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Divisão territorial do trabalho na indústria. A participação da mão de obra feminina

Division territoriale du travail industriel. La participation du travail féminin
Territorial division of industrial labor. The participation of female labor
Cleverson Alexsander Reolon et Eliseu Savério Sposito

Résumés

Dans ce texte, nous analysons les aspects géographiques de l’insertion des femmes dans le marché du travail formel au Brésil et dans l’État du Paraná. Nous utilisons les données sur l’emploi du Rapport Annuel d’Information Sociale (RAIS) du gouvernement fédéral brésilien. Les informations recueillies et analysées tenaient compte du sexe, de l’éducation, du groupe d’âge et du revenu des travailleurs au sein du secteur industriel. Un aspect méthodologique important concerne le fait que nous avons problématisé le thème de la corrélation entre la scolarité et le revenu du point de vue des questions de genre, en utilisant la segmentation du secteur industriel entre les activités à coefficient technologique plus élevé et plus faible comme paramètre d’analyse. Cette segmentation a été réalisée en regroupant les activités répertoriées dans la Nomenclature Nationale des Activités Économiques (CNAE).

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Texte intégral

1A escala regional é importante recorte para se analisar a divisão territorial do trabalho. Mesmo quando se consideram as escalas nacional e estadual, é possível verificar as características da força de trabalho na indústria e, como no caso deste texto, pelo foco da mão de obra feminina. Partimos do pressuposto de que a indústria é a forma mais avançada, na divisão do trabalho, para que a sociedade transforme a natureza (Santos, 2006); é por meio dela que a conjugação do trabalho, da produção e do tempo em constante movimento que vão construindo a história sob a ótica do espaço social, por sua vez, entendido como o conjunto inseparável de sistemas de objetos (conjunto das forças das ações produtivas) e de ações (conjunto das relações sociais de produção) que asseguram o dinamismo social.

2No âmbito do modo capitalista de produção, os incontáveis estudos sobre a natureza do trabalho renderam muitas abstrações e embates filosóficos, sobretudo no que se refere ao trabalho assalariado. À Geografia têm interessado as discussões que tratam da divisão territorial do trabalho no sentido de se questionar como se transformaram as funções laborais, por quem e onde são executadas.

3A partir das mudanças sociais, demográficas e econômicas, a partir dos anos de 1970, a crescente participação feminina no mercado de trabalho no Brasil produziu novo cenário econômico. Com base no crescimento que a mão de obra feminina vem conquistando, atualmente, as pesquisas evidenciam que, mesmo que o trabalho feminino tenha alcançado percentual significativo na divisão territorial, a desigualdade salarial de gênero permanece.

4Para a análise apresentados foram utilizados dados de empregos da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego brasileiro. A análise da inserção da mulher no mercado formal de trabalho pressupõe que as informações sejam coletadas e analisadas de acordo com o sexo dos trabalhadores, incorporando a escolaridade, a faixa etária e o rendimento também à análise.

5Um aspecto importante diz respeito ao fato de que se buscará problematizar a discussão sobre a correlação verificada entre escolaridade e rendimento sob o enfoque das questões de gênero, usando a segmentação do setor industrial entre as atividades com maior e menor coeficiente tecnológico como parâmetro. Do ponto de vista territorial, foram selecionadas as informações relativas aos empregos conforme os municípios existentes no Brasil em 2017, agregadas segundo os estados. Do ponto de vista setorial, as informações foram coletadas no nível de quatro dígitos, dizendo respeito às classes de atividades, correspondentes à indústria de transformação, agrupadas segundo os coeficientes tecnológicos de cada atividade. Essa segmentação foi realizada segundo o agrupamento das atividades listadas na Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE), versão 2.0 (IBGE, 2018a), com base na segunda revisão da Nomenclatura Estatística das Atividades Econômicas na Comunidade Europeia (NACE) (Eurostat, 2018).

A mulher e o mercado de trabalho

6Ao analisar o início da divisão do trabalho nas sociedades capitalistas, Marx (1983) observou que a inclusão do gênero feminino foi facilitada pela utilização da maquinaria, que exigia menos força muscular, o que favoreceu a presença feminina nas fábricas. Subjaz aí uma explicação pautada num certo determinismo biológico, ao qual caberia ao homem o papel de produção e à mulher o papel de reprodução biológica, sendo elas mais vulneráveis no mercado de trabalho. Hirata, Kergoat (2007, p. 599) enfatizam que existe uma “designação prioritária dos homens à esfera produtiva e das mulheres à esfera reprodutiva e, simultaneamente, a apropriação dos homens das funções com maior valor social adicionado (políticos, religiosos, militares, etc.)”. As autoras sustentam que se trata de uma forma de divisão do trabalho modulada “histórica e socialmente.”

7No século XIX, a participação da mulher no mercado de trabalho não era significativa, cabendo a elas o cuidado do lar e dos filhos, enquanto aos homens cabia o sustento da família por meio de empregos fora de casa (Pereira; Santos; Borges, 2005), porém desde então ao presente, como causa e efeito inúmeras mudanças econômicas, sociais e demográficas, observou-se um gradativo aumento da participação da mão de obra feminina em diversos setores de atividades (Bruschini, 1994).

8A passo que tais mudanças foram se processando, elas permitiram que houvesse um rearranjo em estruturas anteriormente postas, ou seja, à medida que foram se configurando novos padrões sociais e econômicos, as relações entre os indivíduos também foram se transformando. Nesta perspectiva, Santos (2004. p. 203) afirma que “as relações entre o homem e a natureza mudam; a distribuição dos objetos criados pelo homem para produzir e assim reproduzir a sua própria vida podem igualmente mudar”.

9Castells (1999, p. 172), com o intuito de destacar os fatores sociais e econômicos que condicionaram a inserção feminina no mercado de trabalho, sugere algumas hipóteses. Em primeiro lugar, destaca-se “a transformação da economia e do mercado de trabalho associada à abertura de oportunidade para as mulheres no campo da educação” [...]. Em seguida, “vêm as transformações tecnológicas ocorridas na biologia, farmacologia e medicina, proporcionando controle cada vez maior sobre a gravidez e a reprodução humanas” [...]. Terceiro, “tendo como pano de fundo a transformação econômica e tecnológica, o patriarcalismo foi atingido pelo desenvolvimento do movimento feminista, conseqüência dos movimentos sociais da década de 60” [...]. A última hipótese lembra que “a rápida difusão de idéias em uma cultura globalizada, em um mundo interligado por onde pessoas e experiências passam e se misturam”, tecem “rapidamente uma imensa colcha de retalhos formada por vozes femininas, estendendo-se sobre quase todo o planeta.”

10Baylão e Schettino (2014), ao averiguarem as razões do ingresso das mulheres no mercado de trabalho, destacam: a) a necessidade de sua contribuição nos serviços ao rendimento familiar; b) a assunção de negócios da família e de tarefas do mercado de trabalho desempenhadas majoritariamente por homens nos períodos de guerras; c) ao desenvolvimento e uso de métodos contraceptivos, assim, possibilitando a conciliação do desempenho de uma atividade laboral com a tarefa de cuidado de um menor número de filhos.

11Para Bruschini e Lombardi (2000), as mudanças sociais que ocorreram nas décadas de 1960 e 1970, quando as mulheres reivindicaram seus direitos juntamente com a expansão da escolaridade feminina, permitiram que elas ocupassem profissões de nível superior, conferindo um aumento de sua participação no mercado de trabalho em vários nichos setoriais, o que se associa às profundas transformações econômicas na escala mundial durante o século XX. Harvey (2008) adverte para o fato de que, nesse século, o mercado de trabalho passou por uma reestruturação radical, formando um novo cenário e um novo regime econômico e social, denominado de acumulação flexível. Do ponto de vista econômico, esse novo modelo de acumulação tem como característica quebrar as crises de rigidez nos processos de produção do fordismo. Já na década de 1950, Huberman (1959, p. 258) afirmava que as crises que ocorreram no capitalismo são caracterizadas “não pela escassez, mas pela superabundância”, e que o combate à superprodução se dá com a recessão. A acumulação flexível surge, assim, como novo modelo para superar as crises do fordismo, refletindo-se em uma transformação no mercado de trabalho, na medida em que os contratos de emprego acabam se tornando mais flexíveis. Nesse sentido, para Ramos (1997, p. 83), a acumulação é flexível, pois flexível é o mercado e flexível deve ser o “processo de produção e a exploração da força de trabalho.”

12Essas mudanças na organização do mercado de trabalho afetaram diretamente a mão de obra feminina. De acordo com Harvey (2008, p. 146), a mão de obra feminina, mal paga, passa a substituir a mão de obra masculina, melhor renumerada. Para o autor, a “transição para a acumulação flexível foi marcada, na verdade, por uma revolução (de algum modo progressista) no papel da mulher no mercado e processos de trabalho”. Hirata (2002) vai além dessa leitura, ao sustentar que os ganhos de produtividade atingidos em decorrência da revolução taylorista foram de fato sustentados pelo trabalho das mulheres, sobretudo das jovens, pautando-se numa superexploração possibilitada pelas características tradicionalmente associadas ao sexo feminino, incluindo a docilidade, a submissão, a sensibilidade, a familiaridade com tarefas repetitivas e mecânicas, além da aptidão para a realização de tarefas consideradas delicadas.

13Focalizando mais diretamente a participação feminina no mercado de trabalho no Brasil, observa-se que foi nas décadas de 1970 e 1980 que ganhou expressividade, embora, segundo Pereira, Santos e Borges (2005), os movimentos sociais deflagrados na década de 1960, conjugados à industrialização, já tenham impulsionado um processo de gradativa conquista de postos de trabalho por parte das mulheres.

14Bruschini (1994, p. 180) também ressalta a importância dos movimentos feministas para a trajetória de ampliação da participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro, mas destaca, junto a essa luta, o papel da necessidade econômica das famílias, devido à deterioração dos salários, e o anseio pela ampliação e diversificação do consumo das novas mercadorias produzidas. Porém, a autora lembra que o cenário econômico brasileiro, dinamizado por uma industrialização que se dava em ritmo acelerado em conjugação a uma urbanização crescente, era favorável para a incorporação de novos trabalhadores ao mercado de trabalho.

15D’Alonso (2008) afirma que, de um modo geral, a partir da década de 1970, a taxa de participação da mulher no mercado de trabalho brasileiro aumentou mais que em outros países. Ressalta, ainda, que o Relatório sobre Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, de 1998, revelou que as mulheres representavam 44% da força de trabalho no Brasil, proporção superior à do Chile (36,6%), da Argentina (34,3%), da Venezuela (42,1%) e do México (38,4%) e até mesmo à de países europeus, como Espanha (24,3%) e Grécia (26,5%).

16Ao analisarem os tipos de ocupações das trabalhadoras, Bruschini e Lombardi (2000, p. 69) observaram que, embora o trabalho doméstico seja “um dos maiores guetos femininos”, as mulheres vêm se destacando também nas áreas de medicina, arquitetura e engenharia. As autoras analisaram o aumento da participação feminina nessas áreas comparando-as com os anos de 1990 e de 1996. Em 1990, o índice de médicas, arquitetas e engenheiras eram, respectivamente, 31,5%, 47,3% e 10,7%, ao passo que, em 1996, o percentual elevou-se para 37,9%, 53,4% e 11,6% respectivamente. De 1992 a 2012, Barbosa (2014, p. 31) revela que “a taxa de participação das mulheres entre 15 e 59 anos de idade, aumentou de 52,5% (em 1992), para 61% (2012), ao passo que durante esse mesmo período houve uma redução na taxa de participação da mão de obra masculina (de 89% em 1992 para 83% em 2012)”.

17A questão é que a divisão de gênero tem repercutido também sobre salários. Mesmo que as mulheres tendam a ser mais qualificadas e com maior nível de escolaridade do que os homens, elas obtêm salários inferiores. Nesse sentido, de acordo com Hirata (2007, p. 599), há uma divisão social do trabalho em termos de dois princípios: o da separação (há trabalhos de homens e trabalhos de mulheres) e o hierárquico (o trabalho do homem “vale” mais do que o trabalho da mulher). Para a autora, esses princípios são construídos culturalmente pela sociedade e podem variar de um lugar para outro, como também de um determinado período para o outro.

18Algo que não pode ser ignorado, é o fato de que o avanço tecnológico é apontado como um importante fator de possibilitação da inserção da mulher no mercado de trabalho. Melo (2000, p. 14) evidencia que a “utilização de novas tecnologias de organização da produção e de gerenciamento tornaram menos pesada a rotina dos(as) operários(as)”. Muitas funções do setor fabril para as quais os homens seriam os mais indicados porque exigiam força bruta na execução do trabalho, atualmente são desempenhados por robôs, cujo controle pode ser feito por mulheres. Um terceiro aspecto correlacionado ao anterior e relevante para explicar a entrada da mulher no mercado de trabalho diz respeito ao aumento da escolarização. Cirino e Lima (2011, p. 166) afirmam que esse aspecto propiciou “melhores oportunidades de emprego e renda” às mulheres. No entanto, ainda que haja estreita relação entre escolaridade e renda, no sentido de que níveis de escolaridade mais elevados resultam em salários maiores (Saboia, 2001), dados da PNAD de 2016 (IBGE, 2018b), mostram que, embora as mulheres tenham nível médio de escolaridade maior que o dos homens, o rendimento médio delas era equivalente a 76,5% do rendimento médio deles. Tais dados atestam não apenas que, em geral, o rendimento médio das mulheres é menor que o dos homens, como também mostram que a diferença entre os rendimentos se amplia ao se considerar apenas os estratos de escolaridade em que se comparam pessoas com ensino superior completo ou com maiores níveis de escolaridade que esse. Nesses termos de comparação, as mulheres recebiam 63,4% do rendimento dos homens em 2016.

19Assim, os maiores rendimentos auferidos pelos homens podem ser explicados, em parte, pelo fato de que, ao contrário deles, as mulheres ocupam progressivamente menos cargos de chefia à medida que avançam na idade. A questão não pode ser isolada de uma discussão mais ampla, relacionada à segregação ocupacional e à discriminação salarial das mulheres no mercado de trabalho. Dessa forma, embora abordar os aspectos ideológicos da discussão sobre a segregação ocupacional e a discriminação salarial das mulheres não seja o foco deste texto, não se pode ignorar que inevitavelmente venham a fazer parte do seu escopo.

A inserção da mão de obra feminina no mercado de trabalho formal no Brasil

20A indústria de transformação é importante motor para a economia brasileira. Santos (2008), em sua teoria dos circuitos da economia, considerando o circuito superior da economia, ao qual pertence à indústria, aponta que o circuito superior é constituído “pelos bancos, comércio e indústria de exportação, indústria urbana moderna, serviços modernos, atacadistas e transportadoras” (p. 40). Os grupos de atividades pertencentes à indústria de transformação são apontados como importantes motores da economia, pois as atividades resultantes desses grupos refletem na distribuição de outras atividades que englobam as relações capitalistas produtivas.

21Nesta perspectiva, considerando a análise dos dados das RAIS em 2017, no Brasil, dos 46,3 milhões de vínculos formais empregatícios, 6,7 milhões representavam empregos na indústria de transformação. Entre os níveis com maior e menor coeficiente tecnológico da indústria, aqueles que mais tinham vínculos empregatícios eram os da baixa tecnologia, com aproximadamente 3,5 milhões de vínculos, dos quais 38% eram femininos. Os empregos formais da baixa tecnologia (entre os ramos de abate e fabricação de produtos de carne, laticínios, fabricação de bebidas alcoólicas, confecção de artigos do vestuário e acessórios, fabricação de móveis, fabricação de artefatos para pesca e esporte, fabricação de instrumentos musicais, entre outros) são os que mais empregam trabalhadores tanto femininos quanto masculinos, como se apresenta no Tabela 1.

Tabela 1: Brasil. Estabelecimentos e empregos formais dos grupos de atividades da indústria de transformação. 2017

Grupos de atividades

Estabelecimentos

Empregos

Homens

Mulheres

Indústria de transformação

Alta tecnologia

4.125

127.131

100.276

Média-alta tecnologia

46.325

1.029.304

290.347

Média-baixa tecnologia

101.169

1.380.085

287.453

Baixa tecnologia

179.182

2.192.488

1.345.798

Total

330.801

4.729.008

2.023.874

Fonte de dados: RAIS (2017); Elaborado por C. A. Reolon.

22Na indústria de alta tecnologia os empregos se diferenciam menos comparados com os da baixa tecnologia, havendo preferência por trabalhadores do sexo masculino, pois as mulheres estão concentradas nas atividades da indústria de baixa tecnologia, sendo esse o setor da indústria que mais emprega trabalhadoras (aproximadamente 1,4 milhão de vínculos femininos para 2,2 milhões masculinos). Essas variações são maiores quando se consideram os estados brasileiros. No que concerne à quantidade de empregos na indústria de alta tecnologia, os estados de São Paulo, Amazonas e Minas Gerais destacam-se em empregar tanto trabalhadores do sexo feminino quanto no masculino. Porém, os estados do Acre, Tocantins e Alagoas superam a média dos empregos dos homens apresentando uma razão de 105% para as mulheres (Figura 1).

Figura 1: Brasil. Empregos na indústria de alta tecnologia por unidades da federação. 2017

Figura 1: Brasil. Empregos na indústria de alta tecnologia por unidades da federação. 2017

Fonte de dados: RAIS (2017); Elaborado por C. A. Reolon.

23Na indústria de baixa tecnologia, a Região Norte destaca-se nitidamente como a que emprega menos mulheres, sendo a razão menor que 50%, proporcionalmente à dos homens (Figura 2).

Figura 2: Brasil. Empregos na indústria de baixa tecnologia por unidades da federação. 2017

Figura 2: Brasil. Empregos na indústria de baixa tecnologia por unidades da federação. 2017

Fonte de dados: RAIS (2017); Elaborado por C. A. Reolon.

24Considerando esse mesmo aspecto, o estado de Santa Catarina é o que mais emprega trabalhadoras (são 76.582 dos 102.182 vínculos totais) e os homens correspondem a 25.600 dos empregos formais. De maneira geral, tanto na indústria de alta quanto de baixa tecnologia, a quantidade de empregos não se diferencia muito de um estado para outro.

25No que tange à escolaridade, a partir das décadas de 1960, a teoria do capital humano proposta por Schultz (1971) procurava demostrar que o aumento da renda dos trabalhadores estava diretamente ligado ao grau de escolarização. Da mesma forma, Mincer (1958), a partir das décadas de 1950-60, explicitava que a escolaridade influenciava as diferenças de rendimento entre os trabalhadores. Além disso, os trabalhadores com maior escolaridade apresentavam maior produtividade. Nesse sentido, o censo demográfico do IBGE de 2010 mostrou que as mulheres possuem maior escolaridade em todos os níveis educacionais (IBGE, 2014). No entanto, no que tange aos grupos de alto e de baixo coeficientes tecnológicos da indústria de transformação, e tomando-se os dados agregados para o Brasil, não se constatam diferenças significativas entre os estados brasileiros no que tange ao tempo médio de escolaridade das mulheres e dos homens nem entre tais grupos de atividades. Para as mulheres da indústria da alta tecnologia, nos estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão, Ceará e Tocantins, o tempo médio de escolaridade em anos de estudo (aproximadamente 13 anos) é maior do que o dos homens. Para eles, esse mesmo tempo médio de escolaridade apresenta similaridades entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, ao passo que no restante do país a proporção se mantém em um patamar similar entre todos os estados (Figura 3).

Figura 3: Brasil. Tempo médio de escolaridade na indústria de alta tecnologia por unidades da federação. 2017

Figura 3: Brasil. Tempo médio de escolaridade na indústria de alta tecnologia por unidades da federação. 2017

Fonte de dados: RAIS (2017); Elaborado por C. A. Reolon.

26Em termos de comparação, o estado de Tocantins se mostra como o que mais apresenta diferenças levando-se em consideração o quesito escolaridade, sendo cinco anos de estudo para os homens e 13 anos para as mulheres.

27Já nos ramos de baixa tecnologia, os dados da RAIS demostram que o tempo médio de escolaridade feminina é maior do que a masculina em 12 estados brasileiros (aproximadamente de 10 a 12 anos de estudo proporcionalmente ao ensino médio incompleto e ensino médio completo) (Figura 4). Dessa forma observa-se que, no Brasil, a razão do tempo médio de escolaridade das mulheres era de 100,45% na indústria de alta tecnologia e de 105,18% na indústria de baixa tecnologia.

Figura 4: Brasil. Tempo médio de escolaridade na indústria de baixa tecnologia por unidades da federação. 2017

Figura 4: Brasil. Tempo médio de escolaridade na indústria de baixa tecnologia por unidades da federação. 2017

Fonte de dados: RAIS (2017); Elaborado por C. A. Reolon.

28Quanto à análise da renumeração, na indústria de transformação a razão da remuneração das mulheres na alta tecnologia era equivalente a 81,35% da remuneração dos homens, ou seja, para cada R$1,00 do salário dos homens, as mulheres recebiam o equivalente a R$ 0,81. Nos estados da Região Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e nos estados do Amazonas, Rondônia, Tocantins, Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Norte e na Paraíba, observa-se que as mulheres da indústria da alta tecnologia recebem de 75% a 95% dos salários dos homens, ou seja, para cada R$ 1,00 dos ganhos dos homens, as mulheres recebem o equivalente de R$ 0,75 a R$ 0,95 (Figura 5).

Figura 5: Brasil. Remuneração média anual na indústria de alta tecnologia por unidades da federação. 2017

Figura 5: Brasil. Remuneração média anual na indústria de alta tecnologia por unidades da federação. 2017

Fonte de dados: RAIS (2017); Elaborado por C. A. Reolon.

29Há, também, diferenças estatisticamente significativas entre os salários dos homens e das mulheres, sendo desfavorável às mulheres na indústria de transformação de alta tecnologia no estado do Mato Grosso e uma diferença significativa entre os salários das mulheres e dos homens nessa indústria, favorável às mulheres, no estado de Alagoas.

30Considerando que os ganhos salariais dos trabalhadores se relacionam com sua escolaridade, correlacionando as análises entre a escolaridade e a remuneração na indústria de alta tecnologia, nota-se que nos estados em que o tempo médio de escolaridade é de 13 anos de estudo, os ganhos salariais se tornam expressivos.

31Com relação à baixa tecnologia, há um padrão geográfico com destaque positivo para os estados das Regiões Norte e Nordeste, onde a diferença entre a remuneração das mulheres e dos homens é a menor que nas demais regiões (Figura 6).

Figura 6: Brasil. Remuneração média anual na indústria de baixa tecnologia. 2017

Figura 6: Brasil. Remuneração média anual na indústria de baixa tecnologia. 2017

Fonte de dados: RAIS (2017); Elaborado por C. A. Reolon.

32Portanto, o quadro geral na indústria de transformação de alta e baixa tecnologia no Brasil indica que: a) as mulheres estão concentradas nos segmentos de baixa tecnologia; b) nos ramos de baixa tecnologia, as mulheres são mais escolarizadas que os homens, com destaque para alguns estados da Região Norte e do Nordeste; c) maiores rendimentos na indústria com alto coeficiente tecnológico confirmam a ideia de que os trabalhadores com melhores rendimentos salariais tendem a ser mais escolarizados. Nesse segmento não houve diferenças significativas entre os salários das mulheres e o dos homens, exceto no estado do Mato Grosso, cuja média salarial feminina equivalia a R$ 1241,07 reais e a masculina a R$ 2049,72, evidenciando, obviamente e de maneira geral, que os ramos da indústria de transformação de alta tecnologia têm elevada demanda por mão de obra qualificada.

A inserção da mão de obra feminina no mercado de trabalho formal no Paraná

33Considerando o Paraná, a Tabela 2 mostra que, dos 609 mil trabalhadores, 196 mil são mulheres, ou seja, 32% dos vínculos empregatícios.

Tabela 2: Estado do Paraná. Abrangência da pesquisa, segundo a quantidade de estabelecimentos e de empregos formais dos grupos de atividades da indústria de transformação. 2017

Grupos de atividades

Estabelecimentos

Empregos

Homens

Mulheres

Indústria de transformação

Alta tecnologia

410

7.063

6.210

Média-alta tecnologia

4.541

87.926

24.141

Média-baixa tecnologia

9.725

88.897

20.594

Baixa tecnologia

16.686

228.775

145.564

Total

31.362

412.661

196.509

Fonte de dados: RAIS (2017); Elaborado por C. A. Reolon.

34Entre os níveis tecnológicos em questão, o que mais emprega mão de obra feminina no Paraná é o de baixa tecnologia, sendo 39% dos pouco mais 374 mil vínculos totais. Por outro lado, as mulheres são minoria na alta tecnologia, correspondendo a 46% dos 13 mil vínculos. No geral, nota-se que a quantidade de empregos na alta tecnologia é bem reduzida em se comparando com a baixa tecnologia (Figuras 7 e 8).

Figura 7: Estado do Paraná. Empregos na indústria de alta tecnologia. 2017

Figura 7: Estado do Paraná. Empregos na indústria de alta tecnologia. 2017

Fonte de dados: RAIS (2017); Elaborado por C. A. Reolon.

35Três regiões geográficas do estado, mais especificamente no Oeste destacando-se o município de Toledo, no Norte Central com destaque aos municípios de Maringá, Cambé, Londrina e Apucarana, e na região Metropolitana com destaque aos municípios de Curitiba, Colombo, Pinhais e São José dos Pinhais, são as que mais empregam trabalhadores na indústria de alta tecnologia, sendo Toledo aquele que apresenta mais trabalhadores, com 3.834 mil vínculos formais no setor, dos quais 62% dos cargos são ocupados por mulheres. Contudo, observa-se que a distribuição espacial de empregos na baixa tecnologia se expressa em 98 municípios do estado onde a participação feminina é maior do que a masculina (Figura 8).

Figura 8: Estado do Paraná. Empregos na indústria de baixa tecnologia. 2017

Figura 8: Estado do Paraná. Empregos na indústria de baixa tecnologia. 2017

Fonte de dados: RAIS (2017); Elaborado por C. A. Reolon.

36No que diz respeito à escolaridade na alta tecnologia, a Figura 9 evidencia que não há diferenças significativas entre o tempo médio de escolaridade dos homens e das mulheres. Dos municípios analisados, oito apresentam tempo médio de escolaridade feminino maior que o masculino, sendo Telêmaco Borda, com 12 anos de estudo no sexo feminino e 11 no masculino, Arapongas ,13 anos para as mulheres e 11 para os homens, Rolândia 11 e 12, respectivamente, Cambé, 18 e 12, Sarandi, 12 e 11, Palmas, 12 e 12, Almirante Tamandaré, 12 e 11, e Foz do Iguaçu com tempo médio de escolaridade de 13 anos de estudos para as mulheres e 11 para os homens. Dessa forma, na indústria de transformação de alta tecnológica, os trabalhadores, tanto mulheres quanto homens, que apresentam mão de obra mais qualificada, não se diferenciam proporcionalmente tanto entre os sexos.

Figura 9: Estado do Paraná. Tempo médio de escolaridade na indústria de alta tecnologia. 2017

Figura 9: Estado do Paraná. Tempo médio de escolaridade na indústria de alta tecnologia. 2017

Fonte de dados: RAIS (2017); Elaborado por C. A. Reolon.

37Já nos ramos de baixa tecnologia, a escolaridade feminina apresenta-se como maioria, entre os 10 a 12 anos de estudo (o que significa que as mulheres possuem de ensino médio incompleto a ensino médio completo). Deve ser levado em consideração que, na indústria de baixa tecnologia, a escolaridade não se reflete muito nos rendimentos salariais, diferentemente do que ocorre nos ramos de alta tecnologia (Figura 10).

Figura 10: Estado do Paraná. Tempo médio de escolaridade na indústria de baixa tecnologia. 2017

Figura 10: Estado do Paraná. Tempo médio de escolaridade na indústria de baixa tecnologia. 2017

Fonte de dados: RAIS (2017); Elaborado por C. A. Reolon.

38Notou-se que, dos 378 municípios que possuem mão de obra feminina na baixa tecnologia, em 134 deles as mulheres possuem maior escolaridade que a dos homens, e em 49 municípios ocorre o inverso. Sendo assim. mesmo na baixa tecnologia as mulheres são mais escolarizadas do que os homens.

39Com relação à remuneração média anual, a Figura 11 mostra que os rendimentos das trabalhadoras da alta tecnologia mostram-se significativas em quatro municípios paranaenses, ou seja, nesses municípios a remuneração feminina é maior que a masculina; entretanto, de maneira geral, os homens apresentam maiores rendimentos se comparados com as mulheres.

Figura 11: Estado do Paraná. Remuneração média anual na indústria de alta tecnologia. 2017

Figura 11: Estado do Paraná. Remuneração média anual na indústria de alta tecnologia. 2017

Fonte de dados: RAIS (2017); Elaborado por C. A. Reolon.

40Nos ramos de baixa tecnologia, dos 378 municípios analisados, 27 apresentavam a remuneração feminina maior que a masculina. Entre os municípios em que as mulheres possuem maiores rendimentos salariais do que o dos homens, destacam-se Alvorada do Sul (com média de remuneração de R$ 1628,28 para as mulheres e R$ 1262,72 para os homens), Ariranha do Ivaí (R$ 1234,2 e R$ 922,84 respectivamente), Antônio Olinto (R$ 1714,03 e R$ 1327,41 respectivamente), Bocaiuva do Sul (com R$ 2277,25 e R$ 1806,66 respectivamente), Lunardelli (com R$ 1106,25 para as mulheres e R$ 861,6 para os homens) e Nova América da Colina com remuneração média de R$ 1138,43 feminina e R$ 785,44 masculina (Figura 12).

Figura 12 – Estado do Paraná. Remuneração média anual na indústria de baixa tecnologia. 2017

Figura 12 – Estado do Paraná. Remuneração média anual na indústria de baixa tecnologia. 2017

Fonte de dados: RAIS (2017); Elaborado por C. A. Reolon.

41De maneira geral, os rendimentos femininos na indústria de baixa tecnologia são menores que o dos homens, sobressaindo-se apenas em alguns municípios no Estado. Do ponto de vista estatístico, em apenas 27 municípios as mulheres recebem salários superiores ao dos homens (no restante do Estado esse percentual se mantém muito aquém da média).

Considerações finais

42Norteando este estudo, algumas hipóteses foram delineadas para cada uma das três variáveis analisadas em termos individuais e considerando suas possíveis correlações. Sobre a quantidade de empregos, os dados correspondentes à População Economicamente Ativa (PEA) possibilitariam fornecer um quadro comparativo mais amplo, uma vez que a razão entre as mulheres e os homens empregados, em cada grupo industrial, poderia ser comparada não à quantidade total de homens e de mulheres empregados, mas à quantidade de homens e de mulheres que, de fato, procuram por emprego, podendo-se constatar se esses grupos de atividades estão ou não ofertando vagas na mesma proporção em que são demandadas.

43Como dados sobre a PEA não estavam disponíveis para 2018, levando-se em consideração este aspecto, observa-se que, no quadro geral, as mulheres ocupam menos vagas no mercado de trabalho formal que os homens, numa razão de 78,61%, ou seja, isto equivale a dizer que, para cada oito mulheres, cerca de 10 homens estavam ocupados com carteira assinada. Para efeitos comparativos, segundo o Censo Demográfico de 2010, a razão entre a quantidade populacional de mulheres e de homens era de 96% (IBGE, 2014). Devido às características estruturais da economia brasileira, esperava-se que na indústria de transformação a proporção de mulheres em relação aos homens fosse ainda menor do que a observada no quadro geral de empregos, mas a diferença superou as expectativas, ao se observar que a quantidade de mulheres empregadas neste setor não equivale à metade da quantidade de homens empregados (42,8%), sendo os grupos de alto e de baixo coeficientes tecnológicos os que mais empregam mulheres, em proporções de 78,9% e de 61,4% sobre o total de homens, respectivamente, mas com variações importantes entre os estados brasileiros, com alguns superando a média nacional, inclusive apesentando maior quantidade de mulheres do que homens, enquanto outros se posicionam aquém da média.

44O padrão geográfico apresentado pela indústria de baixa tecnologia mostra a Região Norte se destacando nitidamente como a que menos emprega mulheres proporcionalmente aos homens. Quanto ao tempo médio de escolaridade, esperava-se que, de um modo geral, as mulheres apresentassem nível maior que o dos homens, pois os dados do Censo Demográfico de 2010 mostram que, embora a quantidade de mulheres sem instrução e com ensino fundamental incompleto supere a quantidade de homens em tal situação, uma vez que se isolam as etapas do ensino fundamental até o ensino superior completo, as mulheres perfazem maior número que os homens em todos os níveis (IBGE, 2014). No que tange aos grupos de alto e de baixo coeficientes tecnológicos da indústria de transformação, e tomando-se os dados agregados para o Brasil, não se constatam diferenças significativas entre o tempo médio de escolaridade das mulheres e dos homens entre tais grupos de atividades nem internamente a cada grupo. No Brasil, a razão do tempo médio de escolaridade das mulheres (em relação aos homens) era de 100,45% na indústria de alta tecnologia e de 105,18% na indústria de baixa tecnologia, ou seja, em geral as mulheres recebiam mais que os homens. Por fim, uma vez que informações dos Censos Demográficos de 2000 e de 2010 demostraram que houve ligeiro aumento da razão entre o rendimento médio das mulheres ocupadas em relação ao rendimento dos homens ocupados, passando de 68,77% para 73,90% (IBGE, 2014), esperava-se que a remuneração das mulheres que trabalhavam na indústria de transformação com carteira assinada fosse menor do que o rendimento dos homens. De fato, tal hipótese foi confirmada, pois a remuneração média das mulheres empregadas na indústria de alta tecnologia era equivalente a 81,35% da remuneração dos homens, ao passo que na indústria de baixa tecnologia tal proporção se ampliava para 89,16%. Assim como em relação às demais variáveis, neste caso também se constatam diferenças estaduais, com padrão geográfico marcante no caso da indústria de baixa tecnologia, com destaque positivo para os estados das regiões Norte e Nordeste, onde a diferença entre a remuneração das mulheres e dos homens é menor que nas demais regiões.

45Quanto à vinculação entre a remuneração e a escolaridade, o teste do coeficiente de correlação de Spearman revelou haver correlação significativa em ambos os grupos industriais e de acordo com ambos os sexos; contudo, uma vez que, em termos agregados, o tempo médio de escolaridade e a renda se ampliam na indústria de baixa tecnologia, esperava-se encontrar correlação intensa entre essas variáveis no âmbito deste grupo mas, com as informações dispostas em nível municipal (portanto, menos agregadas), os resultados dos testes estatísticos em questão demonstram não ser o caso. Ao contrário do que ocorre na indústria de alta tecnologia, a variabilidade da remuneração média resultante do tempo médio de escolaridade é bastante reduzida na indústria de baixa tecnologia, onde o tempo médio no emprego e a idade média possuem maior poder de explicação sobre a remuneração do que o tempo médio de escolaridade.

46Em outras palavras, podemos dizer que os resultados da análise confirmam as discrepâncias. Há discriminação de gênero no mercado de trabalho, notadamente em função do fato de que, embora apresentem maior nível de escolaridade, em geral as mulheres recebem menos que os homens. Do ponto de vista espacial, constatam-se diferenças significativas entre os diversos estados brasileiros, eventualmente identificando-se padrões regionais bem definidos. Chama atenção o fato de que na indústria de baixa tecnologia, o tempo médio de escolaridade apresenta pouca influência sobre remuneração média, não necessariamente contrariando a literatura, mas ao fato de que essa correlação precisa ser mais cautelosamente ponderada sob certos aspectos espaciais e setoriais.

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Référence électronique

Cleverson Alexsander Reolon et Eliseu Savério Sposito, « Divisão territorial do trabalho na indústria. A participação da mão de obra feminina  »Confins [En ligne], 62 | 2024, mis en ligne le 20 mars 2024, consulté le 16 mai 2025. URL : http://0-journals-openedition-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/confins/56375 ; DOI : https://0-doi-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/10.4000/confins.56375

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Auteurs

Cleverson Alexsander Reolon

Universidade Estadual de Maringá (UEM), ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3030-8028, careolon@uem.br

Eliseu Savério Sposito

Universidade Estadual Paulista (Unesp), ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2340-9290, essposito@gmail.com

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