1O livro, como é indicados na sua apresentação, “é o resultado do esforço intelectual e pessoal do professor João C. Barrozo, que investiu tempo na sua realização. Ao professor João Antonio coube acompanhá-lo na escrita e preparação dos originais, bem como na pesquisa em arquivos e bibliotecas garimpando documentos, mapas e imagens raras [...] Gestado durante a amarga experiência pandêmica, foi realizado a partir de pesquisas online e raras presenciais, em instituições às quais agradecemos: Biblioteca Mário de Andrade (Seção de Obras Raras e Especiais), Biblioteca do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, Instituto Florence/SP, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Biblioteca Nacional/RJ e ao Museu Etnológico de Berlim
2Na sua introdução os autores indicam que o livro “trata de duas expedições científicas que vieram ao Brasil no século XIX: a do barão de Langsdorff (1821/29)1 e a do conde de Castelnau (1843/47). Ambas, por caminhos e propósitos distintos, estiveram na província de Mato Grosso e visitaram a então Vila de N. S.ra da Conceição de Alto Paraguai Diamantino, que é o objeto central desta publicação. Finalmente, apresentamos uma reflexão sobre o período (1850/1940) em que seus moradores tiveram que reordenar e criar outras formas de viver no município.
3As duas expedições das quais trataremos estiveram a serviço de seus respectivos governos (Rússia e França) na Vila do Diamantino. Os relatos serão apresentados em ordem cronológica. Primeiro, a Expedição Langsdorff, da qual destacamos os escritos, desenhos e aquarelas de Hercule Florence e Adrien Taunay, além dos Diários de Langsdorff. A segunda parte foi dedicada à viagem do conde de Castelnau, que, para além de informações científicas, averiguava pontos de ligações entre as bacias amazônica e platina – o que explica seu itinerário”.
4Na última parte – da qual não trataremos aqui os autores tecem “algumas reflexões sobre a fase da história de Diamantino conhecida como de crise econômica (1850/1940)” e apresentam “um conjunto de fotografias, cuja autoria não foi identificada, que nos permite visualizar o traçado daquele núcleo urbano, assim como a arquitetura das casas na primeira metade do século XX”.
5Um dos aspectos mais notáveis do livro - e um de seus grandes méritos - é que ele reproduz com alto grau de qualidade algumas das imagens contidas nos relatórios que os dois viajantes fizeram de suas expedições. Reproduzimos algumas delas a seguir, começando por aquelas que ilustram momentos importantes da viagem.
6Un des aspects les plus remarquables de l'ouvrage – et l’un de ses grands mérites – est de reproduire avec un grand degré de qualité quelques-unes des images contenues dans les relations que les deux voyageurs on fait de leurs expéditions. Nous en reproduirons quelques-unes ci-dessous en commençant par celles qui illustrent des moments-clés du voyage.
7Em primeiro lugar, o mapa da expedição de Langsdorff, que o levou a percorrer uma grande parte do país.
Figura 1 A rota da expedição Langsdorff
Figura 2 A partida da Expedição Langsdorff no Rio Tietê rumo a Cuiabá
Aimé-Adrien Taunay, Porto Feliz, 22 de julho de 1826, Aguada de nanquim sobre papel, 21,0 x 32,2 cm,
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/91/A_partida_da_Expedi%C3%A7%C3%A3o_Langsdorff%2C_no_Rio_Tiet%C3%AA.jpg , obra de Domínio Público.
Figura 3 Embarque de Castelnau no Porto da Coroinha – Rio Crixás, Salinas/GO, junho de 1844.
Castelnau, Vue et Scènes – 2ª Partie. Pl: 5, Acervo: Museu de Zoologia/USP.
8Outras ilustrações, particularmente interessantes para geógrafos, são paisagens e vistas de cidades, que mostram que elas ainda eram muito pequenas no século XIX.
Figura 4 Vista da Villa de Diamantino, Diamantino/MT, dezembro de 1844
Litografia: Champin – Paris, Impressão litografia: Lemercier, Castelnau, Vue et Scènes – 2ª Partie, Pl: 33. Acervo: Museu de Zoologia/USP.
Figura 5 Porto Geral – Rio Cuiabá, Cuiabá/MT, janeiro de 1845
Litografia: Champin – Paris, Impressão litografia: Lemercier. Fonte: Castelnau, Vue et Scènes – 2ª Partie, Pl: 32. Acervo: Museu de Zoologia/USP.
Figura 6 Vista de Santarém sobre o Tapajós, tomada do lado oeste, Santarém, agosto de 1828.
Hercule Florence, Aquarela, 58,5 x 41,4 cm, Expedição, v. 3, 1988, p. 90.
9Por fim, outras ilustrações, aquelas que retratam espécimes de vegetação e animais, além de sua utilidade como documentos científicos, também são verdadeiras obras de arte.
Figura7 Palmeiras Burity, Distrito da Chapada, junho de 1827.
Palmeiras Buriti, Aimé-Adrien Taunay, Aquarela e lápis, 40,8 x 31,8 cm, Expedição, v. 2, 1988, p. 119.
Figura 7 Tatu Canastra, Cerrado entre Mato Grosso e Goiás, 1844.
Lithographie Wener/Gény Gros – Paris, Castelnau, 1855. 7ª Partie. Zoologie – Mammifères, Pl. 18. Disponível em: https://www.biodiversitylibrary.org/search?searchTerm=Francis+Castelnau&stype=F#/titles
Figura 8 Tucano cachorro ou tucano do peito branco
Hercule Florence, Porto do Rio Preto, março de 1828.
Aquarela e nanquim, 30,7 x 21,3 cm, Expedição, v. 3, 1988, p. 59.