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Dossiê Amazonas

Os transportes e as dinâmicas territoriais no Amazonas

Transport and territorial dynamics in the Amazon
Transport et dynamique territoriale en Amazonie
Thiago Oliveira Neto et Ricardo José Batista Nogueira

Résumés

Le flux de marchandises, de personnes et d'informations est de plus en plus intense et présent dans les endroits les plus divers du monde et les contenus techniques les plus variés disponibles sur les territoires, ce qui permet d'établir des interactions spatiales impliquant des circuits économiques multi-échelles entre villes, districts et villes. Ces dynamiques sont structurées dans différentes régions, de différentes manières. En ce sens, cet article vise à présenter une vue d'ensemble du transport dans l'état d'Amazonas, en mettant en évidence les principales modalités, l'organisation spatiale et les performances de l'État et des entreprises dans l'établissement d'infrastructures et le contrôle ou non de la circulation.

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Texte intégral

1Os sistemas de engenharia, expressão utilizada por Santos (1988) para denominar o conjunto de infraestruturas criadas para viabilizar a fluidez são fundamentais para o estabelecimento da circulação tanto quanto para a consolidação desta entre os lugares, permitindo o deslocamento de cargas, pessoas e valores culturais e simbólicos. Essa circulação também se estrutura sem o aparato dos sistemas de engenharia do Estado ou das grandes corporações, tendo apenas as embarcações e uma margem de rio que permite uma dinâmica de circulação interna, como é o caso da Amazônia, em especial no Amazonas, onde um dos principais sistemas de engenharia desse circuito de transporte é o barco regional, que se faz presente e permite uma mobilidade interna na região.

2Cada estado da federação possui organização e arranjos espaciais dos transportes, com predominância de fluxos nos modais rodoviário, ferroviário e fluvial, sendo este último predominante em todo o estado do Amazonas. Ora tal condição oriunda da própria formação geomorfológica, com uma rede de drenagem com diversos rios e bastante capilarizada; ora pela dispersão do povoamento em cidades e vilas ao longo dos rios, durante o processo de formação territorial. Além disso, não existe uma malha rodoviária expressiva, nem ferrovias, mas possui vários aeródromos e, principalmente, portos e vias fluviais, as quais continuam a propiciar os deslocamentos dentro do estado.

3Para apresentar um breve panorama sobre os modos de transporte no Amazonas e o desdobramento de alguns processos territoriais, estruturou-se este texto em quatro partes, da seguinte forma: o transporte fluvial, os novos portos fluviais; a construção das rodovias e a organização dos transportes no modal rodoviário no estado e algumas transformações espaciais; e, por fim, o transporte aéreo.

Transporte fluvial: uma rede capilar

4Os rios na Amazônia têm uma relevância fundamental para o deslocamento de pessoas e cargas em decorrência da própria ausência de outros meios, que possibilitem o deslocamento de cargas e de pessoas, mas o transporte não é essencialmente fluvial como apresenta Ferreira (2016).

5Observa-se nessa região a presença majoritária do transporte fluvial ou rodoviário em frações territoriais distintas, com cidades e vilas fortemente vinculadas aos fluxos rodoviários, fluviais ou rodo-fluviais, este último estando mais presente no caso particular da Amazônia Ocidental, onde, apesar de aparentar ausência de uma organização jurídica do funcionamento do transporte fluvial, esta atividade é extremamente organizada, com horários e rotas estabelecidas e estruturado, internamente, pelas empresas e pelos comandantes das embarcações.

6No estado do Amazonas, apesar do enorme esforço dos governos sejam eles federal e estadual para a construção de rodovias e aeródromos, existe uma parcela substancial do estado que “ainda segue o padrão Rio-Várzea, onde o transporte pela via fluvial para a maior parte das localidades é a única alternativa, pois ainda habitadas por populações caboclas que tem no rio uma de suas fontes principais de vida” (NOGUEIRA, 1999. p 2).

  • 1 Embarcação com o formato de canoa e feita de alumínio ou madeira com 3 até 8 metros de comprimento (...)

7A navegação sempre esteve intimamente ligada às formas adaptativas e determinadas pelas condições socioambientais, com o uso dos recursos naturais para a construção das embarcações de madeira, que passaram a perder espaço no mercado para as embarcações construídas em estaleiros, que passaram a utilizar outros conteúdos técnicos, como alumínio, aço, solda, fios e plásticos, na composição das novas embarcações regionais, seja uma voadeira1, uma lancha, um iate, um barco, um lancha expresso ou uma balsa. Essas denominações, não tão familiares, demonstram que nos rios amazônicos encontram-se uma pluralidade de embarcações distintas e com usos e funcionalidades também diversas, recebendo, inclusive, outras denominações de cunho regional.

  • 2 Ver em Silveira (2009).

8As evoluções e revoluções logísticas2 ocasionaram transformações substanciais no deslocamento interno da Amazônia, reduzindo o tempo de viagem, aumentando o número de passageiros e de cargas. Essas evoluções e revoluções estiveram acompanhadas da reestruturação produtiva e das novas estratégias de acumulação, presentes na atividade de transporte.

9Olhando para a Amazônia e para o estado do Amazonas, chama atenção a representação dos rios que entrecortam todo o estado, os quais foram fundamentais para a conquista do território em tempos pretéritos e permitem a navegação de embarcações. E, apesar da limitação dos rios para a navegação, durante o período de vazante – seca -, essas embarcações ainda permitem uma mobilidade espacial formidável, numa fração territorial onde os projetos de integração, com a construção de grandes sistemas de engenharia, não foram executados em sua totalidade, ficando aquém das necessidades de circulação interna.

10Os padrões de circulação estão assim centrados: circulação rio-várzea (NOGUEIRA, 1999, p. 70); rodovia-terra firme/várzea, que possui uma participação reduzida no estado; e aéreo-fluvial e aéreo-terrestre, que atende minimamente as demandas regionais e locais. O transporte fluvial possui algumas particularidades essencialmente regionais, como: dispersão da população ao longo de uma rota fluvial, “[...] larga planície inundável pelo menos durante cinco meses do ano e floresta tropical praticamente densa – fizeram com que os rios amazônicos se constituíssem em caminhos de acesso a vilas, missões, fortes e pequenos aglomerados de caboclos, instalados às suas margens”; e a rede hidrográfica existente, que condicionou, ao longo dos séculos, “todas as práticas sociais na região” (NOGUEIRA, 1999, p.74).

11Dentro dessa excepcionalidade do transporte fluvial, surgiu a figura do regatão, uma espécie de “mascate fluvial que negociava a crédito inúmeras mercadorias com as populações estabelecidas nos rios, lagos e igarapés da região” (NOGUEIRA, 1999, p. 74). Sobre esse é possível identificar três tipos de regatões: um da canoa e remo; barco motorizado; barco e com armazéns.

12A motivação econômica com o comércio da borracha silvestre foi responsável pela instalação de linhas internacionais entre a cidade de Manaus, com rotas para Gênova, Liverpool e Nova Iorque; e linhas nacionais, com rotas para o Rio de Janeiro e uma diversidade de rotas regionais. Ou seja, a razão de “toda essa dinâmica espacial foi, evidentemente, a exploração da borracha, mercadoria que era” amplamente comercializada, enquanto o monopólio estava centrado na produção amazônica (NOGUEIRA, 1999, p. 77). Nas décadas de 60 e 70, novas dinâmicas econômicas alteraram substancialmente a organização dos transportes.

13As políticas territoriais das décadas de 60 e 70 alteram também a organização espacial dos transportes fluviais, principalmente com “a expansão da oferta de cargas geradas em Manaus, com o incremento da produção industrial [que] trouxe outras empresas de transporte para a região” (NOGUEIRA, 2011, p. 395).

14A evolução logística que ocorreu no transporte fluvial permitiu a coexistência de modalidades distintas de transporte. Assim, mesmo com a inserção de novas técnicas, os antigos sistemas continuaram a existir, pois os novos ocupam nichos de um mercado cativo, antes não ocupado, e como algumas rotas já são dominadas por grupos econômicos locais ou por cooperativas, ambos inserem as evoluções nas suas próprias rotas fluviais.

  • 3 Denominação regional que consiste em colocar caminhões e carretas sobre um comboio de balsas, que s (...)

15Essa nova organização dos transportes se subdividiu em cinco modalidades de transporte: roll on-roll-off amazônico3 - denominado de Ro-Ro Caboclo - com o transporte de carretas – às vezes somente o reboque/trailer - e contêineres em balsas e em comboios fluviais; o transporte de derivados de petróleo; transporte de passageiros e cargas regionais, em embarcações intermunicipais e microrregionais de passageiros (NOGUEIRA, 1994); e o transporte de grãos em balsas graneleiras; lanchas expresso/a jato.

16Segundo Nogueira, “a capacidade de transporte de produtos por via fluvial sempre fez do barco um importante meio de transporte” (2011, p. 389), atrelando tal capacidade ao volume de carga variada e embarcada, além do transporte de passageiros.

17A maior peculiaridade do deslocamento fluvial e do transporte misto – carga e passageiros – é o fato de que a cada rota e em cada período especifico do ano, apresentar ser uma dada dinamicidade, pelo carregamento que varia em cada rota. Além disso, as embarcações realizam o transporte de cargas bastante variadas, desde: estivas em geral, frutas, hortifrutigranjeiro, bebidas, caixarias, refrigerantes, mudança, veículos – motos e carros -, eletrodomésticos. Vale apontar que, na vazante dos rios, as embarcações reduzem o volume transportado para evitar encalhamentos (DAVID, 2010), ou realizam a troca da embarcação e o transbordo da carga para uma embarcação com calado inferior, que permite navegar nos rios. Destaca-se, ainda, que os eventos locais, como as festas atraem centenas de pessoas das cidades e vilas próximas da cidade sede do acontecimento, constituindo uma conjunção de rotas de deslocamento e uma margem de rio com dezenas de embarcações.

18Os barcos regionais de transporte de passageiros e de carga navegam por diversos rios (Quadro 1) e operam em condições singulares, “como dispersão dos passageiros, baixo poder aquisitivo dos mesmos e longas distâncias a serem percorridas”. Então, para manter a reprodução do empreendimento, foi necessário estabelecer a união de três atividades: cobrança da tarifa; cobrança do frete com o transporte de cargas; e realização de um comércio ao longo da viagem, do ponto de origem e de destino (NOGUEIRA, 1999, pp. 79-80). No estado, existem as rotas locais (Fig. 1a), para os mais diversos municípios e com distâncias que podem variar de 50 km até 1.500 km.

Quadro 1: Principais rotas fluviais de transporte de passageiros

Origem x Destino

Tempo de Viagem

em horas (h)**

Distância

em km

Preço*

Cotação em Dólar

Rio Amazonas

Manaus-Almeirim****

50h

990

250,00

283,00

66,31

75,06

Manaus-Alvarães

42h

644

145,00

38,46

Manaus-Alenquer

26h

-

-

-

Manaus-Belém

84h

1606

350,00

92,83

Manaus-Boa Vista do Ramos

22h

623

100,00

26,52

Manaus-Itacoatiara

11h

211**

50,00

13,26

Manaus-Juruti

11h

-

120,00

31,83

Manaus-Monte Alegre

33h

-

177,00

46,94

Manaus-Óbidos

27h ****

-

140,00

37,13

Manaus-Parintins

18h

475

100,00

26,52

Manaus-Urucará

18h 20h

344

-

-

Manaus-Uricurituba

-

248

-

-

Manaus-Barreirinha

22h

552

130,00

34,48

Manaus-Santarém

28h

739

159,00

42,17

Manaus-Maués

18-20h

698

100,00

26,52

Manaus-Faro

22h

-

-

-

Rio Solimões

Manaus-Anamã

17h

190

-

Manaus-Benjamim Constant

168h

1575

385,00

102,00

Manaus-Coari

30h

421

106,00

28,11

Manaus-Codajás

11h 24h

285

80,00

21,22

Manaus-Santo Antônio do Içá

144h

1195

290,00

76,92

Manaus-São Paulo de Olivença

144h

1345

330,00

87,53

Manaus-Tabatinga

168h

1513

385,00

102,12

Manaus-Tonantins

144h

1164

275,00

72,94

Manaus-Manacapuru

6h

115

-

-

Manaus-Caapiranga

12h

170

-

-

Manaus-Fonte Boa

72h

880

220,00

58,35

Manaus-Amatura

144h

1251

310,00

82,22

Manaus-Tefé

42h

631

155,00

41,11

Rio Negro

Manaus-Barcelos

29h 36h****

454

150,00

****

39,78

Manaus-São Gabriel da Cachoeira

84h

1001

-

-

Manaus-Novo Airão

9h 10h

125

-

-

Rio Purus

Manaus-Tapauá

50h 144h

769**

-

Manaus-Lábrea

144h

1531

400,00 450,00

106,10

119,36

Manaus-Manaquiri***

1h 40min

79

-

-

Manaus-Beruri

21h

231

-

-

Rio Madeira

Manaus-Humaitá

120h

965

200,00

53,05

Manaus-Manicoré

-

616

150,00

39,78

Manaus-Borba

6h 30min ****

322

80,00

21,22

Manaus-Porto Velho

96h

1239

250,00

66,31

Manaus-Nova Olinda do Norte

-

236

50,00

13,26

Manaus-Novo Aripuanã

-

469

120,00

31,83

Manaus-Autazes

12h 17h

324

-

-

Rio Juruá

Manaus-Carauari

120h

1411

-

-

Manaus-Eirupené

-

2417

-

-

Manaus-Juruá

96h

994

-

-

Manaus-Foz do Jutaí

84h

1001

255,00

68,91

Obs. Optou-se por incluir apenas as linhas que têm como ponto de início ou fim a cidade de Manaus e outra cidade, pois existe uma densidade de linhas de transporte fluvial entre as cidades situadas nas margens dos rios. Além disso, como ocorrem diversas paradas ao longo de uma viagem, foram incluídas apenas as linhas com ponto inicial e final. Os valores das passagens correspondem à data da pesquisa realizada nos sites e no porto no dia 22/10/18. O valor da passagem é apenas para viagens em que a pessoa dorme em rede.

*Site do Porto de Manaus; **Guia Manaus; ***Instituto Navegando e Lendo; ****Rome2rio; TCU <https://contas.tcu.gov.br/​etcu/​ObterDocumentoSisdoc?seAbrirDocNoBrowser=true&codArqCatalogado=5501920&codPapelTramitavel=49419279> Cotação em dólar feita em 24/01/19 com base no valor de 1 dólar equivalente à 3.77 reais.

19O aumento de velocidade nos transportes ocorreu com a inserção de novos meios técnicos, os quais passaram a fazer parte de todos os modais de transportes, tendo um imperativo econômico constituído pela própria aceleração do movimento circulatório do capital. Nesse sentido, inclui-se a própria necessidade social de buscar formas de encurtar o tempo de deslocamento, fato presente também no deslocamento amazônico, com sistemas técnicos que o aceleram, atendendo as novas dinâmicas econômicas e sociais.

  • 4 O transporte de carga também teve alterações no formato das balsas e nos rebocadores, permitindo au (...)

20Essas buscas para inserir meios técnicos, visando acelerar os deslocamentos, passaram a ser empregados nas embarcações de transporte de passageiros4 ainda na década de 90, no estado do Amazonas. Segundo David (2010, pp. 97-98), “o surgimento do transporte fluvial expresso ocorreu em 1995, no porto de Manaus, com o barco Neblina, que fazia viagens fretadas para diversas localidades, sem ter rota específica”, e apresentando um aumento de velocidade - 30/60 km/h - em comparação com os barcos regionais, em decorrência da mudança da aerodinâmica e do emprego de motores potentes – 600 -1200 cavalos de potência -, recebendo cognomes, como de “the flash” e “a jato” ou “expresso”.

  • 5 David (2010, p. 96) destaca que “o transporte fluvial na Amazônia tem sofrido grandes alterações, p (...)

21Essa modalidade de transporte apresenta algumas diferenças em comparação com os barcos regionais. Nessa, não há espaço para atar redes, e os passageiros vão sentados; transporta poucas cargas e apenas fracionadas. Além disso, nas principais rotas (Quadro 2), é possível observar uma redução do tempo de viagem5 e o aumento do valor pago pela passagem. As distâncias no maior estado da federação sofreram uma forte redução com a expansão desta modalidade de transporte de passageiros.

Quadro 2: Transporte a jato -Expresso

Trecho

Tempo da viagem

Distância

Valor

em Reais

Cotação em Dólar

Manaus-Tefé

11h

631

240,00

63,66

Manaus-Parintins

9h

475

170,00

230,00

45,09

61,00

Manaus-Manaquiri

7h

79

-

-

Manaus-Nova Olinda do Norte

4h

110,00

150,00

29,17

39,78

Manaus-Manicoré

12h – 14h

616

220,00

290,00

58,35

76,92

Manaus-Lábrea

-

-

-

-

Manaus-Coari

9h

421

200,00

53,05

Manaus-Barcelos

23h

454

200,00

53,05

Manaus-Carauari

18h

1411

600,00

550,00

159,15

145,88

Manaus-Amatura

34h

1251

390,00

600,00

103,44

159,15

Manaus-Benjamim Constant

34h-36h

1616

500,00

700,00

132,62

185,67

Manaus-Santo Antônio do Içá

34h

1128

390,00

600,00

103,44

159,15

Manaus-São Gabriel da Cachoeira

23h

1001

420,00

480,00

111,40

127,32

** Guia Manaus; Navegando e Lendo; Robert David. Cotação com base no valor de 1 dólar equivalente à 3.77 reais.

  • 6 “[...] viagens de Parintins à Comunidade do Caburi” (ROSAS, 2017, S/P).

22O transporte em embarcações como “lanchas”, “a Jato” ou “expresso” não ocorre somente entre a capital do estado com outras cidades, pode-se apontar que existem outras linhas desse segmento que possuem centralidades em outras cidades, como em Parintins, onde as viagens ocorrem entre a cidade e um distrito, vila ou assentamento agrícola6. A busca pelo uso dessas embarcações para o deslocamento pelo interior ocorre tanto pela redução do tempo como pelo conforto, apesar da existência de horários estabelecidos pelas empresas e que possuem intervalos longos (ROSAS, 2017).

23A inserção dessa nova modalidade como uma evolução logística regional passou a coexistir com o transporte fluvial de passageiros em barco de recreio ou tradicional, o qual, por sua vez, constitui importância significativa, por ser um transporte muito utilizado pelas pessoas de baixa renda e permite o deslocamento de cargas, como alimentos e mercadorias, além disso, os barcos fazem várias paradas ao longo de uma viagem (DAVID, 2010).

  • 7 Com o processo de pavimentação da rodovia BR-163 e a construção de portos privados, em breve, uma p (...)
  • 8 Além dessas rotas, ainda tem a rota de transporte de carga em navios entre o litoral brasileiro até (...)

24Além do segmento de transporte de passageiros, existe o segmento de transportes de cargas para as indústrias e o comércio e a distribuição dos derivados de petróleo na Amazônia. Ao contrário do segmento de passageiros onde predomina pequenos empresariais, majoritariamente com uma única embarcação, o transporte de carga é composto por empresas cuja frota abriga dezenas de embarcações –comboios fluviais, rebocadores- realizando basicamente viagens entre as maiores cidades da região: Manaus-Belém e Manaus-Porto Velho, utilizando basicamente os rios Amazonas e Madeira. Uma terceira rota, via Manaus-Santarém-Itaituba, está em processo de implantação e consolidação7, e, nessas rotas, o deslocamento das cargas ocorre em balsas, principalmente com o sistema Ro-Ro Caboclo8.

Figura 1. Modelo espacial da organização da hierarquia do transporte fluvial

Figura 1. Modelo espacial da organização da hierarquia do transporte fluvial

a) cidade com rota fluvial regional e local; b) cidade com rota fluvial local, regional e transporte de carga em balsas; c) vários tipos de rotas fluviais que envolvem diversas escalas tendo ou não conexão com as cidades e vilas.

  • 9 Pequenas embarcações que realizam o transporte de estudantes para as escolas ao longo dos rios.

25A diversidade de atividades estabelecidas e que apoiam o sistema de transporte pode ser observada pela presença de variantes, como: táxi fluvial, barco escolar, ambulanchas9, posto de combustível flutuante (Fig. 1f), mercearias funcionando como ponto de comércio, posto de fiscalização do estado, lanchonetes e bares (Fig. 2), os quais constituem atividades direta ou indiretamente vinculadas ao transporte fluvial, ao fluxo propriamente dito. Observam-se, ainda, outras atividades relacionadas, como a produção de embarcações de forma artesanal, os serviços de calafetagem e os estaleiros, que produzem uma gama variada de embarcações, concentrando a produção na orla da cidade de Manaus.

  • 10 Com o slogan “Nestlé Até Você a Bordo” "Nestlé até você”.

26Algumas atividades realizadas pelo Estado ou pelas empresas, por meio de estabelecimentos fixos, também tiveram uma versão pensada para atender a população amazônica, situada nos rios, marcadas, inicialmente, pela presença militar, com os navios da Marinha, que oferecem serviços hospitalares e de ambulatório. Nas atividades econômicas, podem-se mencionar: o Barco da Nestlé10, que representa a própria expansão e atuação em um mercado cativo; o barco agência da Caixa Econômica Federal, que oferece serviços de atendimento referentes à Bolsa Família, Cartão do Cidadão, saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e cadastramento do Programa de Integração Social (PIS).

Figura 2 Tipos de embarcações

Figura 2 Tipos de embarcações

No mosaico: a) orla da cidade de Manaus em; barco regional; c) porto privado do Chibatão; d) barco expresso; e) lancha; f) posto de combustível flutuante; g) barco regional e barco expresso; lancha e balsa Ro-Ro; IP4 do Careiro da Várzea na BR-319.

Novos e pequenos portos fluviais

27Num trabalho sobre transporte fluvial, David alertava sobre a relevância do transporte fluvial em suas várias modalidades, porém destaca o “descaso por parte do poder público, referente à estrutura portuária, que na maioria dos municípios é precária” (2010, p. 116). Por seu turno, Becker já apontava que a integração da região “deve ser baseada na circulação fluvial, que merece um investimento enorme, pois sempre foi o grande meio de circulação na Amazônia, e também na aérea [...]” (2005, p. 79).

28Um dos objetivos dos planos de transporte, seja na escala federal, com o Plano Nacional de Logística e Transportes – PNLT e o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC; seja na escala internacional, com a Iniciativa de Integração Regional Sul – Americana – IIRSA, é “ampliar a capacidade de fluxos de mercadorias nos portos”, por meio da criação de novas estruturas portuárias que visam a adequação, segurança e melhoria nos modais do transporte fluvial (RODRIGUES; RODRIGUES; CASTRO, 2014, p. 119).

29Essa estruturação de novos projetos passou a ter agenda governamental regional com aporte de recursos federais para a construção de sistemas de engenharia, considerando que, como estratégia geopolítica e geoeconômica de circulação, a adequação dos fixos existentes no eixo do rio Amazonas e nos rios a ele conectados permite integração regional e internacional com a Colômbia, Equador e Peru, reforçando as rotas fluviais entres os países, ou seja, o projeto dos portos que estão na região está diretamente interligado com o eixo principal e estruturante - Leste Oeste - e os portos adjacentes desse eixo (Fig. 3).

Figura 3. Eixo do Amazonas do projeto IIRSA

Figura 3. Eixo do Amazonas do projeto IIRSA

30Nos últimos oito anos, novos projetos de construção de infraestruturas portuárias foram sendo instituídos em toda a região Amazônica. Essa integração com grandes projetos e com a materialização de vários sistemas de engenharia, que atendem às necessidades regionais e não somente nacionais e internacionais, possibilita sobremaneira uma integração regional, com aumento de eficiência e de segurança.

  • 11 Pela Lei N° 12.815, de 5 de junho de 2013, no art. 2° no parágrafo VI, destaca-se que as instalaçõe (...)

31O transporte fluvial de cargas no Amazonas envolve apenas três cidades com grandes sistemas de engenharia portuária. Primeiro, a cidade de Manaus, com uma concentração de estruturas portuárias que recebem navios e demais embarcações; a cidade de Itacoatiara, onde se situam o porto graneleiro da Hermasa-Amaggi e demais estruturas portuárias, ambos permitem a movimentar de carga em navios; e, por fim, a cidade de Humaitá, que possui um porto graneleiro e um porto para a movimentação de contêineres e demais cargas em balsas. Essas três cidades possuem estruturas que permitem uma articulação local com os mercados nacionais e internacionais, já que os demais portos são considerados, pela própria classificação oficial, como estruturas Portuárias Públicas de Pequeno Porte-IP411, num total de 87 (Fig. 4), entre os estados do Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará e Amapá. Uma outra cidade que possui instalações portuárias é Coari, mas a estrutura é voltada para movimentação de derivados de petróleo. No Amazonas, constata-se a concentração de 61 portos (DNIT, 2018), a menor quantidade de rodovias e a maior quantidade de cidades e demais ocupações com acesso fluvial, sendo que a implantação dessas estruturas portuárias articula-se diretamente com o eixo principal de circulação Leste-Oeste do rio Amazonas.

Figura 4. IP4 projetados e construídos na Amazônia.

Figura 4. IP4 projetados e construídos na Amazônia.

32Esses novos e pequenos sistemas de engenharia não fogem às lógicas capitalistas de produção do espaço pelo Estado, atendendo também as demandas econômicas, mesmo que locais e regionais, com a disposição de uma estrutura para o estabelecimento das atividades econômicas do transporte.

Figura 5. Sobreposição do Eixo do Amazonas e os portos fluviais.

Figura 5. Sobreposição do Eixo do Amazonas e os portos fluviais.
  • 12 Além da construção desses portos, ocorre a construção de câmaras frias para armazenamento do pescad (...)
  • 13 Esses portos fazem parte do Arco Norte, que envolve portos amazônicos e do litoral, para o escoamen (...)

33Esses portos construídos ao longo dos rios12 e nas orlas das cidades amazonenses estão distantes, do ponto de vista de sua inserção em circuitos produtivos, das commodities, como é o caso dos portos de Porto Velho, Humaitá, Itacoatiara –Hermasa - e, recentemente, no estado do Pará, em Itaituba13. Esses outros portos atendem muito mais as demandas capitalistas internacionais, com a possibilidade de redução de custos logísticos, e seus empreendimentos são controlados, sendo uma boa parte construídos pelas corporações nacionais e internacionais. Aliás, muitas das vezes, têm uma única finalidade, que é permitir o embarque ou desembarque dos grãos de soja e milho. Por outro lado, os portos do interior do Amazonas estão situados numa logística também capitalista, mas permitindo o deslocamento de cargas e pessoas dentro de circuitos espaciais regionais e locais, e o atracamento das embarcações, antes realizado numa margem de rio, passou a ter uma dada centralidade com os portos construídos. Isso, contudo, não quer dizer que a atracação antes existente deixou de ser realizada; ela continua, mas as embarcações de linhas regionais passaram a fazer o atracamento nesses novos portos.

As rodovias: poucas e de integração difícil

  • 14 Ver quadro 3.

34O estado do Amazonas possuir uma reduzida malha rodoviária com um total de aproximadamente 10 mil km de rodovias federais e estaduais, sendo pavimentadas pouco mais de mil quilômetros e tendo a duplicação AM-070, com 84 km14. A partir desses dados é possível observar que a integração pelas rodovias (Fig. 6) e pela trafegabilidade total continua distante para diversas localidades.

Figura 6. Rodovias no Amazonas

Figura 6. Rodovias no Amazonas

35O estado do Amazonas não ficou distante das políticas territoriais que foram sendo colocadas em prática desde a década de 60, em paralelo com a integração iniciada por Juscelino Kubistchek. Com a construção das rodovias BR-029, atual BR-364, e BR-010, o governo estadual empenhou a execução de planos rodoviários que visassem a integração do estado, seja para propiciar a ocupação nas terras firmes, seja para romper com a primazia do transporte fluvial. Nesse período, diversos projetos foram sendo executados, como a construção da rodovia AM-010, entre Manaus e Itacoatiara (Fig. 7). Nos anos de 1968 até 1977 o governo federal destinou somas de recursos para a construção (Fig 8a) das rodovias BR-319, BR-230, BR-174, BR-307, BR-317 e outras; além do governo estadual que deu início à construção de rodovias regionais (Quadro 3).

Figura 7. Técnicos do DER/Am inspecionando as obras de conclusão da terraplanagem na rodovia AM-010

Figura 7. Técnicos do DER/Am inspecionando as obras de conclusão da terraplanagem na rodovia AM-010

Fonte: Revista O Cruzeiro, 31 de agosto de 1957, p. 70.

36Todas essas grandes rodovias foram concluídas dentro do Programa de Integração Nacional-PIN, que visava não somente abertura de rodovias como também, estimular a migração e a construção de assentamentos pelo INCRA. Além disso, houve incentivos para a exploração de recursos naturais, como minérios e florestas.

  • 15 Essa blindagem foi realizada, por exemplo, ao longo do eixo da Perimetral Norte, entre o Amapá, Par (...)

37Algumas rodovias tiveram sua construção interrompida e outras foram apenas planejadas (Quadro 3), e dificilmente serão construídas, seja pelo custo financeiro de construção, pelos impactos ambientais e sociais negativos, seja pela blindagem com Unidades de Conservação e Terras Indigenas15 já consolidadas.

Quadro 3: Rodovias construídas e planejadas

Nomeclatura

Trecho

Distância

Situação

Rodovias Estaduais

PA-265

Itaituba - Maués/AM. (Aveiro, Itaituba, Maués/AM)

250

Planejado

Sem Código

Rodovia do Estanho

BR-230-Jazida

Estanho-Div. Mato Grosso

150

29

Implantado

Sem Código

Anori-Codajás**

68

Implantado

Tráfego sazonal

AM-010

Manaus-Itacoatiara

266

Trafegável

AM-070

Manaus-Mancapuru

87

Trafegável

AM-170

Santa Isabel do Rio Negro-BR-210

111

Planejado

AM-174

Novo Aripuanã-Apuí

278

Implantado

Tráfego sazonal

AM-175

Pauini-BR-317

67

Planejado

AM-240

Presidente Figueiredo-Balbina

75

Trafegável

AM-245

-

-

Planejado

AM-254

Autazes-BR-319

Autazes-Maués

93

160

Trafegável

Planejado

AM-280

BR-307-Ipixuna

121

Planejado

AM-329/AC-329

Eirunepé-Envira-Feijó

134 – 200

Planejado

AM-326

Urucará-AM-363

-

Planejado

AM-330*

Silves-AM-363

15,59

Trafegável

AM-333

Carauari-BR-230

171

Planejado

AM-343

Coari-AM-366

107

Planejado

AM-352

Manaucapuru-Novo Airão

90

Trafegável

AM-354

Manaquiri-BR-319

42

Trafegável

AM-356

Borba-BR-319

110

Planejado

AM-360

Rodovia Novo Aripuanã-BR-319

100

Planejado

AM-363

Itapiranga-AM-010/Itacoatiara

Itapiranga-Nhamundá

110

190

Trafegável

Planejado

AM-366

Juruá-Tapauá-Rio Madeira

573

Planejado

AM-374

Santo Antônio do Içá-BR-307

93

Planejado

AM-378

São Paulo de Olivença-BR-307

24

Planejado

AM-449

AM-010-Base Militar

45

Implantado

AM-452*

Iranduba—AM-070

11,5

Trafegável

AM-453

Bela Vista-AM-070

8,5

Trafegável

AM-466***

-

-

Implantado

Rodovias Federais

BR-080

S. Gabriel da Cachoeira-Manaus-Jacareacanga

1270

Planejado

BR-174

Manaus-Boa Vista-Pacaraima

Manaus-Div-RR

1010

250

Trafegável

BR-174B

Antiga AM-364

Democracia-Hevelândia

84

Implantado

Tráfego Sazonal

BR-210

Div. AM-RR-Fronteira com a Colômbia

840

Implantados 36 km

Projetado

BR-307

Cucuí-São Gabriel da Cachoeira

São Gabriel da Cachoeira-Beijamim Constant

B. Constant-Atalaia do Norte

Atalaia do Norte-C. Thramalturgo

212

670

32

625

Trafegável apenas 139km

Projetado

Asfaltados

Total 1520km

BR-230

Div. AM/PA – Lábrea

Lábrea-Benjamin Constant

831

687

Implantado

Planejado

BR-317

Lábrea-Boca do Acre

Boca do Acre-Div AM/AC

416

100

Planejado

Implatado/Trafego sem interrupção

BR-411

Palmeira do Javari

40

Planejado

BR-433

Estirão do Equador

85

Planejado

BR-319

Manaus-Div AM-RO

859

400

Implantado

Asfaltados

**“[…] estrada Codajás-Anori foi inaugurada em 1994, e, por falta de manutenção da pista de barro batido, ficou intrafegável” (SAN’TANA, 2006, p. 104).

*** TCU (2013)

Fonte: DNIT. *http://www.transportes.gov.br/​images/​2014/​10/​Amazonas.pdf

38Após a construção das rodovias mencionadas, sejam elas estaduais ou federais, as relações sociais e os fluxos econômicos passaram a ser realizadas por meio das novas rodovias, as quais, além de possibilitarem essas dinâmicas, tornaram-se elementos fundamentais para os projetos de colonização, distribuição de terras para empresas e, ainda, permitiram acesso aos recursos naturais minerais e vegetais, e uma valorização e especulação fundiária.

39Assim como os rios amazônicos possuem uma estrutura complexa, que permite a fluidez de embarcações, as rodovias também possuem um conjunto de sistemas de engenharia e diversas atividades que estão diretamente vinculadas aos fluxos, ocasionando a formação de serviços ao longo das vias, entre os quais o serviço de transporte de passageiros entre a capital e as cidades do estado (ver Quadro 4).

Quadro 4: Linhas do transporte rodoviário de passageiros intermunicipal e interestadual

Trecho

Distância km

Tempo de viagem

Valor da passagem

Passagem em dólar

Empresas

Manaus-Itacoatiara

266

3h 50 min

5h 06 min

53,60

14,21

Aruanã

Eucatur

Manaus-Rio Preto da Eva

75

1h 50 min

15,50

4,11

Expresso-Transamazônica

Manaus-Novo Remanso

213

4 horas

6h 50 min

47,30

12,54

Aruanã

Manaus-Itapiranga

335

5 horas

75,00

19,89

Aruanã

Manaus-Abonari km 200 da BR-174

220

5h 45 min

60,20

15,96

Expresso-Transamazônica

Aruanã

Manaus-Presidente Figueiredo

121

1h 50 min

30,50

8,09

Aruanã

Manaus-Balbina

200

3h 30 min

44,00

11,67

Expresso Transamazônica

Aruanã

Manaus-Boa Vista RR

775

10h 10 min

11h 55 min

170,00 230,00

45,09

61,00

Eucatur

Asatur

Rivaltur

Caburaí

TransBrasil

Amatur

Dantas*

Manaus-Caracas VEN

2263

38h

289,00

76,65

Eucatur

Manaus-Manacapuru

87

1 h

3h 20 min

22,75

6,03

Master

Emtram

Manaus-Novo Airão

195

5h 45 min

54,30

14,40

Master

Emtram

Manaus-

(Democracia) Manicoré **

441

10h

150,00

39,78

Aruanã

TransCoop

(Democracia) Manicoré – Porto Velho **

620

12h

210,00

55,70

-

Manaus-Humaitá **

703

21h

231,00

61,27

Eucatur

TransBrasil

Aruanã

Siqueira Tur

Amatur*

Manaus-Lábrea **

860

30h

280,00

296,00

74,27

78,51

Aruanã

TransCoop

Manaus-Porto Velho **

894

23h 50 min

40 h

255,00

67,63

Eucatur

Serra Azul

TransBrasil

Manaus-Apuí **

1100

24h - 28 h

300,00

79,57

Amatur

Vila do Marco Zero (Careiro da Várzea)-Castanho

101

1h 45 min

15

3,97

Aruanã

Vila do Marco Zero (Careiro da Várzea)-Autazes

96

-

-

-

-

Humaitá-Porto Velho

206

3h

3h 35 min

46,80

12,20

Eucatur

Serra Azul

Lábrea-Humaitá

215

5 h

96,00

25,46

Aruanã

Apuí – Porto Velho **

604

15h 30 min

170,00

45,09

Amatur

TransBrasil

Viação Apuí

Boca do Acre-Rio Branco ***

216

6h

40,00

10,61

Petro Acre

Guajará-Cruzeiro do Sul

22

30-50 min

11,00 *

2,91

J. Cruz Serviços Administrativos

*Empresa iniciou operação rodoviária em outubro de 2018; **Linha que pode ter as viagens suspensas entre os meses de janeiro até junho, pois perpassa trecho rodoviário sem pavimento; *** informação obtida via telefone.

Fonte: Guichê Virtual; CNT (2016).

  • 16 Outras linhas de ônibus de cooperativas atuam no transporte de passageiros, estabelecendo linhas re (...)
  • 17 Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos do Estado do Amazonas e Agência Nacional de Tra (...)
  • 18 Esse conflito no transporte rodoviário de passageiros já é apontado por Wright (1982).

40Nessas linhas não atuam apenas empresas autorizadas a realizarem o transporte regular, há o transporte fretado e, ainda, o transporte em carros – táxi - e em ônibus não regulamentados. Essa atividade está presente em todas as ligações rodoviárias16, o que gera um impasse entre empresas de ônibus que possuem autorizações emitidas pelas agências reguladoras – ARSAM ou ANTT17 - e aquelas que não possuem autorização18.

41Essas rotas (Fig. 7) permitem visualizar que uma parcela significativa tem como ponto de origem ou de destino a cidade de Manaus, constituindo-se como uma centralidade dos nós dessa rede, apesar de que nem todas as linhas regulares permitem o transporte para a capital. Para a operacionalização dessa atividade econômica, as empresas criaram estratégias para o funcionamento das rotas, que vão desde a instalação de uma rodoviária em um restaurante, adaptações nos veículos para off road, comercialização de passagens em estabelecimentos comerciais, como drogaria e mercados (Fig. 8).

Figura 8. Tipos de veículos

Figura 8. Tipos de veículos

a) Ônibus da rota Manaus-Itacoatiara, na rodovia AM-010; b) rodovia BR-319; c) caminhão romeu-julieta em Humaitá; d) rodovia BR-174; e) veículo na BR-319; f) rodoviária da vila de Realidade.

42As rodovias e as estradas construídas na Amazônia, em sua maioria, foram de realização do Estado, e algumas são de origem privada, estas visando permitir acesso aos recursos naturais. Existem, ainda, outros caminhos terrestres que foram e continuam sendo construídos com objetivo de permitir a passagem de veículos para retirar, principalmente, recursos florestais – madeira. São numerosos esses caminhos, construídos sem obedecer a planos técnicos, além de cortarem a floresta em trajetos tortuosos. Uma parte dessas estradas não regulamentadas é construída com acesso a rodovias federais e estaduais ou, ainda, conectada a algum rio, de tal forma que possibilite a retirada da madeira ou do processado – pranchas e tábuas - seja por via terrestre ou fluvial.

43No estado do Amazonas não há linhas férreas, apenas projetos, sendo que, para a construção de uma ferrovia, um dos primeiros requisitos que precisa ser atendido é ter densidade de carga, algo que não possui, e a demanda existente já é deslocada pelos rios, como no caso da Hidrovia do rio Madeira e a Hidrovia Solimões-Amazonas, ou ainda pelas rodovias e aeroportos.

Transporte Aéreo: uma rede espaçada

44A distribuição espacial dos aeródromos no Amazonas (Fig. 9) corresponde à presença de cidades sedes municipais e de estruturas militares, como os Pelotões Especiais de Fronteira-PEF, alguns, como os aeródromos da faixa de fronteira, são de uso militar, enquanto outros, como o aeroporto de Tabatinga, possuem uso civil-militar (OLIVEIRA NETO; NOGUEIRA, 2018).

Figura 9. Aeródromos no Amazonas.

Figura 9. Aeródromos no Amazonas.

45O segundo elemento técnico que permitiu a integração da Amazônia foi o transporte aéreo, inicialmente feito por empresas, como Panair e Cruzeiro do Sul, e o Correio Aéreo Nacional-CAN que estruturavam rotas áreas operadas com aviões que permitiam pousar nas águas, algo que permanece até os dias de hoje, com pequenas aeronaves.

46Se de um lado o transporte de passageiros ocorre com voos não diários para o interior do estado, por outro lado, o transporte de carga aérea entre as cidades de Manaus e São Paulo ocorre com voos diários, pois o produto transportado permite rentabilidade às empresas, mesmo com a despesa do frete aéreo.

  • 19 O Aeroporto Internacional Eduardo Gomes é um dos 4 que mais movimenta cargas aéreas do Brasil.

47O transporte aéreo dentro do estado do Amazonas está centrado em apenas sete rotas aéreas (Quadro 5), e, em outra escala regional, a cidade de Manaus19 possui voos constantes para as cidades de Belém, Boa Vista, Porto Velho e Rio Branco, e na escala nacional e internacional com voos constantes, partindo de Manaus com direção para Brasília, São Paulo, Fortaleza, Rio de Janeiro, Miami e Portugal.

Quadro 5: Rotas aéreas no Amazonas

Trecho

Distância em linha reta em km**

Tempo de Viagem

Preço*

Passagem em dólar

Empresa aérea

Manaus-São Gabriel da Cachoeira

836

2h 03 min

651,17

961,17

172,72

254,95

MAP

Manaus-Eirunepé

1162

2h 27 min

700,00

941,00

185,67

249,60

MAP

Manaus-Carauari

788

2h 03 min

661,00

960,00

175,33

254,64

MAP

Manaus-Lábrea

703

1h 50 min

521,00

971,00

138,19

257,55

MAP

Manaus-Coari

364

57 min

331,00

507,00

87,79

134,48

MAP

Manaus-Parintins

365

57 min

281,17

501,17

74,58

132,93

MAP

Manaus-Tefé

522

1h 17 min

291,00

668,17

77,18

177,23

MAP

AZUL

Manaus-Porto Velho

760

1h 25 min

346,00

1000,00

91,77

265,25

GOL

AZUL

LATAM

Manaus-Tabatinga

1107

1h 50 min

313,00

1013,00

83,02

268,70

AZUL

Manaus-Santarém

587

1h 15 min

269,00

1836,00

71,35

487,00

GOL

LATAM

Manaus-Belém

1300

2h

212,00

726,00

56,23

192,57

GOL

LATAM

*Os valores foram obtidos nos sites no dia 25 de outubro de 2018: Map, Azul e Decolar, foi realizada a pesquisa de voo de ida entre os meses de out até fev. ** Distância obtida no Google Earth. Únicas cidades que possuem diários dentro do estado e para Tabatinga.

  • 20 “As companhias aéreas (...) abrem linhas aéreas para destinos em que o fluxo de passageiros é sufic (...)

48Sendo de relevância substancial, o transporte aéreo entre as cidades e vilas continua atendendo, de forma reduzida, a população, já que algumas particularidades, como dispersão, ausência de infraestruturas nos aeródromos e a baixa renda, tornam-se entraves para o deslocamento aéreo ou até mesmo a criação de rotas aéreas20. Além disso, as passagens custam três vezes mais que o valor de um deslocamento fluvial ou rodoviário.

  • 21 Bertha Becker, Wanderley M. da Costa e Francisco de A. Costa.

49A continuidade da integração da Amazônia ainda vigora por meio de políticas territoriais que têm como proposta a materialização de sistemas de engenharia nessa região. Obviamente, que essa atuação estatal se alterou ao longo desses 80 anos de pensamento geopolítico, não desenhando mais grandes sistemas de engenharia atrelados a projetos de povoamento, mas almeja-se reforçar a integração regional já existente a partir dos rios, das rodovias já construídas e dos aeródromos já existentes. O que aparece como novo nessa integração é a inserção de novas técnicas e redes, como a fibra óptica, redes de energia elétrica e infovias, permitindo fluidez de informações e integração energética regionais, propiciando movimentação de dados nas instituições e disponibilizando serviços para a sociedade. Enfim, conforme já apontavam os autores21 do CGEE (2009), observa-se a necessidade de capilarizar as redes de transportes com conexões com os grandes eixos já estruturados, propiciando fluxos com segurança e inserção social com a conclusão dos projetos das demais infraestruturas de pequeno porte.

Considerações finais

50O estado do Amazonas possui uma excepcionalidade referente ao transporte de cargas e de pessoas, pois dispõe de uma rede urbana conectada pelos rios, mas, ao mesmo tempo, pouco articulada pela ausência de viagens diárias dos barcos regionais e dos voos, além de dispor uma rede rodoviária, que conecta apenas uma parcela das cidades do estado.

51Nos quadros apresentados, pode-se constatar além da variante tempo, a distância e o valor. Pode-se notar, ainda, que as operações das rotas ocorrem com a predominância de uma ou duas empresas, caracterizando um regime de monopólio e duopólio, este é instituído pelo Estado durante a regulamentação da atividade de transporte de passageiro, principalmente pelos modais terrestre e aéreo, enquanto que, no fluvial, as rotas são operadas por vários barcos regionais e expressos, não se diferindo, porém, pelo arranjo espacial formado com rotas pré-estabelecidas, dia e horário de saída, locais de parada, pontos de apoio e de comercialização de passagens.

52A organização espacial dos transportes representa uma projeção social, que tem como motor as dinâmicas da própria sociedade, constituindo-se em um fluxo oriundo de diversos anseios, sejam eles econômicos, políticos, sociais e culturais. Contudo, outro catalizador dessa organização é instituído nos territórios, pelas corporações e pelo Estado, inicialmente pelo uso das infraestruturas construídas pelo Estado, sendo este um dos produtores do espaço, que materializou uma rede pretérita de circulação. O uso dessas infraestruturas pelas corporações pode criar diversos arranjos espaciais distintos nos eixos de circulação, tendo como princípio fundamental o movimento das mercadorias, para fins de rotação e de obtenção de lucros.

53A circulação e os transportes, seja no modal rodoviário, fluvial ou até aéreo, possui uma articulação direta entre os objetos presentes no território e que foram frutos de uma acumulação desigual ao longo do tempo. Essas localizações pretéritas, como as infraestruturas fixas, acabam por condicionar os novos processos, que passam a ser instituídos, tanto pelas demandas regionais, quanto nacionais ou internacionais. Observa-se essa conjuntura multiescalar presente na Amazônia e no estado do Amazonas, seja pelos rios, com a navegação diversificada de embarcações que atendem os circuitos da economia, seja com o transporte rodoviário, que também está inserido nessa dinâmica, principalmente no transporte de carga.

54Seja no transporte aéreo, fluvial ou rodoviários, pode-se observar que todos esses meios possibilitam o deslocamento de pessoas, contribuindo, positivamente, para o estabelecimento das interações sociais e espaciais. E, mais ainda, em ambos os casos, os veículos, as embarcações e as aeronaves também transportam cargas, em volumes fracionados, favorecendo, de um lado, o atendimento as demandas de consumo; e de outro, possibilitando uma rentabilidade para as empresas proprietária dos equipamentos rodantes.

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TCU. Relatório de auditoria operacional na SPNT/MT. Diagnóstico da logística de transporte no estado do amazonas. Ciência. Arquivamento. 16/09/2013.

THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: Disparidades e Dinâmicas do Território. 3ª edição. São Paulo: EDUSP, 2018.

WRIGHT, Charles L. A regulamentação econômica dos transportes. Revista Brasileira de Economia, V. 36, n. 2, 1982, pp. 129-160.

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Notes

1 Embarcação com o formato de canoa e feita de alumínio ou madeira com 3 até 8 metros de comprimento e um motor de popa de 5 até 40 hp.

2 Ver em Silveira (2009).

3 Denominação regional que consiste em colocar caminhões e carretas sobre um comboio de balsas, que são transportadas por um barco potente, denominado empurrador –rebocador.

4 O transporte de carga também teve alterações no formato das balsas e nos rebocadores, permitindo aumento de velocidade e volume de carga.

5 David (2010, p. 96) destaca que “o transporte fluvial na Amazônia tem sofrido grandes alterações, principalmente no que diz respeito à duração das viagens, que anteriormente eram feitas em dias, e hoje, devido à implantação dos barcos expressos, podem ser feitas em poucas horas”. Ainda pode-se apontar que uma das questões centrais no transporte para o capital é a redução do tempo no deslocamento.

6 “[...] viagens de Parintins à Comunidade do Caburi” (ROSAS, 2017, S/P).

7 Com o processo de pavimentação da rodovia BR-163 e a construção de portos privados, em breve, uma parte dos deslocamentos rodoviários com destino a cidade de Manaus será realizado nas cidades de Itaituba e Santarém.

8 Além dessas rotas, ainda tem a rota de transporte de carga em navios entre o litoral brasileiro até os portos privados da cidade de Manaus, tendo uma boa parte da carga transportada em contêineres.

9 Pequenas embarcações que realizam o transporte de estudantes para as escolas ao longo dos rios.

10 Com o slogan “Nestlé Até Você a Bordo” "Nestlé até você”.

11 Pela Lei N° 12.815, de 5 de junho de 2013, no art. 2° no parágrafo VI, destaca-se que as instalações portuárias de pequeno porte são “instalação portuária explorada mediante autorização, localizada fora do porto organizado e utilizada em movimentação de passageiros ou mercadorias em embarcações de navegação interior” (BRASIL, 2013).

12 Além da construção desses portos, ocorre a construção de câmaras frias para armazenamento do pescado ou fabricação de gelo.

13 Esses portos fazem parte do Arco Norte, que envolve portos amazônicos e do litoral, para o escoamento de commodities agrícolas.

14 Ver quadro 3.

15 Essa blindagem foi realizada, por exemplo, ao longo do eixo da Perimetral Norte, entre o Amapá, Pará e Amazonas.

16 Outras linhas de ônibus de cooperativas atuam no transporte de passageiros, estabelecendo linhas regulares entre: Careiro da Várzea –Vila do Marco Zero- até a cidade de Autazes e Castanho, até a vila de Tupana, no km 177 da BR-319; Manaus-Presidente Figueiredo; Manaus-Rio Preto da Eva-Itacoatiara; Manaus-Iranduba-Manacapuru; Manaus-Manicoré.

17 Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos do Estado do Amazonas e Agência Nacional de Transportes Terrestres.

18 Esse conflito no transporte rodoviário de passageiros já é apontado por Wright (1982).

19 O Aeroporto Internacional Eduardo Gomes é um dos 4 que mais movimenta cargas aéreas do Brasil.

20 “As companhias aéreas (...) abrem linhas aéreas para destinos em que o fluxo de passageiros é suficientemente rentável e fecham rapidamente aquelas com baixo fluxo e rentabilidade” (THÉRY; MELLO-THÉRY, 2018, p. 31).

21 Bertha Becker, Wanderley M. da Costa e Francisco de A. Costa.

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Table des illustrations

Titre Figura 1. Modelo espacial da organização da hierarquia do transporte fluvial
Légende a) cidade com rota fluvial regional e local; b) cidade com rota fluvial local, regional e transporte de carga em balsas; c) vários tipos de rotas fluviais que envolvem diversas escalas tendo ou não conexão com as cidades e vilas.
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Titre Figura 2 Tipos de embarcações
Légende No mosaico: a) orla da cidade de Manaus em; barco regional; c) porto privado do Chibatão; d) barco expresso; e) lancha; f) posto de combustível flutuante; g) barco regional e barco expresso; lancha e balsa Ro-Ro; IP4 do Careiro da Várzea na BR-319.
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Titre Figura 3. Eixo do Amazonas do projeto IIRSA
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Titre Figura 4. IP4 projetados e construídos na Amazônia.
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Titre Figura 5. Sobreposição do Eixo do Amazonas e os portos fluviais.
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Titre Figura 6. Rodovias no Amazonas
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Titre Figura 7. Técnicos do DER/Am inspecionando as obras de conclusão da terraplanagem na rodovia AM-010
Crédits Fonte: Revista O Cruzeiro, 31 de agosto de 1957, p. 70.
URL http://0-journals-openedition-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/confins/docannexe/image/25365/img-7.png
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Titre Figura 8. Tipos de veículos
Légende a) Ônibus da rota Manaus-Itacoatiara, na rodovia AM-010; b) rodovia BR-319; c) caminhão romeu-julieta em Humaitá; d) rodovia BR-174; e) veículo na BR-319; f) rodoviária da vila de Realidade.
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Titre Figura 9. Aeródromos no Amazonas.
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Pour citer cet article

Référence électronique

Thiago Oliveira Neto et Ricardo José Batista Nogueira, « Os transportes e as dinâmicas territoriais no Amazonas »Confins [En ligne], 43 | 2019, mis en ligne le 18 décembre 2019, consulté le 15 janvier 2025. URL : http://0-journals-openedition-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/confins/25365 ; DOI : https://0-doi-org.catalogue.libraries.london.ac.uk/10.4000/confins.25365

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Auteurs

Thiago Oliveira Neto

Doutorando na USP (PPGH), thiagoton91@live.com

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Ricardo José Batista Nogueira

Professor na UFAM, nogueiraricardo@uol.com.br

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