos grupos de risco. Os gráficos da Figura 1 ilustram essas diferenças, considerando a distribuição das principais causas da mortalidade por sexo e idade.

40As causas externas afetam majoritariamente a população jovem masculina, sobretudo para as mortes violentas. Os dados das Nações Unidas (United Nations, 2023) mostram que, para os homicídios, as taxas globais, de 5,8 por 100.000 habitantes, variam de 9,3 para os homens a 2,2 para mulheres, em 2021. No Brasil, a razão de sexo total atinge valores elevados para as agressões, de 1.063,80 homens por 100 mulheres, com concentração dos óbitos nas idades jovens adultas, traduzida pelas idades medianas situadas em torno dos 30 anos.

41Os acidentes, com razão de sexo de 481,49 homens por 100 mulheres, em 2022, vitimam majoritariamente adultos mais maduros, com idade mediana de cerca de 40 anos. Como observado para as agressões, a mortalidade por acidentes atinge a população masculina em idades mais jovens que as das mulheres. O suicídio também apresenta elevada predominância masculina (RS: 362,65); para essa causa, a idade mediana situa-se em torno de 40 anos, embora para mulheres essa idade mediana seja um pouco mais jovem.

42Já as quedas apresentam particularidades que as diferenciam do quadro conceitual explicativo da maioria dos demais grupos. Relacionam-se estreitamente às debilidades que se acentuam com a elevação da idade: metade dos óbitos por quedas ocorre em idades superiores a 70,85 anos, para os homens, e 81,10, para as mulheres. As taxas são mais elevadas para os homens mais idosos, no entanto a predominância masculina do total de casos inverte-se para o grupo de 80 anos ou mais, quando um número maior de mulheres, decorrente da maior longevidade feminina, é exposto ao risco de cair, como expressa a razão de 64,91 óbitos masculinos por 100 femininos, registrada para 2022.

FIGURA 1 – Distribuição dos óbitos dos componentes do grupo de causas externas por idade e sexo – Brasil (2022)

FIGURA 1 – Distribuição dos óbitos dos componentes do grupo de causas externas por idade e sexo – Brasil (2022)

Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a).

Análise da evolução e tendência da mortalidade por causas externas

43A evolução da mortalidade por causas externas, apresentada na Figura 2, é caracterizada pelo crescimento dos óbitos até 2017. Nos anos de 2018 e 2019, observa-se a redução da mortalidade do grupo, que se estende durante a pandemia, quando diminuíram os riscos das causas evitáveis em decorrência das medidas de confinamento. No final do período analisado, o total volta a crescer, mas com valores inferiores aos anteriores.

44A repartição por sexo traduz a importância da predominância masculina que caracteriza as causas do grupo, em particular para as mortes violentas. Para as mulheres, o traço mais relevante é a evolução crescente, decorrente do comportamento da mortalidade por quedas.

FIGURA 2 – Mortalidade por causas externas, total e por sexo, segundo o ano de óbito – Brasil (2000 a 2022)

FIGURA 2 – Mortalidade por causas externas, total e por sexo, segundo o ano de óbito – Brasil (2000 a 2022)

Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a).

45A análise da evolução de uma série de observações pode apresentar alterações casuais em seus valores. Para considerar a real propensão da série para a elaboração de previsões, deve-se utilizar meios que possibilitem avaliar tendências controladas do efeito de variáveis aleatórias. A análise de tendência foi feita com a aplicação do método Prais-Winsten (1954), indicado para corrigir a autocorrelação, que consiste na dependência de um determinado valor da série com valores anteriores, frequentemente observada em séries populacionais, o que pode gerar erros de interpretação (Antunes; Cardoso, 2015).

46A análise geral foi feita para as causas externas, para o período de 2000 a 2022, considerando os anos de ocorrência dos óbitos por residência como variáveis independentes e as taxas de mortalidade gerais, masculinas e femininas, do período, como variáveis dependentes. A primeira etapa consistiu na transformação logarítmica dos valores das taxas, utilizada para modificar dados, tornando-os mais apropriados para a análise e a interpretação de resultados de aplicações de métodos estatísticos (Antunes; Cardoso, 2015). A seguir, procedeu-se a aplicação do modelo.

47As taxas de Variação Percentual Anual (VPA), calculadas a partir do coeficiente da reta de regressão (β), indicam a importância e a tendência da série temporal: crescente, para variação positiva; decrescente, se for negativa e estacionária – se não há diferença significativa com relação a zero. O nível de significância estabelecido é p < 0,005, e o Intervalo de Confiança (IC) é de 95%.

48A Tabela 2 contém os resultados do método aplicado, colocando em evidência os diferenciais das tendências da mortalidade por causas externas. Os números relativos ao total geral apresentam resultados significativos, que indicam tendência decrescente para o grupo mais jovem (0-14 anos) e crescente para os mais idosos (80 anos ou mais). O valor mais elevado da VPA para o segmento mais idoso traduz e confirma estatisticamente a importância da tendência recente de incidência das quedas na população que envelhece. Para os homens, os resultados significativos indicam tendência decrescente para o total e tendência crescente para os de idosos mais jovens (60-79 anos). O principal resultado para as mulheres é a tendência crescente significativa apresentada para o grupo de 80 anos ou mais, que registra o maior valor positivo da taxa de variação do conjunto. Essa tendência, também registrada para o total do grupo, reflete o crescimento importante da mortalidade por quedas para as mulheres, em decorrência da maior expectativa de vida feminina.

TABELA 2 – Tendência das taxas de mortalidade por causas externas, total e específica, por sexo e faixa etária – Brasil (2010 a 2022)

TABELA 2 – Tendência das taxas de mortalidade por causas externas, total e específica, por sexo e faixa etária – Brasil (2010 a 2022)

Nota: β – coeficiente da reta de regressão; IC95% – Intervalo de Confiança; Sig. – Nível de Significância.
Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a) e IBGE (2024).

49As tendências apresentadas a partir da aplicação do método de Prais-Winsten são relativas ao comportamento geral de um conjunto de causas heterogêneas que formam o capítulo de causas externas. As Figuras 3 a 6 mostram a evolução das taxas dos quatro principais componentes do grupo de causas externas no período analisado, calculadas para o total da população e por sexo, colocando em evidência diferenciações gerais, uma vez que estas são também importantes quando se consideram as repartições por grupos etários. Destacam-se como principais traços: nas Figuras 3 e 4, o decréscimo das taxas totais da mortalidade por agressões e por acidentes nos anos recentes e a significativa predominância masculina; nas Figuras 5 e 6, o crescimento das taxas de mortalidade por quedas e por suicídios ao longo do período focalizado, para o total da população e para ambos os sexos.

FIGURA 3 – Taxa de mortalidade por agressões (por 100.000 habitantes), segundo o sexo – Brasil (2000-2022)

FIGURA 3 – Taxa de mortalidade por agressões (por 100.000 habitantes), segundo o sexo – Brasil (2000-2022)

Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a) e IBGE (2024).

Figura 4 – Taxa de mortalidade por acidentes de transporte (por 100.000 habitantes), segundo o sexo – Brasil (2000-2022)

Figura 4 – Taxa de mortalidade por acidentes de transporte (por 100.000 habitantes), segundo o sexo – Brasil (2000-2022)

Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a) e IBGE (2024).

Figura 5 – Taxa de mortalidade por quedas (por 100.000 habitantes), segundo o sexo – Brasil (2000-2022)

Figura 5 – Taxa de mortalidade por quedas (por 100.000 habitantes), segundo o sexo – Brasil (2000-2022)

Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a) e IBGE (2024).

Figura 6 – Taxa de mortalidade por lesões autoprovocadas voluntariamente (por 100.000 habitantes), segundo o sexo – Brasil (2000-2022)

Figura 6 – Taxa de mortalidade por lesões autoprovocadas voluntariamente (por 100.000 habitantes), segundo o sexo – Brasil (2000-2022)

Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a) e IBGE (2024).

Análise espacial

50No cenário heterogêneo formado pelas unidades que compõem o país, a análise espacial visa destacar as diferenças que as causas focalizadas apresentam em decorrência das desigualdades socioeconômicas, demográficas, culturais, estruturais e de serviços existentes entre essas Unidades Federativas (BORGES, 2017), assim como identificar padrões espaciais existentes na estrutura dos dados.

51Os procedimentos utilizados compreendem a construção e a análise de indicadores, relativos ao ano de 2022, para as quatro causas em destaque, em todas as Unidades Federativas do país. As taxas de mortalidade por 100.000 habitantes, representadas na Figura 7, colocam em evidência diferenciações regionais importantes nos níveis da mortalidade por causas e a existência de conjuntos de unidades contíguas que apresentam comportamentos similares.

52As maiores taxas de mortalidade por agressões são observadas em estados das Regiões Norte e Nordeste – valores superiores a 40,00 por 100.000 habitantes foram registrados no Amazonas (44.91), na Bahia e no Amapá. As menores taxas são apresentadas por unidades das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste – São Paulo (7,04) e Santa Catarina registraram índices até quatro vezes menores que os mais elevados (BRASIL, 2024a; IBGE, 2024).

53As taxas dos acidentes de transporte, assim como as de agressões, mostram diferenças espaciais significativas entre os níveis dos indicadores. Os maiores valores, superiores a 30 por 100.000 pessoas, ocorrem em uma área contínua formada por estados das Regiões Norte e Centro-Oeste: Tocantins (36,98), Mato Grosso e Rondônia. Os menores níveis são apresentados por São Paulo (11,37) e Distrito Federal.

FIGURA 7 – Taxas de mortalidade, por 100.000 habitantes, por agressões, acidentes de transporte, quedas e lesões autoprovocadas voluntariamente, segundo as Unidades Federativas do Brasil (2022)

FIGURA 7 – Taxas de mortalidade, por 100.000 habitantes, por agressões, acidentes de transporte, quedas e lesões autoprovocadas voluntariamente, segundo as Unidades Federativas do Brasil (2022)

Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a) e IBGE (2024).

54Diferentemente das duas primeiras causas, a mortalidade por quedas apresenta-se mais concentrada nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Observa-se a inter-relação entre o envelhecimento da população e a ocorrência de quedas. Os maiores índices de mortalidade dessa categoria são apresentados nos estados das Regiões Sul e Sudeste – Paraná (14,07), Espírito Santo e Rio Grande do Sul –, que têm representações mais elevadas do grupo idoso. Os menores índices, registrados nas Regiões Norte e Nordeste, ocorrem no Acre (2,17), em Roraima e no Amazonas.

55Com relação aos suicídios, os maiores valores foram apresentados por estados do Sul e do Centro-Oeste, destacando-se as taxas de Rio Grande do Sul (14,44), Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Valores elevados são registrados também fora dessas áreas, como em unidades da Região Nordeste – Piauí – e da Região Norte – Amapá. Os índices mais baixos estão no Sudeste – Rio de Janeiro (5,06) – e no Nordeste – Pernambuco e Maranhão.

Considerações finais

56A mortalidade do grupo de causas externas, resultante de causas complexas e heterogêneas, constitui um grande desafio para políticas e serviços de saúde no Brasil. Agrega causas decorrentes de grande diversidade de determinantes, assim como da interação entre vários deles. Atinge grupos de risco variados e também produz consequências que operam em vários níveis.

57O conjunto de causas externas apresenta tendência de estabilidade, mas ainda ocupa posição proeminente na classificação das causas de mortalidade do país. As causas multifatoriais à base dos componentes que formam o grupo apresentam relações significativas com os perfis dos grupos populacionais atingidos e com a situação dos contextos vivenciados.

58O número de homicídios apresenta redução, mas o Brasil continua a liderar o ranking mundial dessa causa de óbitos. Enquanto os homicídios atingem majoritariamente as populações masculinas jovens, os acidentes e os suicídios ocorrem com maior frequência para homens mais adultos. As quedas se diferenciam dos demais com relação às causas, aos grupos de risco e às tendências, apresentando o maior crescimento entre as categorias analisadas, com predominância geral, masculina e feminina, para os mais idosos, devendo acentuar-se nas próximas décadas, associadas ao processo de envelhecimento em curso.

59A análise espacial mostrou a diversidade apresentada pelas Unidades Federativas que formam o país, mas observa-se contiguidade e formação de conjuntos regionais para os quatro grupos de causas analisados. Estudos aprofundados dos condicionantes socioeconômicos, demográficos, culturais e ambientais que se apresentam desigualmente no contexto nacional são necessários para o aprofundamento da análise explicativa das similitudes e das diferenças observadas.

60A disponibilidade e a qualidade dos registros de saúde são fundamentais para a compreensão das necessidades e dos problemas da área para subsidiar a promoção de políticas de saúde da população. Os sistemas de informação têm melhorado a produção dos dados sobre as causas de mortalidade, as proporções de óbitos sem informação da causa têm reduzido, mas a completude e a qualidade das informações variam entre os capítulos e seus componentes, entre as características sociodemográficas e espaciais, o que pode prejudicar a comparação entre os indicadores.

61A magnitude do número de casos de óbitos e de sequelas graves, classificados nas categorias das causas externas, coloca em destaque a importância de estudos sobre os determinantes socioeconômicos e demográficos dos grupos de risco e dos contextos de maior ocorrência dos eventos e suas inter-relações, assim como da adoção de procedimentos para atendimento dos problemas ocasionados por esse complexo grupo de causas. O enfrentamento dos desafios e dos custos gerados para a saúde pública requer a implementação de políticas para adoção de medidas de prevenção, redução e controle desses agravos, visando à melhoria da qualidade de vida da sociedade.

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Índice das ilustrações

Título TABELA 1 – Causas externas de morbidade e mortalidade no Brasil – número de óbitos, taxas por 100.000 habitantes e crescimento (%) das causas (2000 e 2022)
Créditos Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a).
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Ficheiro image/png, 134k
Título FIGURA 1 – Distribuição dos óbitos dos componentes do grupo de causas externas por idade e sexo – Brasil (2022)
Créditos Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a).
URL http://0-journals-openedition-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/geografares/docannexe/image/16423/img-2.png
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Título FIGURA 2 – Mortalidade por causas externas, total e por sexo, segundo o ano de óbito – Brasil (2000 a 2022)
Créditos Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a).
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Título TABELA 2 – Tendência das taxas de mortalidade por causas externas, total e específica, por sexo e faixa etária – Brasil (2010 a 2022)
Legenda Nota: β – coeficiente da reta de regressão; IC95% – Intervalo de Confiança; Sig. – Nível de Significância.Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a) e IBGE (2024).
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Título FIGURA 3 – Taxa de mortalidade por agressões (por 100.000 habitantes), segundo o sexo – Brasil (2000-2022)
Créditos Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a) e IBGE (2024).
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Título Figura 4 – Taxa de mortalidade por acidentes de transporte (por 100.000 habitantes), segundo o sexo – Brasil (2000-2022)
Créditos Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a) e IBGE (2024).
URL http://0-journals-openedition-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/geografares/docannexe/image/16423/img-6.png
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Título Figura 5 – Taxa de mortalidade por quedas (por 100.000 habitantes), segundo o sexo – Brasil (2000-2022)
Créditos Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a) e IBGE (2024).
URL http://0-journals-openedition-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/geografares/docannexe/image/16423/img-7.png
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Título Figura 6 – Taxa de mortalidade por lesões autoprovocadas voluntariamente (por 100.000 habitantes), segundo o sexo – Brasil (2000-2022)
Créditos Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a) e IBGE (2024).
URL http://0-journals-openedition-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/geografares/docannexe/image/16423/img-8.png
Ficheiro image/png, 170k
Título FIGURA 7 – Taxas de mortalidade, por 100.000 habitantes, por agressões, acidentes de transporte, quedas e lesões autoprovocadas voluntariamente, segundo as Unidades Federativas do Brasil (2022)
Créditos Fonte: Elaborado com dados de Brasil (2024a) e IBGE (2024).
URL http://0-journals-openedition-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/geografares/docannexe/image/16423/img-9.png
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Para citar este artigo

Referência eletrónica

Aurelia Herminia Castiglioni, «Mortalidade diferencial por causas externas no Brasil no período de 2000 a 2022»Geografares [Online], 39 | 2024, posto online no dia 18 dezembro 2024, consultado o 22 março 2025. URL: http://0-journals-openedition-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/geografares/16423

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Autor

Aurelia Herminia Castiglioni

Universidade Federal do Espírito Santo - Vitória, Espírito Santo, Brasil
e-mail: aurelia.castiglioni@gmail.com
ORCID: https://0-doi-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/10.47456/geo.v4i39.47062
Cursou « Diplôme » e Mestrado em Demografia (1984) e Doutorado em Demografia na Université Catholique de Louvain (1989). É Professora Titular da Universidade Federal do Espírito Santo. Foi Chefe da Seção de Capacitação de Recursos Humanos da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da UFES, de 01/1992 a 07/1993. Foi Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-graduação da UFES, no período de 01/1996 a 01/2000. Foi Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Geografia da UFES de 09/2007 a 09/2011. Foi Professora e orientou alunos do Programa de Mestrado em Economia. É Professora e orienta alunos de Mestrado e Doutorado do Programa de Pós-graduação em Geografia da UFES. Atua nas áreas de Demografia e Geografia da População, com ênfase nos temas: migração, migração e urbanização, imigração italiana, processos de transição, envelhecimento populacional, mortalidade diferencial e indicadores de desenvolvimento.

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