1Os fatores e as condições que contribuem para emergência e disseminação de uma doença são complexos e multidimensionais. Para entendimento introdutório e não reducionista, o surto é quando uma doença inesperada, acontece com frequência mais alta do que o normal, em um determinado momento e na escala local. A epidemia é quando uma doença infecciosa ocorre em várias localidades, cidades e/ou regiões do mesmo país, a depender do número de casos e a população exposta. A pandemia acontece quando uma doença causada por novos patógenos ou vírus (epidemia) transcende as fronteiras do país, e contamina pessoas em outros países e continentes que ainda não são imunes a essa.
2A propagação de doenças em escala global é favorecida com a circulação de pessoas ou objetos infectados; por isso, muitas fronteiras terrestres e aéreas podem ser restringidas e até fechadas em vários países, especialmente em situações de pandemia, incluindo ainda, a redução e até a suspensão de viagens dentro dos países, cujos deslocamentos seriam pelas vias rodoviárias, férrea, fluvial e marítima.
3A nova cepa de coronavírus, classificada como SARS-COV-2 pelo Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus (ICTV), cuja doença provoca infecção das vias respiratórias em seres humanos, foi denominada pela Organização Mundial da Saúde (WHO/OMS) como COVID-19. O surto da doença foi relatado pelas autoridades de saúde da cidade de Wuhan, província de Hubei, na China, em dezembro de 2019. A OMS declarou a COVID-19 como Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional em 30 de janeiro de 2020 (CHAVES; BELLEI, 2020) e pandemia em 11 de março de 2020.
4A emergência e propagação geográfica desse vírus zoonótico teve como epicentro Wuhan, maior cidade da China Central, com contingente populacional de, aproximadamente, 11 milhões de habitantes, importante centro de indústria, comércio e transporte. Diariamente voam cerca de 30 mil passageiros de Wuhan para destinos ao redor do mundo, sendo que, em 2018, mais de 24,5 milhões de passageiros passaram pelo seu aeroporto (CHAVES; BELLEI, 2020).
5Durante a epidemia, o governo chinês restringiu a mobilidade nas cidades “contaminadas”, através do fechamento das redes de transporte público, recomendou fechar o comércio e entretenimentos, limitou a entrada e saída de pessoas nessas cidades, obrigou o cumprimento de quarentena daquelas com sintomas compatíveis com os descritos a COVID-19 ou que estiveram em contato com os contaminados, utilizou vigilância por drones para controlar a circulação e informar as pessoas sobre o uso de máscaras, eventos foram cancelados, dentre outras medidas restritivas. As empresas desta região suspenderam as atividades para evitar o aumento da contaminação. Além disso, o governo chinês construiu 2 hospitais temporários em Wuhan, em menos de duas semanas, para atenderem 2,6 mil pacientes; estabeleceu parceria com a OMS para tentar mostrar ao mundo que seria capaz de conter o avanço da epidemia e as consequências na vida e morte de milhares de pessoas. Apesar dessas ações, especialistas na área da saúde criticaram o atraso e a possível manipulação nas informações fornecidas pela China; e os jornais, baseados em relatos de doentes e familiares, afirmam problemas no isolamento e sem o devido suporte médico.
6A disseminação da COVID-19, para além do território chinês, aumenta diariamente, e alcançou 164 países, com mais de 266 mil casos confirmados, em sua maioria na China, Itália, Espanha, Alemanha, Irã, Estados Unidos, França e Coreia do Sul, provocando cerca de 11 mil mortes, notadamente na Itália e na China, segundo dados compilados em 20 de março de 2020, conforme expostos no infográfico abaixo (Figura 1):
Figura 1: Casos Globais de COVID-19 cadastrados pelo Coronavirus Resource Center da Universidade de John Hopkins.
Fonte: Center for Systems Science and Engineering at Johns Hopkins University & Medicine, Disponível em: https://coronavirus.jhu.edu/map.html Acesso em: 21 de março de 2020 às 14h19.
7Um dos elementos que contribuem para a disseminação de doenças infecciosas em escala global está relacionada a intensificação da fluidez e capilaridade da circulação mundial, com deslocamentos de pessoas pelas regiões e continentes através de vários modais de transporte, especialmente o aéreo, cujas redes e serviços desenvolvidos por empresas, em sua maioria, permite reduzir dias de viagem de pessoas e mercadorias, conectando os espaços em curto tempo. Na atual conjuntura, os fluxos por transporte aéreo possibilitaram que pessoas contaminadas, sintomáticas ou assintomáticas, chegassem em outros países e, assim, a epidemia transformou-se em pandemia em poucas semanas.
8Para tentar conter a contaminação e disseminação da COVID-19, os países estão implementando diversas medidas, como a suspensão de atividades, as quais contavam com a presença de muitas pessoas, como o funcionamento de escolas e universidades, empresas, comércio de rua e/ou shoppings centers, eventos sociais e esportivos, academias, entretenimentos, dentre outras, que impactam o convívio social e a economia. Além disso, ações que envolvem as relações com outros países também estão sendo tomadas, como o fechamento das fronteiras terrestres e a restrição de entrada de pessoas, pelas vias aéreas, provenientes de lugares que estão sofrendo com essa doença.
9Para além das restrições de circulação determinadas pelos governos, parte das populações dos países atingidos pela pandemia estão com medo de sair de suas residências para percorrer os lugares da cidade e serem contaminados. Esse sentimento de topofobia e a reinterpretação do espaço geográfico, também alteram os arranjos espaciais existentes, porque diminuem a circulação de veículos e de pessoas, que passam a ser mais espaçados e menos numerosos, ao ponto de influenciar na poluição atmosférica das grandes cidades. Um exemplo desse medo coletivo de contaminação, seja por vírus ou poluição, é o uso de máscaras de quem não está doente ou não trabalha na área da saúde, aumentando a tensão entre as pessoas. Mas conforme essa conduta passa a ser aderida por mais pessoas e por mais tempo, a tensão diminui e torna-se uma prática comum.
10Nesse conturbado e tenebroso processo de expansão geografia e demográfica da contaminação da COVID-19, diversas alterações internas nos países foram e ainda estão sendo realizadas, em especial na Itália, com o fechamento de suas fronteiras e a suspensão de voos com origem e destino do/no seu território.
11As fronteiras constituem importantes frações territoriais dos Estados, pois essa área serve como ponto de contato entre duas ou mais unidades políticas e, justamente, onde ocorrem um conjunto complexo de interações espaciais, socioculturais e econômicas, por meio dos fluxos de pessoas, mercadorias e informações, sejam esses lícitos ou ilícitos.
- 1 Sobre essa discussão em estudo de caso ver Nogueira (2004).
12Foucher (2009) aponta que a fronteira pode ser analisada a partir de três concepções: controlada, percebida e vivida. A fronteira controlada é enquanto as instituições do Estado exercem o controle dos fluxos nesse espaço, principalmente pela presença de forças armadas, e suas ações de treinamentos, vigilância, fiscalização na circulação e repressão aos delitos. Outra perspectiva centra-se na fronteira enquanto um espaço percebido, apontada como causa de problemas internos e externos aos países, a exemplo da atual pandemia, que serviu como justificativa de governantes para fechar suas fronteiras. E a terceira concepção é a fronteira vivida, que remente ao espaço de vivência das sociedades que vivem nas zonas transfronteiriças, com os deslocamentos entre países para as relações de trabalho e sociais, as trocas culturais, diversidade culinária e linguística, as intensas atividades econômicas, fortemente perceptíveis em cidades fronteiriças1, principalmente, quando existem rodovias e pontes de acesso.
13Quando doenças transcendem as fronteiras e atingem outros países, os governos centrais e as instituições ligadas a saúde e vigilância sanitária estabelecem uma série de medidas, e podem chegar ao ponto de decidir pelo fechamento das fronteiras. O fechamento de fronteiras terrestres impacta na dinâmica da circulação de pessoas, informações e cargas, como ilustra-se na figura 2.
Figura 2: Modelo da circulação entre fronteiras de cidades gêmeas.
Org.: Thiago Oliveira Neto
14A ação política de fechamento parcial ou total das fronteiras possui repercussões diretas nas escalas locais, onde as interações espaciais e sociais são interrompidas ou reduzidas, afetando a dinâmica das relações sociais e econômicas transfronteiriças, principalmente, quando existem cidades gêmeas, como se pode visualizar na figura 3, que ilustra a barreira entre as cidades de Tabatinga (Brasil) e Letícia (Colômbia).
Figura 3: Fronteira entre Brasil e Colômbia entre as cidades de Tabatinga e de Letícia.
A fronteira foi fechada para a circulação de veículos e continua aberta para circulação de pedestres
Fonte: G1. Colômbia fecha passagem de carros na fronteira entre Tabatinga, no AM, e Letícia, Disponível em: <https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2020/03/17/colombia-fecha-passagem-de-carros-na-fronteira-entre-tabatinga-no-am-e-leticia.ghtml>, Acesso em: 19 de março de 2020.
15O fechamento das fronteiras também repercute nas escalas regional e nacional, impactando a vida das pessoas que trabalham, estudam, compram e/ou turistam, afetando todos os setores da economia, da sociedade e da política, tanto do país que restringe o fluxo de entrada/saída para dentro do seu território, bem como daquele país “penalizado”.
- 2 Sobre circuito espacial da produção ver Santos (1991).
16Atualmente esse fechamento tem o propósito de barrar a entrada e saída de pessoas dos países que podem estar contaminadas, enquanto as cargas e informações deveriam continuar fluindo, pois a rigor, os intercâmbios fronteiriços ou entre países continua a ser fundamental para manter minimamente mercados abastecidos e o funcionamento de circuitos espaciais2, fundamentais para sustentar as economias regionais e nacionais.
17Devido a pandemia do COVID-19, os países europeus passaram a restringir e até a fechar suas fronteiras terrestres, em março de 2020, para controlar o fluxo de pessoas. No entanto, a circulação de transportes de cargas também foi impactada, com mercadorias paradas nas rodovias, descumprindo os prazos previstos para entrega, e quilômetros de congestionamento próximos às fronteiras, conforme pode-se visualizar na imagem a seguir (Figura 4).
Figura 4: Caminhões parados na rodovia A4, na Alemanha, perto da fronteira com a Polônia.
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/03/fronteiras-fechadas-na-europa-geram-caos-e-congestionamentos-de-30-horas.shtml, Publicado em: 19 de março de 2020, Acesso em: 20 de março de 2020
18Vale lembrar que as fronteiras abertas entre países europeus, condição estabelecida a partir do primeiro Acordo de Schengen, em 1985, gradativamente implementado pelos membros da União Europeia e Estados Associados, hoje, totaliza 26 países que compõe o Espaço Schengen, e possibilitou arcabouço normativo para a livre circulação de pessoas e controles harmonizados entre os Estados-Partes, com base em critérios definidos comunitariamente.
19A dimensão espacial de propagação do COVID-19 afetou as relações regionais na Europa e ao alcançar a escala global (figura 5) evidencia a relação entre a concentração dos casos e os principais hubs do transporte aéreo no mundo (figura 6).
Figura 5: Distribuição da pandemia no mundo com informações atualizadas diariamente.
Fonte: https://infographics.channelnewsasia.com/covid-19/map.html, Acesso em: 19 de março de 2020
Figura 6: Circulação aérea global.
Fonte: Flight Radar 24, Disponível em: https://www.flightradar24.com/airport/fco, Acesso em: 19 de março de 2020 às 18:35 no fuso de Brasília (UTC -3)
20A OMS, os relatórios médicos, as orientações dos governos e as informações divulgadas pelos meios de comunicação, empresas e redes sociais afirmam a importância do isolamento social e os cuidados adicionais com os grupos de risco, pois se forem infectados, tem maiores chances de sequelas e até morrerem. Os grupos de risco são compostos por idosos, portadores de diabetes, hipertensão, doenças pulmonares, cardiopatas, doenças imunodeficientes e autoimunes.
21A Itália está sofrendo com a rápida propagação da doença e a morte de mais de 4 mil pessoas, em sua maioria, idosos. Com a morte de centenas de pessoas em um curto intervalo de tempo, o Estado italiano passou a utilizar as forças armadas para apoiar nas operações de deslocamento de mortos (figura 7), fiscalização e segurança.
Figura 7: Forças armadas em operação na Itália durante a pandemia do COVID-19
a) Exército transporta corpos de vítimas do COVID-19 em Bergamo (Itália); b) Diversos caminhões militares nas ruas transportando corpos mortos.
Autor: Sergio Agazzi., Fotogramma via Reuters. Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/20/mais-de-10-mil-mortes-por-covid-19-no-mundo-diz-universidade.ghtml. Acesso em: 19 de março de 2020; Autor: Patrícia Helmer. Disponível em: https://www.agazeta.com.br/mundo/coronavirus-auxiliar-de-enfermagem-capixaba-relata-drama-na-italia-0320. Acesso em: 20 de março de 2020.
22Para tentar conter a disseminação da doença, o governo da Itália impôs restrições na circulação por todo país. As pessoas não podem sair de casa, somente em situações de relevante necessidade e devem carregar uma declaração de justificativa para apresentar às autoridades. Há vários relatos de estrangeiros vivendo ou turistando na Itália que queriam voltar aos seus países de origem, mas as fronteiras terrestres e aéreas foram fechadas. Paralelamente, alguns países suspenderam os voos comerciais de destino e origem a China e ao Espaço Schengen, como fora anunciado pelo presidente dos Estados Unidos em 12 de março de 2020. Com as decisões de suspensão dos voos em direção ou partindo dos aeroportos italianos houve uma redução substancial nos fluxos aéreos naquele país, conforme pode-se visualizar nas figuras 8, 9 e 10.
Figura 8: Fluxos aéreos
a) em um primeiro plano observa-se diversos voos na Europa, Oriente Médio e África; b) na Europa, pode-se observar o espaço áereo praticamente sem voos na Itália.
Fonte: Flight Radar 24 Disponível em: Aplicativo. Acesso em: 18 de março de 2020 às 14:09 no fuso de Brasília (UTC -3)
Figura 9: Cancelamento de voos nos aeroportos Italianos.
Fonte: Flight Radar 24 Disponível em: Aplicativo Acesso em: 18 de março de 2020, captura às 15:46 no fuso de Brasília (UTC -3).
Figura 10: Cancelamento de voos nos aeroportos Italianos.
Fonte: Flight Radar 24 Disponível em: Aplicativo Acesso em: 18 de março de 2020, captura às 15:47 no fuso de Brasília (UTC-3)
23Vale ressaltar que não foram somente os voos nos aeroportos italianos que tiveram cancelamentos; em outros aeroportos pelo mundo, como em Buenos Aires, capital da Argentina, também foram cancelados. Além disso, a exemplo do Brasil, as pessoas desistiram de voar diante do avanço da pandemia no país, e ao tentarem remarcar suas passagens para datas posteriores não foram atendidas, gerando transtornos nos compromissos (pessoais, trabalho, passeio), inclusive, as companhias aéreas tiveram que readequar seus voos, sistemas de comunicação com passageiros, equipes de trabalho em solo e nas aeronaves, afetando os outros segmentos dessa cadeia.
24A pandemia da COVID-19 e o receio de uma expansão ainda maior, forçou unidades de produções industriais pelo mundo, como na China, França, Alemanha, Itália, Brasil etc., fossem paralisadas ou suas atividades fabris reduzidas, evidenciando a desaceleração na produção industrial global. Algumas outras atividades tiveram reduções em ritmos de consumo, como o próprio transporte aéreo com voos cancelados, afetando os serviços vinculados a essa atividade econômica.
25Diversos circuitos espaciais da produção foram ou serão parcial/total paralisados em decorrência da suspensão das atividades industriais, seja devido a necessidade de diminuir a presença dos trabalhadores para a construção dos objetos técnicos, que acabam afetando outros segmentos da cadeia produtiva. Na Ásia, a paralisação das unidades de produção ocasionou, em efeito dominó, a interrupção das demais unidades fabris localizadas em outros países, onde se completa o circuito produtivo e, para tal, precisam de insumos oriundo da Ásia. Essa parada não afeta somente a produção de equipamentos eletrônicos, mas também a produção de veículos que em decorrência do elevado nível de tecnificação, depende dos insumos eletrônicos oriundos das fábricas que estão com as atividades suspensas. Além disso, a retração no consumo e na renda, especialmente dos segmentos da sociedade mais vulneráveis, também serão aspectos a serem cuidados pelos Estados, porque impactarão nos circuitos econômicos e nas relações sociais.
- 3 Sobre os dois circuitos da economia urbana consultar Santos (1979; 2004).
26Dois aspectos poderiam ser ainda pontuados: primeiro, a atuação do Estado na saúde pública, pois possui relevância social fundamental em atender de forma gratuita a população, visto que a pandemia afeta pessoas de diversos níveis socioeconômicos; o segundo, consiste no impacto econômico com a suspensão, redução e reorganização das atividades produtivas e trabalhistas, impactando negativamente no circuito superior da economia3, até os grupos de pessoas que trabalham na economia informal -circuito inferior da economia urbana - que dependem da circulação de pessoas pelas ruas, em inúmeras cidades, para comercializar produtos e serviços, sendo que esses trabalhadores informais não possuem seguridade social.
27Os especialistas estão traçando cenários sobre o avanço da COVID-19 no mundo e seus múltiplos impactos. Segundo projeções do The Economist Intelligence Unit (EIU), braço de pesquisa e análises geopolíticas e econômicas que compõe o The Economist Group, podem ser infectados de 25 a 70% da população mundial, desses, 20% dos casos serão graves e, em torno de 1% a 3% resultarão em óbitos. No que se refere a economia, preveem a redução do crescimento global de 2,3 para 1% (EIU, 2020).
28As fronteiras novamente ganham visibilidade no cenário internacional, decorrente dos seus fechamentos em inúmeros pontos de passagem. O que chama a atenção, é o impacto dessa ação estatal na continuidade dos fluxos de transporte aéreo de passageiros, pois a fluidez que esse modal proporciona, possibilitou que o vírus se espalhasse e não encontrasse barreiras de contenção.
29No imaginário coletivo, a fronteira ainda representa um ambiente marcado pelos problemas sociais, econômicos e de segurança, e que o seu fechamento impossibilitaria a circulação de pessoas e, assim, a contenção ou o retardo da expansão do vírus.
30Interessante observar o paradoxo do fechamento/porosidade/permissão de entrada/saída das fronteiras terrestres e das outras fronteiras, como as aéreas. Em muitos lugares, o espaço aéreo continua aberto para centenas de pousos e decolagens diariamente, entre áreas infectadas com áreas com pouco ou ainda não infectadas. Vale ressaltar, como mencionado anteriormente, que a redução brusca e a interrupção dos voos ocasionaram consequências de ordem econômica para as empresas operadoras e todos os serviços atrelados à essas atividades.
31A pandemia atual e as precauções realizadas pelas pessoas, empresas e Estados alteraram substancialmente o cotidiano dos diversos segmentos da sociedade, desde o simples ato de ir nos lugares para trabalhar, estudar até encontrar os familiares e amigos. Hoje além do medo do lugar, topofobia, presenciamos o medo de circular entre as pessoas.
32Por fim, não menos importante, alguns setores e atividades conseguiram se adaptar, como trabalhos remotos através do uso de diversos objetos técnicos existentes, como celulares, notebooks, internet, dentre outros. Certamente, haverá a reorganização das relações de trabalho, humanas e de consumo. Inseridos nesse contexto, esse texto foi construído por cada um dos autores, em suas respectivas residências, trabalhando remotamente para a continuação das atividades de pesquisa, redação e trabalho.